sábado, 31 de março de 2012



"Acho que os sentimentos se perdem nas palavras.
Todos deveriam ser transformados em acções,
em acções que tragam resultados"
 
(Florence Nightingale)



Nestes últimos meses apercebi-me de como é fácil para algumas pessoas mudarem os seus sentimentos.


Para essas pessoas o que hoje é importante, amanhã é insignificante.


Para essas pessoas é tão fácil dizer o que se quer. Mas não o que se sente.


Gostava de ter essa capacidade.


A capacidade de dizer aquilo que não sinto. De utilizar as palavras como instrumentos da mentira, da ilusão, do engano.

Gostava de ser superficial e egoista. De utilizar as palavras como instrumentos para não conhecer a saudade.
 
 
A música só podia ser esta.
 
 

sexta-feira, 30 de março de 2012

Ainda dizem que a vida de polícia é fácil...

Olhem só este vídeo e depois digam qualquer coisa.

Reza a história que "Indignado com a sua detenção, o homem, visivelmente alcoolizado, começou por protestar com a polícia, mas acabou por cantar uma impressionante versão do Bohemian Rapsody, dos Queen, sem se enganar uma única vez na letra ou no ritmo. O vídeo foi parar ao YouTube há apenas dois dias e já foi visto mais de um milhão de vezes" (notícia aqui).

Uma coisa vos garanto, fosse eu polícia e tinha deixado o homem curtir os Queen para casa dele.



Nota - Mas já ouvi cantarem este tema bem pior.

O Voto e o Sexo...


Então não é que os eleitores de esquerda fazem mais sexo que os da direita?

"Os franceses de direita praticam menos sexo do que os de esquerda. E são também estes últimos os mais dados a novas experiências sexuais, segundo revela uma sondagem divulgada esta sexta-feira pela revista «Hot Video».

«Os eleitores de candidatos de direita e centro tendem a ter uma vida sexual menos intensa do que os restantes franceses», conclui a sondagem realizada pela empresa Ifop.

De acordo com este estudo, os eleitores que votaram no atual presidente francês, Nicolas Sarkozy, têm, em média, 6,7 relações sexuais por mês, os que votaram no centrista François Bayrou 5,9 e os que apoiaram os candidatos de esquerda 7,6."
(notícia
aqui).

A sério? Bom, pelo menos abre a possibilidade de uma maior variedade de respostas e, em vez de se dizer "eu sou muito homem", ou  "sou um verdadeiro garanhão", quando se quer fugir à verdade", sempre pode dizer:

- Oh Toino, quantas vezes por semana fazes sexo com a Maria?

- Eh pá, eu sou um gajo de esquerda?


E se for mulher? Aqui muda de figura. É que as mulheres já têm mais um motivo para se queixarem do companheiro:

- Então Josefa, o Manel já te dá "assistência"?

- Ai Rosa, nem queiras saber, entao não é que lhe deu para apoiar a direita?


Agora, qual é a pergunta sacrimental antes de um casal se juntar?

Certo. Será mais a menos esta:

- Querido(a) votas em que partido?


Imaginem agora as discussões quando uma relação chega ao fim.

- Mas já não me amas?

- Não. Não vivo com uma pessoa que vota na direita.

Quando virem uma camisola deste estilo, já sabem o motivo.



Fosga-se...


quinta-feira, 29 de março de 2012

O que é o Amor?



Antes que fiquem entusiasmados com a perspectiva de, finalmente, conseguirem encontrar uma definição de amor aviso-vos para tirarem o "cavalinho da chuva" pela simples razão de que não faço a mínima ideia do que é isso de "amor" (no aspecto romântico, estão a ver? Estilo Sir Lancelot e Guinevére, D. Quixote e Dulcineia, Romeu e Julieta, Ulisses e Penélope, Pedro e Inês. Por outras palavras, o "amor" que não ata nem desata e que quase sempre acaba mal).


Já trocamos imensas ideias sobre o Amor, a Amizade, a Paixão. Uma delas foi que o Amor e a Amizade são sentimentos com alguma similitude de tal forma que muitas vezes chegam a ser confundidos.
 
 
De facto, quantas vezes gostamos tanto de uma pessoa que julgamos estar perante o amor e nada mais é do que uma profunda amizade?
 
 
Alguém escreveu: “quando gostamos realmente de alguém, simplesmente gostamos e não esperamos conseguir qualquer vantagem com isso. Isso se aplica principalmente com a mais pura expressão de amor, que é a amizade”.
 
