quarta-feira, 21 de março de 2012

As mulheres e as casas de banho... o segredo...



Para que os homens, de uma vez por todas, entendam porque razão há uma tendência natural para as mulheres irem em grupo à casa de banho e demorarem mais tempo do que eles.
"O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.


Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.

"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.

Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui tou-me a mijar!".

Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.

Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair.

Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa... Penduras a mala no gancho que há na porta... QUAAAAAL? Nunca há gancho!! Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de...

Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te na dita "posição a três quartos"...

AAAAHHHHHH... finalmente, que alívio... mas é aí que as tuas coxas começam a tremer... porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!

Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *"nunca te sentes numa sanita pública"*, e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer... e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias!!

Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" requer uma grande concentração e perícia.

Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!

Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta... ???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!

E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).

Encontras o lenço de papel!! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.

Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu "alguém tem um pedacinho de papel a mais?" Parva! Idiota!

Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim... porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se??).... Estás exausta! Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!

Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de agua (ou xixi? lembras-te do lenço de papel...), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.

Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças - porque não vais gastar um lenço de papel para isso - e sais...

Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.

"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota.

"Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer.

E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e "a dignidade".


*Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e servir de cabide ou de agarra-portas! Passa isto aos desgraçados dos homens que sempre perguntam "querida, por que motivo demoraste tanto tempo na casa de banho?" .... IDIOTAS!*"
(Recebida por mail)

8 comentários:

GATA disse...

GENIAL!!!

E no WC de um avião? Também é uma aventura. Eu entro sempre de costas, porque fazer 'inversão de marcha' dentro é complicado (uma vez dei uma cotovelada numa parede e abri um painel que tinha uns fios estranhos dentro... ora isso coincidiu com um balanço do avião e, por momentos, eu pensei que seria responsável pela eventual queda do avião!!!)

Mery disse...

Sensacional essa descrição mais que correta do doloroso momento, é por isso que seguramos ao máximo esse xixi , mas faz mal, é bom logo ir, e "demorar, fazer o quê?
Gostei do jeito como foi narrado, deu-me vontade de rir, será assim sempre, não dá pra ser diferente, eu já me acostumei com a tal "posição. rsrs
Mulheres são sempre as mais sacrificadas.
Valeu!
Amei, Mery*...bjusss

No Reino do Infinito disse...

Já estou farta de rir com esta descrição espectacular....e tão verdadeira! Adorei!

Beijocas nossas ;)

Confuskos disse...

As mulheres são de facto sensacionais!

:) ... (uiii um elogio assim!? isto não está bem!!)

Sensacionais a arranjar desculpas!!! :p
Vão juntas à casa de banho e demoram o tempo que uma criança leva a nascer porque vão "dar à língua" e dizer mal de quem está com elas na mesa!! Uma vergonha isso sim!!

( aaahhhh!! Agora sim, pareço eu!! :D )

De facto neste aspecto não invejo as mulheres, por isso deveria haver legislação mais apertada em relação à higiene nas casas de banho de locais públicos, a sua fiscalização e sanções para quem não cumpra.

Eu que sou eu, pro vezes faço algumas escolhas ponderando esse aspecto e faço as minhas pequenas compras de mercearia naquele que é para mim o hipermercado mais higiénico para a bela da "defecação" que muitas vezes alio a essa visita de consumismo!

A forma como narras o texto está a complicar-me a digestão, pois li-o a seguir ao almoço!! Isto parecendo que não, foi um elogio, está muito real... ah ah ah!!

Beijinho* para a senhora da mala ao pescoço na "posição a três quartos" (adorei este termo!!)

Eu Mesma! disse...

Muito bom :)

AC disse...

Um relato muito fiel da realidade do xixi feminino na casa de banho publica. Ri-me até mais não, e hoje bem que precisava.

beijo*

Anónimo disse...

Ni, com as leituras do blog do Patife,que ne fazem rir, este foi o post mais verdadeiro e com humor que eu li.
A realidade das mulheres, dos ensinamentos que tiveram quando crianças, do lavar das mãos, tudo fielmente retratado aqui.
Sentar-me numa sanita, nunca. Mas há quem se sente. Por azar, várias vezes abro a porta da casa de banho de um café, ou no emprego, e vejo as senhoras sentadinhas na sanita o que me faz imensa confusão.
No combóio e avião, aguento. É chegar ao destino e ai, que não consigo!
E a conclusão do post é uma verdade (com algumas nuances de conversa e segredinhos ...).


:)

S* disse...

É totalmente terrível, um sofrimento.

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