Hoje perguntaram-me porque razão tinha abandonado o meu antigo posto de trabalho se eu gostava tanto do que fazia.
Podia dizer que mudei para melhor mas estaria a mentir.
Tenho plena consciência, (a mesma que tinha quando tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida), que não mudei para melhor em termos de trabalho e de carreira. Mas estava em causa a minha dignidade pessoal e profissional. E são esses valores que me fazem andar todos os dias de cabeça bem erguida. E, verdade seja dita, as aspirações que eu tinha em termos de carreira terminaram abruptamente em Março de 2010, pelo que não tinha nada a perder pois já tinha perdido tudo.
Mas tais acontecimentos também alteraram a minha forma de ser e de estar.
Fiquei mais fria e reservada e, porque não assumi-lo, mais cínica.
Em bom rigor, deixei de confiar. Todos os dias coloco o meu sorriso de ocasião e exerço a simpatia "social". Apenas isso. E para uma pessoa que sempre deu valor aos afectos, acreditem, é muito complicado de gerir.
Mas há aspectos positivos no meu novo ambiente de trabalho.
Em primeiro lugar, o ambiente de trabalho é bom.
Temos um chefe que não tem problema em partilhar o que sabe, que confia nas nossas competências e, acima de tudo, luta por nos dar condições de trabalho.
Outro aspecto positivo é o facto de sermos apenas três e eu ser a única mulher. Que me desculpem as meninas mas a experiência diz-me que trabalhar com mulheres acaba sempre mal.
Tenho saudades? Tenho.
De quê? Do trabalho que fazia e que me realizava.
Mas podia estar pior.
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