 
Por seu turno, Antoine du Saint Exupery, no seu livro “ O Pequeno Príncipe”, escreveu que o “O verdadeiro amor começa quando nada se espera em troca”.
 
 
Na amizade apenas gostamos de alguém de forma desinteressada. Independentemente do seu aspecto físico, da sua posição social, dos seus conhecimentos. Gostamos. Apenas e só. Quando gostamos de alguém, gostamos da sua companhia, de partilhar alegrias e tristezas. Partilhar os risos e os silêncios.
 
 
Mas, a ser assim, o que é, afinal, o amor? Que sentimento é este que ainda ninguém conseguiu definir? Penso que na sua génese estará a amizade, acrescida de algo que não ocorre na amizade: a compatibilidade física.
 
 
Mas será assim? Tão linear? Como é possível que qualquer um de nós consiga distinguir estes dois sentimentos e tenha dificuldades em defini-los?
 
 
A música tem que ser a mesma que coloquei em 2008. Esta.
 
*

Ah grande miúda...




 
Se a moda pega por cá para além do "não redondo" é choradeira na certa. Pior que as carpideiras...



*

Verbo do dia-a-dia...

Recebida por mail

Duas da manhã...

Ei...bem bom, duas da manhã...

Bem que podia colocar aqui a música das "Doce".

Mas não.


Com D. Insónia a fazer-me companhia sinto-me sobretudo "vulnerable".


*

quarta-feira, 28 de março de 2012

A sensibilidade feminina e a moda...



No post de hoje "A Minha Essência"  apela hoje às mulheres para "buscar no íntimo de cada uma a sensibilidade feminina", terminando com a seguinte frase:


" Há cores e cores! Há gostos e gostos! Há quem vá rigorosamente pelas tendências da moda e as que vão rigorosamente pela assertividade da coerência. Tudo analisado, é o que salta à vista, matemático."

Concordo em absoluto com ela porque quer aceitemos, ou não, temos que adequar as tendências da moda aos nossos gostos pessoais e ao corpo que a mãe natureza nos impingiu. Esse trabalho de adequação é feito utilizando uma arma subaproveitada pela maioria das mulheres: sensibilidade feminina.

Mas a ânsia de estar, por um lado, a par da moda e, por outro lado, por pensarem que "quanto mais carne mostram" mais atractivas se tornam aos olhares dos outros é mais forte. E depois?

Bom, depois, dá nisto...

Imagem recebida por mail

O princípio da relatividade...

Se na fisica o princípio da relatividade significa equivalência, em matéria de afectos a relatividade pressupõe a capacidade de relativizar aquilo que para nós é importante mas que para os outros é insignificante.

Provavelmente não se recordam deste post. Não se preocupem que não perdem grande coisa mas hoje vão levar com a mesma mensagem.

A propósito de algo que para mim era importante, e que para alguém importante para mim era insignificante, escrevi que aprendi a relativizar as situações e a encarar os aspectos negativos com alguma serenidade apesar da minha manifesta ineptidão para lidar com a  indiferença por parte das pessoas que eu mais amo.
E até fui incluir um pensamento de Somerset Maugham para justificar que muitas vezes nos limitámos a procurar desculpas e não razões para os nossos comportamentos.

E as pessoas esquecem-se que para alguém com o mínimo de sensibilidade é tão fácil descobrir que estamos perante meras desculpas. As "desculpas esfarrapadas" são como as mentiras. Descobrem-se. Mais tarde ou mais cedo.

Hoje vou até à Póvoa de Varzim jantar com uns familiares do meu marido que estão lá a passar umas curtas férias. Até aqui tudo bem. Aliás, foi visível a alegria do meu marido com o convite e a sua imediata anuência ao mesmo. 

Mas a única coisa que retenho é que  o motivo invocado para eu ter que passar o dia dos meus anos sozinha em casa não foi uma razão. Foi uma desculpa.


E enquanto aguardo a reunião de trabalho vou "viajar" até uma praia distante e fazer de conta que estou junto ao mar a dançar esta música porque, definitivamente, o princípio da relatividade estraga a minha beleza...

terça-feira, 27 de março de 2012

O que me desconcerta - I


"Da Eterna Procura


Só o desejo inquieto, que não passa,
faz o encanto da coisa desejada...
E terminámos desdenhando a caça
pela doida aventura da caçada."

Mário Quintana




A procura, às vezes insana, da satisfação que logo a seguir nos deixa insatisfeitos.

Isto é, nunca estamos satisfeitos. Mesmo quando obtemos aquilo que desejamos.

O que será que, de facto, nós procuramos? Apenas a adrenalina da conquista para abandonar os "despojos"?

E quando os "despojos" são seres humanos como nós? 


E a música só podia ser esta.

A estupidez do preconceito...



"A quantidade de preconceito que cada um de nós tem
é inversamente proporcional à inteligência."

Jefferson Luis Maleski



É um pensamento repetido neste espaço mas que hoje, uma vez mais, se justifica por um vídeo que vos convido a ver.

Quando o nosso olhar se retém apenas naquilo que "queremos ver", quando pensámos com o espartilho dos preconceitos podemos perder a oportunidade de conhecer pessoas absolutamente excepcionais.

Outro pormenor, não menos importante, é a lealdade que um jovem demonstra àquela que conseguiu olhar para além do que os outros viram. Tinha mais hipóteses em seguir sozinho? Talvez. O próprio membro do júri o disse. Mas ele negou seguir sozinho fosse qual fosse o resultado. Porque ele sabia que  só estava ali, naquele momento, porque ela o incentivou. Faz-me acreditar que ainda há solução para o ser humano. 

Caíram-me algumas lágrimas? Caíram, daquelas que nos fazem sorrir de esperança.

Querem a prova? Isto.


Porque hoje me apetece dizer isto...


Porque em qualquer altura da nossa vida sentimos e queríamos dizer isto:


"Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar
E vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.
Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.
Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio       
Contigo eu venço
Num beijo assim.
Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.
Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua."

Pedro Abrunhosa


E a música faz o resto...



Pensamento que hoje me ocorre...



Não interessa o "onde" e o "como" mas no que deu.


A propósito deste mail que acabei de receber:




Eu bem digo que as insónias trazem consequências mas ninguém quer crer...


*

segunda-feira, 26 de março de 2012

A dança da vassoura...



Ou como se dizia no século passado a "dança dos encalhados".

A propósito do post anterior devo dizer que sou daquelas pessoas que é capaz de estar horas seguidas a dançar.

Antes de me casar não havia fim-de-semana em que não desse o "gosto ao pé" E nos velhinhos bailes de garagem o slow era obrigatório.

Infelizmente o meu marido não está pelos ajustes. Não gosta de dançar e nunca dançámos  juntos desde que estamos casados. No ano passado, ( por milagre só pode) , estava eu na pista de dança com um casal amigo e olho para o lado e ele lá estava, num cantinho escondido, a dar uns passos ao som da música. Pelo menos conseguiu que eu ficasse a olhar com ar aparvalhado.

Resumindo, há 25 anos que não danço um "slow" mas ainda não perdi a esperança. Quem sabe, quando ele for velhinho e não se aguente das pernas ele se agarre a mim e eu aproveito e coloco uma música bem romântica.

Pois, Ni, fia-te na "virgem a correr de sapatilhas"... Agarra mas é numa vassoura que dá o mesmo efeito.


Enquanto isso, ouço esta música que se pode dançar sem acompanhante porque basta saltar para dar o mesmo efeito.

Paixão assolapada...

Batimentos cardíacos acelerados, tremor nas mãos, rubor na face, euforia desenfreada...

Reconhecem estes sintomas? Segundo os entendidos são os sintomas de quem vive uma paixão.

Ora, nos últimos anos eu vivo uma "paixão assolapada". Ou melhor, alguém tem uma "paixão assolapada" por mim mas eu é que tenho os sintomas.

Confusos? Pois, consequência da dita paixão que já nem me deixa escrever algo que faça sentido.

Vejamos:

As insónias estão para mim como a TPM está para a maioria das mulheres. Todos os meses lá vêm visitar a menina durante cinco ou seis dias. Eu acho que é paixão e daquelas assolapadas. Ora, que a Sr.ª Insónia tenha uma "paixão assolapada" pela minha pessoa nem me aflige muito (é sempre bom saber que conseguimos despertar a paixão em alguém principalmente quando chegamos aos "entas"). O que já não acho piada nenhuma é que ela faça a festa e apanhe as canas e os sintomas fiquem todos para o meu lado. É que no terceiro dia as arritmias começam, bem como o tremor nas mãos, o rubor na face e a euforia desenfreada (graças às doses de cafeína que sou obrigada a ingerir para me manter em pé). E pergunto eu: qual o proveito que retiro desta paixão? Alguém me responde? E as olheiras? Sim, mulher que se preze não gosta de mostrar ao mundo que passou a noite em claro (a não ser que seja por uma boa causa o que não é, definitivamente, o caso).

