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" Não te julgues um “incompreendido”, porque todos o somos.
Dizeres-te incompreendido é supores-te privilegiado,
com direito à compreensão alheia.
Não te digas incompreendido.
Vê antes se te compreendes a ti."
Virgílio Ferreira, in Pensar
A necessidade que eu sempre tive de encontrar fundamentos e razões para tudo o que me acontece impede-me, muitas vezes, de relativizar o que é, de facto, importante e de fechar capítulos na minha vida.
Quem me conhece sabe que me entrego por inteira a tudo o que faço, vivo e sinto. Talvez por isso sinta as perdas de uma forma peculiar.
Mas, uma coisa é perder.. Outra coisa, bem diferente, é tentar encontrar razões e fundamentos quando não existem. A vida demonstra-nos que muitas coisas acontecem só porque têm de acontecer. Independentemente de contribuirmos, ou não, para um determinado resultado.
Nesta viagem pela minha própria incompreensão da vida cheguei à conclusão que por muito que façamos há sempre o incerto e o imponderável.
Variantes para as quais não há justificação pelo que mais importante do que saber porque perdemos é saber e assumir que perdemos. Mesmo que seja imerecido.
Sem drama. Sem subterfúgios.
Quiçá, por pura ironia, se conclua que enquanto perdedores saímos vencedores na arte de viver a vida de forma intensa.
Sofro com as perdas? Claro que sim. Mas não tenho que me envergonhar por viver de forma intensa os meus afectos e as minhas emoções, porque é essência daquilo que sou. É isso que me individualiza enquanto ser humano.
Mas, o que verdadeiramente me tem inquietado é a possibilidade da vida conseguir mudar a minha forma de ser. E já esteve mais longe...
E a música só podia ser esta:
Nota: Post em modo repeat