"O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável
quanto não ter NUNCA MAIS de se ter quem morreu.
E dói mais fundo - porque se poderia ter,já que está vivo(a),
mas não se tem, nem se terá..."
Caio Fernando de Abreu
E para vocês? O que custa mais? Esquecer quem morreu ou "enterrar" alguém que está vivo?
Ou melhor, será que é possível esquecer?
A morte é a sequência natural da vida. Aprendemos a conviver desde cedo com esta regra da vida.
E a desilusão? Será que o ser humano está preparado?
Ou limitámo-nos a confiar na sucessão dos dias e os seus efeitos na memória?
Será que a nossa memória afectiva consegue transformar num simples borrão alguém que é (foi e/ou será sempre) importante para nós? Um borrão que nos impede de acariciar aquelas linhas de rosto que sabíamos de cor? De olhar no olhar? Da cumplicidade de um simples sorriso?
A vida tem-me ensinado que a pior coisa que podemos fazer é tentar esquecer alguém porque a sensação de perda pode-se esbater mas nunca desaparece. Porque não se pode fazer o "luto" por aguém que está vivo.
A senhora que hoje estou a ouvir é esta porque interpreta uma da minhas músicas favoritas.
Nota - Tenho andado um pouco fugidia mas como estou em casa sozinha de "férias forçadas", (fui obrigada a gozar os dias que tinha do ano passado), tenho aproveitado para ler, vir música e ver filmes baseados na obra de Jane Austen (ok, confesso, tenho visto todos os dias "orgulho e preconceito").