Tudo isto para dizer simplesmente que o dia nem a meio vai e já estou cansada e que dava tudo para estar neste momento a dançar este tema da mesma forma que a menina que aparece no vídeo. Como não posso vou tomar o meu 5º café e venho já...

domingo, 25 de março de 2012

E vão oito meses...




"Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é."

Alberto Caeiro


A música? Vamos recuar até ao ano de 1977 e a um dos temas obrigatórios nos velhinhos bailes de garagem. Aqui


Dos erros...




Não, não vou falar dos erros que todos nós vamos fazendo ao longo da vida em matéria de afectos e de encarar a vida. Estaria aqui a vida toda e não conseguiria enumerar todos.

Vou falar daqueles erros que consistem em, sem querer, alterar todo o sentido de uma frase. Se num diálogo esses erros podem passar despercebidos o mesmo não acontece quando estamos a escrever um texto que vai ficar para memória futura.

Como este que se pode ler num aviso paroquial:

" Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência.
É uma boa ocasião para se livrar das coisas inúteis que têm em casa.
Tragam os seus maridos! "

Ora qui está uma excelente ideia de como "despachar um marido". Mas não deve ter sido esta a ideia do Sr. Pároco da aldeia.

Mas deu-me ideia para um desafio: já escreveram ou disseram algo que possa ter induzido alguém em erro? O quê?


A música de hoje? Após uma noite de insónias só podia ser esta.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Homens lisboetas estão entre os mais bonitos do mundo...

"A Travelers Digest elegeu Estocolmo como a cidade com os homens mais bonitos do mundo. Por ordem decrescente nomeou Nova Iorque, Amesterdão, Lisboa e Buenos Aires.

Quanto às razões para a eleição dos homens lisboetas, a revista aponta qualidades como "cosmopolitas e bem-educados" assim como "cavalheiros altos, carismáticos e atléticos que poderão causar surpresa com o seu firme conhecimento não só da própria cultura, como da de outras nações".
(...)
Em qualquer um dos casos, seja lisboeta ou português, a publicação conclui que estes "sedutores latinos serão capazes de fazer os pés das amadas levantarem do chão"". (Ler mais aqui)

"Cavalheiros altos, carismáticos e atléticos"? Mas será que os homens de Lisboa metem férias quando tenho que ir à capital? Mas, enfim, lá se mantem a fama de "machos latinos".


Paixão...



Quando a paixão entra pela porta principal,
a sensatez foge pela porta dos fundos.
Thomas Fuller

Mas que há alturas em que nos dá ganas de mandar a sensatez às urtigas, lá isso é verdade. Nem que seja para ficar na memória uma emoção para sempre.
Mas parece que somos formatados para travar a inevitabilidade. E, na maioria das vezes, não é que conseguimos? Mesmo que a vitória consista numa fuga.
E por falar em emoção para sempre...



E o que faz uma mulher numa sexta- feira?



Não, meus queridos. A imagem é só para enganar.

Se a pergunta fosse o que uma mulher gosta de fazer numa sexta- feira eu responderia assim: o dia começaria com dois cafés (imprescindível). Depois lá ia a um spa levar com uma bela massagem a quatro mãos pelo corpinho avantajado que a mãe natureza fez o favor de me oferecer. É claro que o cabelo ficaria com um aspecto desgraçado graças aos óleos e afins pelo que teria que ir ao cabeleireiro levar com uma bela massagem no couro cabeludo. Depois era comprar um bilhete para uma sessão de cinema e terminar o dia junto ao mar a ver o pôr-do-sol.

Mas a pergunta foi o que faz uma mulher numa sexta- feira. Certo? E, ainda por cima quando, por acaso, até está em casa porque foi compulsivamente obrigada a tirar um dia de férias.

Eu explico a parte do "compulsivo". A minha mania de gostar de trabalhar faz com que chegue no final do ano com "paletes" de férias por gozar. A pensar em pessoas burras como a "je" a lei veio obrigar a que se goze as férias acumuladas do ano anterior até 31 de Março. Ora eu ainda tinha 12 dias do ano passado pelo que ando a "gozar férias" estilo saltibanco. O engraçado disto tudo é que estando com processos com prazos definidos tenho que trazer o trabalho para casa.

