segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eu, covarde me confesso!



"A covardia coloca a questão: 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'é elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura,
não é elegante, não é popular, mas que temos de fazer
 porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta."

Martin Luther King

 
Já não é a primeira pessoa, (a minha cara-metade diz-me isso quase todos os dias), que me acusa de, em termos profissionais, ser covarde e que eu sou a única responsável da situação em que me encontro actualmente.
 
Os argumentos coincidem: eu não uso as "armas" adequadas; se estou à espera que reconheçam o trabalho que faço bem posso esperar sentada; esta vida é uma selva e tenho que usar as "armas" que hoje em dia todos usam; se prejudicar alguém pelo caminho, paciência (fui mais esperta); não se perde nada em "bater à porta" das pessoas influentes e "pedir" (?) o lugar; etc, etc...
 
Têm toda a razão quando dizem que não uso "as armas letais adequadas".
 
Mas, esperem lá... defender valores e princípios é ser covarde?
 
Actuar de acordo com esses valores e princípios é ser covarde?
 
Pautar a nossa vida e as nossas acções de acordo com o que a nossa consciência diz como sendo a atitude mais correcta é ser covarde?
 
Recusar assumir as mesmas acções que criticámos é ser covarde?
 
Esperem lá... ,mas covardia não é quando vemos algo que temos/devemos fazer algo que é certo e não fazemos?
 
Bom, na verdade, em termos profissionais sou ultrapassada por toda a gente. E tenho a consciência plena de que em muitos casos não é por questões de competência, ou por saberem mais do que eu, ou, ainda, por terem melhor perfil do que eu. Pelo contrário.
 
Mas esta minha certeza dá-me o direito de "calcar" tudo e todos? De desrespeitar o outro? De ser desleal?
 
Se me estão a tentar convencer que para assumir um cargo, que eu acho que mereço e que é mais do que justo, tenho que vender a minha consciência, então digo, claramente que não.
 
Os "outros" são mais "felizes" do que eu? Provavelmente. Mas a "felicidade" dos outros nunca me apoquentou. Mas questiono-me se eles às vezes pensam na "infelicidade" que espalharam para alcançar a sua própria "felicidade".
 
E estou a borrifar-me que me chamem de covarde.
 
 
Nota - Só não me chamem de "crente" porque eu sei que no mundo de hoje esta minha postura não leva a lado nenhum. Mas é uma atitude consciente. É a herança que quero deixar às minhas filhas. Elas que façam com ela o que bem entenderem...
 
 

5 comentários:

Eu Mesma! disse...

Não...
nada mesmo mas... se existe algo que estes parcos quase 11 anos de vida profissional me ensinaram é...

quem não tem jogo de cintura... não consegue sobreviver....

não chamo a isso não ter cobardia ... chamo... não se ser falso....

eu já fui "mais cobarde" do que sou agora confesso ....

NI disse...

Eu Mesma, às tantas o meu problema reside no facto de eu ser assim para o "gorduchita" e ter a cintura com "pneus" a mais o que dificulta o chamado "jogo de cintura".

:))


Nota - Para além de continuar covarde, fiquei mais cínica...

Eu Mesma! disse...

Eu fiquei uma fantástica actriz :)

A Minha Essência disse...

Sê tu mesma! Pois essa sensação de honestidade ninguém te tira!

Kiss :)

NI disse...

Eu Mesma, também eu. :)

A Minha Essência, penso que é das poucas coisas que preservo intacta.

:)

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso