Quando estou com a neura, e inevitavelmente com
insónias, dá-me para repensar em tudo o que fiz ao longo da minha vida.
Ora bem, para o que me havia de dar nesta noite de
insónias?
Viajar até aos famosos "bailes de garagem".
E para que os jovens não pensem que o pessoal da minha geração é uma cambada
de "cotas" que não "curtiam" nada, pois fiquem a saber
que aproveitávamos bem esses bailes.
Principalmente na altura dos "slows". Nessa altura era um "ver
se te avias".
E tínhamos as nossas músicas dos "amassos". Uma das mais famosas era
"Angie" dos Rollings Stones. Mas havia outras: "Sharing the nigt
togheter"; "Avalon" e tantas, tantas outras....
Músicas que os rapazolas não descuravam para tirar "uns troços".
Mas são inúmeras as músicas que me transportam para
aquelas tardes e noites de sábado na garagem de um dos amigos.
Juntos tínhamos decorado a garagem como "mandava a lei"...
Panos pretos a revestir as paredes enegrecidas pelo tubo de escape do Ford Capri do pai, a bola de cristal que girava graças a uma engenhoca elaborada pelo meu melhor amigo de então.
Dois gira-discos e umas colunas espalhadas pelos
quatro cantos daqueles 50 m2, e muita vontade de conviver, de conversar, de
dançar...
Trocavam-se entradas por uma multa que ia desde levar
um disco importado até uma bebida.
Sou daquelas pessoas que é capaz de estar horas
seguidas a dançar.
Antes de me casar não havia fim-de-semana em que não
desse o "gosto ao pé".
Infelizmente o meu marido não está pelos ajustes. Não
gosta de dançar e nunca dançámos juntos desde que estamos casados (e olhem que já vão trinta anos).
Quem sabe, quando ele for velhinho e não se aguente
das pernas ele se agarre a mim e eu aproveito e coloco uma música bem
romântica.
Pois, Ni, fia-te na "virgem a correr de
sapatilhas"... Agarra mas é numa vassoura que dá o mesmo efeito. Ou como se
dizia no século passado, tens sempre a "dança dos encalhados".
A música que acompanha este post? Pode ser esta (e, sim, ainda
tenho o single).
Mi madre... as vezes que eu dancei esta música...
6 comentários:
Ni exactamente não há melhor descrição. No início o gira-discos tinha somente um altifalante que era a sua própria tampa. E lá vinham os Bee Gees e os "slows" era uma alegria todas agarradinhos e juntinhos, sem nos mexermos muito, para saborear :)).
Para os fazermos as nossas mães às vezes tinham de falar com as mães das meninas para as deixarem ir aos bailaricos de garagem.
Eles hoje sabem lá o que é isso ! Vive-se tudo a correr, aos 15 já viveram coisas que nós somente vivíamos aos 25 ou mais tarde !
Não sou fã do Lionel Ritchi, mas gosto de ouvir esta música !
Sabes Ricardo, acho que nos acabámos por aproveitar melhor a vida. Apesar de toda a dificuldade. Bjs
Saudades?
Ontem também estive com a neura, confesso. :) Há dias assim.
Saudades? Detesto ter saudades.
É feio dizer isto mas...ainda bem que não sou a única a ter neuras. Já começava a pensar que era esquisita. Quem tento enganar...sou esquisita! :)
Nunca fui a uma festa de garagem, mas guardo boas recordações de algumas garagens que frequentei à noite na minha adolescência... :))
Francisco, nem sabes o que perdeste...
:)
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