Em conclusão, estou numa sexta-feira em casa a trabalhar. É certo que não tenho horários definidos mas isso também ocorre nos restantes dias.

Assim, a estratégia está montada: arrumar a casa e concluir um relatório. Muito parecido com aquilo que eu gostava de fazer como estão a ver...


Fiquem com um dos temas preferidos porque é-me impossível não sentir a pele ficar arrepiada quando ouço esta letra.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Havia de ser bonito...




 

Quando vi esta imagem que me mandaram por mail a primeira ideia que me ocorreu foi como é que o raio da mulher consegue fugir das vacas (digo vacas porque não vejo nenhum "perdicalho ao dependuro") se elas se lembrassem de avançar sobre ela. É que, convenhamos, se já não é fácil correr sobre a relva, deve ser bem mais complicado com aquele vestido.


*

Como funcionam os casais?

Ou melhor, o que pensámos dos casais?

A resposta é bem mais fácil do que parece.

É verdade que estou na fase de "desmacha-prazeres" (ou cínica como alguns me acusam), mas não é menos verdade que contra factos não há argumentos.


Vejamos:


  • Se o homem é "bom como o milho" e a mulher "feia como o raio que a parta" e se estão juntos só há uma justificação: ela é rica.

  • Se a mulher é uma "obra-prima da mãe natureza" e o homem foi "feito numa noite de nevoeiro" e se estão juntos só há uma justificação: ele é rico.

  • Se ela é "boa como o caraças" e ele é um adónis e estão juntos uma coisa é certa: a relação não vai durar.

  • Agora, juntem duas mulheres feias. Juntaram? Resultado? Amigas.
  •  
     
  • Mas agora tentem juntar duas mulheres bonitas. Juntaram? Pois, agora fujam porque no meio da competição pode sair "salgalhada".

Quanto aos homens, bom eles estão a borrifar-se para a beleza quando se trata de amizade.


Mas pensam que é só em termos de beleza física? Vamos então à idade.


  • Se vemos um trintão com uma quarentona só há uma justificação: ela é rica.
  • Se vemos um quarentão com uma trintona dizemos: é uma relação normal. Onde está o problema?


E depois eu é que sou cínica.

Diálogos Improváveis II



- Não sei o que fazer para o esquecer...

- Esquecer quem?

- O meu grande amor?

- Ahahahahah. Amor? Mas não sabes que o amor é um sonho e que tu és apenas uma sonhadora? Deita-te, dorme um belo sono e de manhã não te vais lembrar de nada...


Digam lá que não era mais fácil. Claro que era mas temos esta eterna mania de complicar.


E por falar em amor, sonho e sonhador fiquem com este tema que foi lançado no longínquo ano de 1985.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O que pode levar uma mulher ao climax sexual ...


Imagem retirada daqui


"O simples exercício físico feito, por exemplo, num ginásio, pode proporcionar às mulheres prazer sexual e conduzi-las ao orgasmo. Essa foi a conclusão a que chegaram investigadores da Universidade de Indiana, nos EUA. Os estudiosos concluíram que fazer abdominais, trepar uma corda, usar a bicicleta estática ou o levantar pesos é quanto basta a muitas mulheres para atingirem o prazer sexual." (notícia aqui)


Mais um bocadinho e os homens... já eram!



...

Porque hoje me apetece ouvir isto.



*

As mulheres e as casas de banho... o segredo...



Para que os homens, de uma vez por todas, entendam porque razão há uma tendência natural para as mulheres irem em grupo à casa de banho e demorarem mais tempo do que eles.
"O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.


Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.

"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.

Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui tou-me a mijar!".

Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.

Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair.

Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa... Penduras a mala no gancho que há na porta... QUAAAAAL? Nunca há gancho!! Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de...

Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te na dita "posição a três quartos"...

AAAAHHHHHH... finalmente, que alívio... mas é aí que as tuas coxas começam a tremer... porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!

Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *"nunca te sentes numa sanita pública"*, e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer... e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias!!

Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" requer uma grande concentração e perícia.

Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!

Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta... ???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!

E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).

Encontras o lenço de papel!! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.

Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu "alguém tem um pedacinho de papel a mais?" Parva! Idiota!

Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim... porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se??).... Estás exausta! Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!

Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de agua (ou xixi? lembras-te do lenço de papel...), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.

Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças - porque não vais gastar um lenço de papel para isso - e sais...

Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.

