segunda-feira, 3 de julho de 2017

Baú das Recordações...

O Ricardo, com o seu Blog o Pacto Português, tem sempre o dom de me fazer viajar através dos tempos.
 
Ele sabe, porque já tivemos oportunidade de falar pelo mail sobre o tema, que um dos meus grupos "fétiche" dá pelo nome dos Moody Blues.
 
De toda a discografia é sem dúvida o álbum "Long Distance Voyager" de 1981  que me transporta até à minha adolescência e até àquele que foi o meu primeiro grande amigo (sim, já aqui confessei que sempre preferi ter homens como amigos).
 
Não havia nada que ele não soubesse sobre mim. Não havia nada que eu não conhecesse sobre ele. Bastava um olhar para falarmos.

Era dele, o abraço que me rodeava o corpo quando me sentia em baixo. Era minha, a mão que lhe afagava a face quando estava nervoso antes de começar o jogo.
 
Fomos inseparáveis até à altura em que ele se apaixonou por alguém que não conseguia entender como era possível uma amizade entre um homem e uma mulher. Pelo que a sentença estava dada "ou eu ou a tua amiga". Quando me contou, poupei-lhe o trabalho de ter que escolher.
 
Afastei-me... 
 
Deixámos de falar em 1986 quando ele casou. Obviamente, não fui convidada para o casamento.
 
Falámos pela primeira vez há cerca de três meses. Contactou-me pelo facebook a propósito de um jantar de antigos alunos. 
 
Fiquei de pensar se ia ou não ao jantar.
 
Acabei por não ir. Porque naquele dia de junho de 1986 algo se quebrou ...
 
Ficam as recordações únicas e que nunca esquecerei. (T., tens sempre um lugar no meu coração)
 
Fiquem com o álbum dos Moody Blues e, em particular, com o tema "Talking out of turn".


2 comentários:

Francisco o Pensador disse...

Sim, sem dúvida que algo ficou quebrado. Quebrou-se a confiança, a estima, o elo que vos unia e o sentimento de gratidão que dava sentido à vossa amizade. A tua serenidade obrigou-te a fazer uma escolha pelos dois, e acredito que possa ter magoado as duas partes, mas se por um lado ele teve alguém para ajudar a enxugar as suas lágrimas, tu, do teu lado, tivestes que suportar esta mágoa sozinha. E ninguém merece isso.

Olha, sabes o que dizes sempre?
Nunca chores por aquilo que fizestes, mas sim por aquilo que poderias ter feito e não quisestes fazer. :)

Bjs

NI disse...

Francisco, e não choro. Recordo os grandes momentos que passamos juntos com um sorriso. Foi o irmão mais velho que não tive. Foi o "meu" Lancelot quando alguém se metia comigo. Foi à custa dele que os meus pais me deixaram sair pela primeira vez à noite. Foi no dia que fiz 17 anos. Tinha ganho uns bilhetes num concurso de rádio para ir ver um grupo francês: os Telephone.

Eu fui quem ouviu os seus desabafos quando tinha uma paixão platónica pela miúda mais gira da sala e que não lhe ligava nenhuma. Era eu quem o acalmava nas vésperas dos grandes jogos. Era eu quem levava faltas a vermelho por defendê-lo na sala de aula. :)

Foram momentos mágicos e que eu nunca me esquecerei e nunca me arrependerei de os ter vivido. E sei que se o vir na rua darei um abraço bem apertado para me vingar destes 31 anos de ausência.

E, mais a mais, tu sabes porque já falámos sobre isso, dou uma enorme importância à amizade. É uma forma de amar. E muitas vezes temos que deixar partir quem amámos.

Bjs

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso