"Talhações e Benzeduras"...

"Dona Urraca tem um físico
que cura toda maleita.
Quando Dona Urraca geme,
logo o físico se deita.

(...)

Físico prodigioso,
que tudo cura por bem.
Mas doenças de donzela
el'cura como ninguém..."

É desta forma que no próximo sábado irei dar início a mais um Festival de Folclore que este ano terá como tema "Talhações e Benzeduras".

Todos os anos pedem-me para fazer a apresentação do espectáculo e cabe-me elaborar o texto que irá acompanhar a actuação dos ranchos folclóricos convidados.

E fiquei a saber que brincar com a própria sombra pode "trazer doença",  contar estrelas faz nascer verrugas também conhecidas por “cravos” e ter em casa búzios e caramujos ou barcos em miniatura "chamam" males. Já agora, as borboletas pretas, as mariposas, os morcegos e as cobras são animais peçonhentos que representam mau agouro, pois foram criados pelo diabo.

Acredite-se, ou não, o universo das superstições e crendices populares é fascinante.

Factos...

Apesar do frio que estava a noite de ontem correu muito bem. Os meninos presentes suspiraram pelas meninas da Póvoa de Varzim. Convenhamos que todas elas eram bastante bonitas (nem quero imaginar o que vai ser esta noite com as meninas odaliscas).

Enquanto a família se está a divertir na Feira Medieval aqui a "je" está em casa a preparar os textos para logo à noite arrancar o 2º e último dia do festival.

Estou um pouco rouca pelo que vou ter que recorrer à mezinha habitual.

Já agora, alguém sabe qual é a fórmula secreta para o esquecimento? É que há quem consiga esquecer e eu gostava de saber como. E ontem, enquanto assistia ao espectáculo, só me vinha à lembrança as palavras deste música:

Sei...não sei...

* Este ano vamos até ao século XIX e revisitar alguns locais que têm a marca de um dos maiores escritores de todos os tempos: Eça de Queirós. 

Uma viagem repartida em dois dias e que começa hoje na bela cidade da Póvoa de Varzim e que termina amanhã junto às margens do Rio Nilo, na terra de faraós como Tutankhamon e Ramsés e da famosa Cleópatra última Rainha da Dinastia ptolomaica que dominou o Egito após a Grécia ter invadido aquele país.

Vamos, pois, dar início à nossa viagem por Terras Queirosiana.

A nossa viagem começa na cidade da Póvoa de Varzim. Corria o mês de Novembro de 1845, quando numa casa da Praça do Almada, em pleno centro da cidade da Póvoa de Varzim, nascia José Maria de Eça de Queirós. *

Apenas sei que vou começar o Festival de Folclore com este texto.

Também sei que dos 10 grupos presentes nos dois dias de Festival já conclui 6 textos.

E, ainda sei, que estou "encafuada" em casa num belo dia de sol a preparar os restantes.

Mas não sei como é que vou terminar os quatro que me faltam e que raio de roupa devo vestir logo à noite dado que o traje à sec. XIX ou de odalisca estão fora de hipótese.

E sei que neste momento estou a ouvir isto:

E todos os anos...vira o disco e toca o mesmo...

Uma vez mais vou estar no próximo fim-de-semana a apresentar o Festival de Folclore de Canelas.

Mas este ano vai ser algo diferente dado que vão conciliar o Folclore com a vida e obra do grande Eça de Queirós. 

Vai ser uma viagem através dos tempos que nos vai levar até ao ano de 1845 onde na bonita cidade da Póvoa de Varzim nascia Eça. Mais ao menos a meio da viagem faremos uma paragem no ano de 1869 para acompanharmos a sua  experiência em terras do Egipto com o seu amigo e discípulo Luis Manuel Pamplona, 5º Conde de Resende e 19º almirante de Portugal onde ambos assistiram à inauguração do canal do Suez.

Vão ser dois dias de música, cor e dança. 

Para quem viva perto, aqui fica o programa:

Dia 30 de Julho, pelas 21h30 

Grupo Recreativo e Etnográfico "As Tricanas Poveiras" - Povoa do Varzim

Grupo Coral e Etnográfico "Cantares de Évora"- Évora

Rancho Folclórico e Etnográfico Saloio MTBA - Sintra

Grupo Folclórico de Coimbra - Coimbra

Grupo Folclórico da Casa do Povo de Cacia - Aveiro e 

Rancho Folclórico de Santa Cruz do Bispo - Baião.

Dia 31 de Julho, pelas 21.30
Rancho Folclórico de Canelas - V. N. de Gaia,

Rancho da Região de Leiria - Leiria

Rancho Folclórico do Porto - Porto e

Grupo Mahtab - Dança Egípcia Tradicional - Lisboa

E agora só tenho que tratar dos textos e de pensar o que raio vou vestir. Cá para mim emprestavam-me um dos fatos da época e estava feito. Devia ser bonito ver aqui a "je" de espartilho. Mais elegante ficava de certeza. Só não sei se conseguiria respirar...mas sempre ficava com um rabo à Jennifer Lopez!!!

Pensando melhor...era capaz de ser interessante se as meninas do grupo mahtab me emprestassem uma roupa de odalisca. Espectáculo....