"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota.

"Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer.

E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e "a dignidade".


*Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e servir de cabide ou de agarra-portas! Passa isto aos desgraçados dos homens que sempre perguntam "querida, por que motivo demoraste tanto tempo na casa de banho?" .... IDIOTAS!*"
(Recebida por mail)

terça-feira, 20 de março de 2012

A loucura do Amor...


 Imagem daqui


Todas as paixões nos levam a cometer erros,
mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.
François La Rochefoucauld


Voltemos a um desafio que já aqui foi lançado há uns anos atrás.


Não vou perguntar se já cometeram algum erro por paixão ou por amor. É algo redutor e não tem piada nenhuma falarmos somente nos erros que cometemos.

Vamos alterar um pouco a frase do François que ele de certeza que não leva a mal e vamos confessar as coisas mais doidas que fizemos por paixão ou por amor.



Desejos...

Quais são os 4 maiores desejos do homem?

A resposta não é difícil.

Vejamos:


1. Ser tão bonito quanto a mãe acha que ele é.

2. Ter tanta mulher quanto a mulher dele acha que ele tem.

3. Ter tanto dinheiro quanto os amigos dele acham que ele tem.

4. Ser tão bom de cama quanto ele acha que ele é
 
 
 
 
Nota 1 - Hoje estou "mázinha"
Nota 2 - Post recuperado do ano de 2009
 
 

Eu sei que foi ontem...

Mas também já conhecem a minha mania da contradição.



Mais a mais, ando com a terrível sensação de que os putos sabem mais do que nós...


segunda-feira, 19 de março de 2012

Diálogos improváveis...



-Amas-me?

- Não.

- Que alívio!


Improvável? Talvez sim, talvez não. Mais simples? Claro que sim.

E fiquem com uma voz do Norte e que é dona de uma voz fantástica. Há cerca de um mês assisti a um espectáculo que ela, na companhia de outra intérprete, dá todos os dias num espaço em Espinho e só tenho pena que ela não tenha o reconhecimento que merece.

Diana Bastos, porque hoje me apetece gritar e sentir...



" O tempo vai, o tempo vem
Como a verdade e o mar
O mundo dá o que o mundo tem
A liberdade e o luar
E um dia
O céu não nasce azul
Mãos que um pássaro voou
Deixem que esta mão se bata por ti
Já não há razão pra que nada seja assim
Não é a dor que é cruel
É o amor que rasga a pele
Grita, sente, o meu corpo junto ao teu até morrer
Prende, quente, o meu rosto de guerreira e de mulher
Grita, sente, o meu corpo junto ao teu amanhecer
Prende, quente, o meu corpo junto ao teu até morrer
(Grita, sente) de guerreira e de mulher
(Prende, quente) junto ao teu até morrer
(Grita, sente) de guerreira e de mulher
(Prende, quente) junto ao teu até morrer
(Grita, sente) "



ADENDA: O autor do tema interpretado por Diana Bastos é, obviamente, Pedro Abrunhosa


 

Desafio...

Ora muito bem, já respondi a este desafio mas há duas razões que me levam a responder de novo apesar de não o fazer na íntegra. Em primeiro lugar, o respeito e o carinho que tenho por quem me desafiou (a Ana da "Caixa Poeirenta"), e, em segundo lugar, porque as questões que ela coloca são diferentes. Ficará por responder a 1ª parte porque já sabem quase tudo sobre mim.

Vamos lá responder às questões da Ana:

1 - Touradas ou anti-touradas?     

R: Anti-touradas. E não me venham com a questão cultural e de ser uma tradição. Nalgumas culturas também a excisão da mulhere é uma prática com a qual ninguém de bom senso pode estar de acordo.


2 - Maquilhagem ou sem?

R: Um simples creme de dia e lápis preto. Não tenho "pachorra" para estar em frente ao espelho.


3 - Se pudesses mudar de emprego, o que farias?

R: Rádio.


4 - Se pudesses mudar de país, para onde irias e porquê?

R: Chamem-me de parva mas gosto do meu País. Os outros só para conhecer.


5 - Adopção por casais homossexuais: a favor ou contra?

R: A capacidade de dar amor não tem nada a ver com opções sexuais.



6 - Vives com quantas pessoas?

R: Por vezes tenho a sensação que vivo com algumas centenas porque sempre me viram como aquela que resolve os problemas de toda a gente. Mas vivo com mais três pessoas. O meu marido e duas filhas. Se a questão fosse com quantos animais teria que acrescentar mais 4: um cão, uma gata e dois peixes.


