Vamos recuar até 2009 e recordar um post de então.
Naquele tempo andava muito "beijoqueira" pelo que o tema foi o beijo. Ou melhor, a filematologia. Ai não sabiam que o estudo do beijo é uma ciência?
Pois fiquem a saber que beijar tem muito que se diga.
Não é só lábios juntinhos ou dança de  línguas.
 
Os cientistas acreditam que um simples beijo pode  determinar o futuro de uma relação. 
Mais, ainda, combate a  depressão (ups, tenho que voltar ao estado de "beijoqueira").
 
E, mais uma vez, lá vêm outras vez as feromonas, (foi tema de outro post mas se a ausência de imaginação persistir vai cair aqui de novo), e  tudo terminado em "monas" como "Figueiró dos Vinhos".
 
E a equação anatómica e  fisiológica de um beijo? Bom, nem queiram saber... O acto põe em acção vários músculos, cujo número  varia em função da intensidade...  a pressão exercida pode  atingir os 12 quilos, os batimentos cardíacos disparam dos 70 para os 150 por  minuto e são trocadas pelos menos 250 bactérias Fosga-se...
Mas como o saber não ocupa lugar, vejamos a notícia  assinada pelo Nelson Marques do “Expresso”:
 
 
“...Afinal, porque beijamos? Simples: porque  queremos. Porque nos rendemos aos afectos e nos deixamos levar pelos impulsos  românticos. E, contudo, explicam os cientistas, o fenómeno é muito mais complexo  que a simples comunhão de duas bocas, seja no entrelaçar das línguas ou, com  menos saliva, na união de dois lábios (ou, para ser mais rigoroso, dois pares de  lábios). Por isso criaram a filematologia, a ciência que estuda o beijo e as  suas funções...
 ...Por detrás de cada gesto escondem-se não só um  emaranhado de reacções orgânicas, mas também uma miríade de motivações que nem  sempre são óbvias. Beijamos por paixão, mas também por costume, educação,  respeito e até por mera formalidade. A própria forma como beijamos varia de  acordo com o que queremos expressar. 
 Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, as  origens do beijo estão num instinto bem mais primário: o das mães primatas  mastigarem a comida e a passarem às crias através da boca, um costume que  sobrevive ainda em algumas tribos do Planeta. O gesto, especula Morris, terá  evoluído para uma forma de confortar crianças esfomeadas quando a comida  escasseava e, mais tarde, para demonstrar amor e carinho. 
 Para outros cientistas, beijar está ligado ao  complexo processo de escolha de um parceiro. Quando duas pessoas se beijam,  trocam uma série de informações (gustativas, mas também olfactivas, tácteis,  visuais e até de postura) que, inconscientemente, as ajudam a perceber o grau de  comprometimento do outro na relação. O gesto pode revelar até que ponto se está  perante a pessoa ideal para formar família, sendo por isso uma acção fundamental  para a sobrevivência das espécies. 
 ...Beijar activa a libertação de feromonas que, ao  serem detectadas, de forma inconsciente, pelas mulheres, as ajudam a escolher os  parceiros que terão uma melhor descendência... Aqui funciona a lei de que os  opostos se atraem: elas preferem homens com um CMH diferente do seu, uma escolha  influenciada pela Natureza: juntar parceiros com diferentes genes do sistema  imunológico fortalece as defesas da geração seguinte, melhorando, assim, as  hipóteses de sobrevivência da espécie. 
 Talvez por isso, a ciência tem demonstrado que o  primeiro beijo pode ajudar a afastar o que as forças do romantismo uniram...  Segundo um estudo publicado na revista científica "Evolutionary Psychology", 59%  dos homens e 66% das mulheres admitiram já ter perdido o interesse por alguém  após o primeiro beijo.
 A investigação revela outros dados interessantes, que  vêm confirmar alguns estereótipos sobre os comportamentos sexuais dos dois  géneros: os homens utilizam mais o beijo como um meio para atingir um  envolvimento sexual e estão mais predispostos a ter sexo sem beijar, com alguém  que considerem beijar mal ou mesmo com alguém por quem não se sintam atraídos.  Já as mulheres, intuitivamente, tendem a usar o beijo para avaliar o estado da  sua relação e o grau de comprometimento do seu parceiro.
 O estudo revelou outro dado curioso: os homens  preferem beijos mais molhados e com mais contacto de língua. A opção, percebe-se  agora, não é ingénua. A saliva masculina contém grandes quantidades de  testosterona que podem afectar a líbido das mulheres. Os cientistas baralham  outra hipótese: a dos homens terem uma menor capacidade de detecção química e  sensorial, precisando por isso de mais saliva para fazer a sua avaliação da  parceira...
 ... Por paradoxal que possa parecer, pode também ter  efeitos terapêuticos, por exemplo, no combate à depressão. Segundo um estudo  realizado no Reino Unido, beijar estimula o cérebro a libertar endorfinas,  substâncias químicas que funcionam como uma espécie de 'opiáceo' natural do  organismo, proporcionando sensações de prazer, euforia e bem-estar que ajudam a  combater a depressão. Quanto mais excitantes e apaixonados os beijos, maiores os  benefícios para a saúde. Além disso, baixa os níveis de cortisol, conhecida como  a hormona do stress, e pode até funcionar como uma forma de 'vacinação' natural  dos bebés: ao beijar o seu filho recém-nascido, a mãe transmite-lhes, de forma  diluída e progressiva, os seus germes, desencadeando as defesas do organismo do  bebé.
 Indiferentes às dissertações científicas, beijamos,  sobretudo, pelo prazer de beijar. Porque é, afinal, disso que se trata: de um  prazer magnético em que duas almas se unem. Que importa o resto?”