segunda-feira, 24 de julho de 2017

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“Tomei consciência de que a força invencível
que impulsionou o mundo não foram os amores felizes,
mas os contrariados.”
Gabriel Garcia Márquez, em “Memórias de Minhas Putas”


Histórias de amor arrebatados ou platónicos. Jovens perdidamente apaixonados impedidos de concretizarem o seu amor. Separação, partida, ou mesmo morte como destino final e previsível…

Desde sempre a literatura criou personagens ou deu a conhecer histórias verdadeiras que trouxeram até aos nossos dias casos de amor impossível.

A mitologia grega deixou-nos a história de amor de Páris e Helena de Tróia.

Os celtas presentearam-nos com uma lenda que remonta ao séc. XIl: Tristão e Isolda.

De Paris do século XII chega-nos a história verdadeira de Abelardo e Heloísa.

Camões no seu Canto III dos Lusíadas dava a conhecer ao mundo uma história verídica e trágica do mundo medieval português: o amor único e verdadeiro de Pedro e Inês de Castro.

E o que dizer do amor trágico de Romeu e Julieta criado por William Shakespeare?

Ou do amor utópico de D. Quixote pela sua Dulcinéia descrita por Miguel de Cervantes?

E não foi só a literatura.

Quem não conhece a história do amor impossível de Ilsa e Rick levado à tela em 1942 por Michael Curtiz? Dito assim poucos reconhecerão os olhares únicos trocados por Humphrey Bogart e lngrid Bergman em “Casablanca”.

Ou o amor que não vinga pelos preconceitos de uma sociedade hipócrita retratada por Scorsese no filme “A Época da Inocência” com o “único” Daniel Day-Lewis e Michelle Pfeiffer?

E quem não se emocionou com o amor intenso e impossível de Seth que “…abriria mão de toda a eternidade nem que fosse para tocá-la uma única vez”.(Maggie)? Nicolas Cage e Meg Ryan deram corpo à “Cidade dos Anjos. O argumento e a música de Sarah McLachlan e Goo Goo Dolls, fizeram o resto.

Mas o mais importante são as questões que isto do "amor" coloca.
 
Por que motivo são as histórias de amor impossíveis que perduram no tempo e vão preenchendo o imaginário das pessoas?

Será que não há histórias de amor que acabem bem? Será que cada um de nós, no seu íntimo, se identifica com uma história de amor impossível?
 
Ou, melhor ainda, será que o amor existe mesmo? Não será algo que alguém se lembrou de inventar para manter o pessoal entretido?

3 comentários:

Francisco o Pensador disse...

Para quem tanto gostou de referir alguns amores impossíveis o final deste texto foi igualmente trágico. Se o amor existe mesmo ou se foi inventado para nos manter entretidos? Bem, o facto de colocar esta pergunta por si só é o indicador de que o autor deste texto nunca conheceu/sentiu nenhum amor na vida, porque se o tivesse feito não teria colocado a pergunta.
Quanto a mim sei que ele existe porque também sei aquilo que sinto por determinadas pessoas.

NI disse...

Francisco, o texto é meu. Só as três frases que estão entre aspas é do GGM.

:)

Beijos

Afrodite disse...


Essa frase do Gabriel Garcia Márquez "abanou-me" toda!!

Fizeste-me, com este teu post, lembrar de que tenho uma rubrica iniciada (há séculos) sobre este tema... e que nunca mais lhe dei continuidade por falta de tempo (tempo para fazer pesquisa e sair dali alguma coisa de jeito).
Podes aqui aqui: «The Great Love Stories»

Tenho de retomar essa rubrica!... Depois aviso!
Obrigada por me acicatares a vontade :))

Beijinhos prometidos
(^^)

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