 
7 - Gostavas de viver sozinha/o?

R: Quantas vezes me apetece viver sozinha. Nunca me dei mal com a solidão. E quantas vezes vivendo rodeados de pessoas nos sentimos sós.


8 - Qual o teu filme preferido? E porquê?

R: Há três matérias que não consigo responder: escolher um filme, um livro ou uma música. Os filmes que vi, os livros que li, as músicas que ouço trazem sempre algo de novo à minha vida. Posso identificar-me e/ou simplesmente deixar-me enlevar. Ainda por cima quando os gostos são tão dispersos. Tanto gosto de um "Casablanca" como de um "Rei Artur". De um "Good Morning Vietnam" como de um "Star War's". De uns "Men Black" como de um "Sweet November". De um "Orgulho e Preconceito" como de um "Os 3 Mosqueteiros".

9 - Livro mais marcante da tua vida?

R: Olha outra. Leva a mesma resposta da anterior. Preferido? Minha nossa...Já li milhares de livros. "Os pioneiros" de Pearl Buck, "Grandes Esperanças" de Charles Dickens, "O Anjo dos Esquecidos" de Hans Konsalik, "Os Miseráveis" de Vitor Hugo, "Guerra e Paz" de Tolstói, "Ana Karenina", Eça, Camilo, Miguel Torga, Júlio Dinis, Jane Austen...

10 - Quem te desiludiu mais na vida?

R: Quem eu menos esperava. Geralmente é assim. A maior desilusão vem de quem menos se espera.

11 - Quem acreditas que nunca te vai desiludir?
R: Não acredito nisso. A vida ensinou-me que a máxima descrita na resposta anterior é uma realidade.

Missão cumprida.



Nota - Não passo a ninguém porque penso que já todos aqueles que me visitam e que eu visito já responderam.

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Sexo e o Álcool ...

"Cientistas norte-americanos descobriram que, tal como muitos humanos, também as moscas macho refugiam-se álcool quando rejeitadas pelas fêmeas. Ao contrário, as moscas sexualmente satisfeitas abstêm-se de beber."  (ler notícia do JN aqui)

E o que acontece às fêmeas rejeitadas pelos machos?

Será que se refugiam nas compras?

Considerando que o vinho é das poucas coisas que não viu o IVA aumentado quer-me parecer que face à crise é capaz de ser uma solução bem mais em conta...

É claro que bem melhor seria que não andasse meio mundo frustrado.


Sedução...


Imagem recebida por mail


Será que "o jogo de sedução" era bem mais interessante há uns anos atrás?


Das duas três:

Ou é só impressão minha, ou ..

é falta de prática, ou ...

estou mesmo a ficar uma "velha do restelo" ... 



Estou inclinada a votar na do meio.




Pensamento do dia...


Ou, simplesmente, uma forma de subir a nossa moral no início do dia mesmo que o espelho nos diga que estamos uns verdadeiros trastes...




Até porque há sempre uma música como esta que nos leva onde nós quisermos.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Parabéns aos sportinguistas...

Todos sabem que sou portista ferrenha mas vi o jogo desta noite empolgada e sofri a bom sofrer nos últimos 20 minutos.

Grande espírito de equipa.

Muitos parabéns.




A filematologia ou a ciência do beijo...


Vamos recuar até 2009 e recordar um post de então.

Naquele tempo andava muito "beijoqueira" pelo que o tema foi o beijo. Ou melhor, a filematologia. Ai não sabiam que o estudo do beijo é uma ciência?

Pois fiquem a saber que beijar tem muito que se diga.

Não é só lábios juntinhos ou dança de línguas.
Os cientistas acreditam que um simples beijo pode determinar o futuro de uma relação.

Mais, ainda, combate a depressão (ups, tenho que voltar ao estado de "beijoqueira").

E, mais uma vez, lá vêm outras vez as feromonas, (foi tema de outro post mas se a ausência de imaginação persistir vai cair aqui de novo), e tudo terminado em "monas" como "Figueiró dos Vinhos".

E a equação anatómica e fisiológica de um beijo? Bom, nem queiram saber... O acto põe em acção vários músculos, cujo número varia em função da intensidade...  a pressão exercida pode atingir os 12 quilos, os batimentos cardíacos disparam dos 70 para os 150 por minuto e são trocadas pelos menos 250 bactérias Fosga-se...

Mas como o saber não ocupa lugar, vejamos a notícia assinada pelo Nelson Marques do “Expresso”:

“...Afinal, porque beijamos? Simples: porque queremos. Porque nos rendemos aos afectos e nos deixamos levar pelos impulsos românticos. E, contudo, explicam os cientistas, o fenómeno é muito mais complexo que a simples comunhão de duas bocas, seja no entrelaçar das línguas ou, com menos saliva, na união de dois lábios (ou, para ser mais rigoroso, dois pares de lábios). Por isso criaram a filematologia, a ciência que estuda o beijo e as suas funções...

...Por detrás de cada gesto escondem-se não só um emaranhado de reacções orgânicas, mas também uma miríade de motivações que nem sempre são óbvias. Beijamos por paixão, mas também por costume, educação, respeito e até por mera formalidade. A própria forma como beijamos varia de acordo com o que queremos expressar.

Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, as origens do beijo estão num instinto bem mais primário: o das mães primatas mastigarem a comida e a passarem às crias através da boca, um costume que sobrevive ainda em algumas tribos do Planeta. O gesto, especula Morris, terá evoluído para uma forma de confortar crianças esfomeadas quando a comida escasseava e, mais tarde, para demonstrar amor e carinho.

Para outros cientistas, beijar está ligado ao complexo processo de escolha de um parceiro. Quando duas pessoas se beijam, trocam uma série de informações (gustativas, mas também olfactivas, tácteis, visuais e até de postura) que, inconscientemente, as ajudam a perceber o grau de comprometimento do outro na relação. O gesto pode revelar até que ponto se está perante a pessoa ideal para formar família, sendo por isso uma acção fundamental para a sobrevivência das espécies.

...Beijar activa a libertação de feromonas que, ao serem detectadas, de forma inconsciente, pelas mulheres, as ajudam a escolher os parceiros que terão uma melhor descendência... Aqui funciona a lei de que os opostos se atraem: elas preferem homens com um CMH diferente do seu, uma escolha influenciada pela Natureza: juntar parceiros com diferentes genes do sistema imunológico fortalece as defesas da geração seguinte, melhorando, assim, as hipóteses de sobrevivência da espécie.

Talvez por isso, a ciência tem demonstrado que o primeiro beijo pode ajudar a afastar o que as forças do romantismo uniram... Segundo um estudo publicado na revista científica "Evolutionary Psychology", 59% dos homens e 66% das mulheres admitiram já ter perdido o interesse por alguém após o primeiro beijo.

A investigação revela outros dados interessantes, que vêm confirmar alguns estereótipos sobre os comportamentos sexuais dos dois géneros: os homens utilizam mais o beijo como um meio para atingir um envolvimento sexual e estão mais predispostos a ter sexo sem beijar, com alguém que considerem beijar mal ou mesmo com alguém por quem não se sintam atraídos. Já as mulheres, intuitivamente, tendem a usar o beijo para avaliar o estado da sua relação e o grau de comprometimento do seu parceiro.

O estudo revelou outro dado curioso: os homens preferem beijos mais molhados e com mais contacto de língua. A opção, percebe-se agora, não é ingénua. A saliva masculina contém grandes quantidades de testosterona que podem afectar a líbido das mulheres. Os cientistas baralham outra hipótese: a dos homens terem uma menor capacidade de detecção química e sensorial, precisando por isso de mais saliva para fazer a sua avaliação da parceira...

... Por paradoxal que possa parecer, pode também ter efeitos terapêuticos, por exemplo, no combate à depressão. Segundo um estudo realizado no Reino Unido, beijar estimula o cérebro a libertar endorfinas, substâncias químicas que funcionam como uma espécie de 'opiáceo' natural do organismo, proporcionando sensações de prazer, euforia e bem-estar que ajudam a combater a depressão. Quanto mais excitantes e apaixonados os beijos, maiores os benefícios para a saúde. Além disso, baixa os níveis de cortisol, conhecida como a hormona do stress, e pode até funcionar como uma forma de 'vacinação' natural dos bebés: ao beijar o seu filho recém-nascido, a mãe transmite-lhes, de forma diluída e progressiva, os seus germes, desencadeando as defesas do organismo do bebé.

Indiferentes às dissertações científicas, beijamos, sobretudo, pelo prazer de beijar. Porque é, afinal, disso que se trata: de um prazer magnético em que duas almas se unem. Que importa o resto?”


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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso