sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tiro fatal...




"O preço da fidelidade é a eterna vigilância."
Millôr Fernandes


Olha Millôr, não sei o que queres da vida mas eu sei o que quero. E, definitivamente, não passa por perder tempo a controlar seja quem for. Seja por amor, amizade ou qualquer outro tipo de sentimento.

Nunca me impus a ninguém nem nunca me fiz de auto-convidada. Quem quiser a minha companhia tem exactamente a mesma liberdade daqueles que optam por não estar.

Abomino qualquer tipo de controlo em termos de afectos.

Estou casada há quase 24 anos e nunca abri uma carta dirigida ao meu marido. Nunca vasculhei os bolsos ou a carteira. Não se trata de uma confiança cega. Trata-se de respeito. No dia que me deparar com uma infidelidade farei o que bem entender mas daí a vigiar...era só o que me faltava!


O mesmo se aplica em termos de amizade.

Pierre Simon tem uma frase curiosa:

" Não podemos pretender a total transparência dos seres;
é necessário aceitar que os outros tenham segredos,
regiões de solidão.

A maior prova de amor será colocar-se à distância
e não querer aí penetrar."


Por vezes podemos confundir a necessidade que cada ser humano tem para o seu próprio "eu" com a suspeita de uma eventual infidelidade. Muitas vezes a falta de percepção para uma realidade que é intrínseca a todo o ser humano leva-nos a tomar atitudes irreflectidas e a criar situações que culminam muitas vezes em rupturas.


A dar o tiro fatal numa relação sem existir qualquer motivo.


A ponderação, o respeito, a confiança e, acima de tudo, o diálogo são mais do que suficientes para termos a certeza de que em caso de infidelidade seremos os primeiros a saber, por quem de direito, em vez de nos armarmos em Poirot´s sem bigode...



4 comentários:

VCosta disse...

Era basicamente apenas para te deixar uma beijoca...
Já que não passo por cá com regularidade!
Bom fim-de-semana!
Sem Porto campeão :(... hahaha
Cuida-te ok?!

Tinta Permanente disse...

pois... as necessidades individuais ... mas espreitar o tlm do outro assim muito pontualmente não nos torna umas Poirot's... ou torna?
É que foi assim que uma amiga minha descubriu "a outra"...

Beijinho

Abobrinha disse...

Eu para essas coisas tenho um dedo que adivinha... depois é só procurar exactamente onde está o gato!!

só 1 mulher disse...

Ni,
Entendo o que dizes, no amor é mesmo assim, ou então não seria amor.. Amor sem o devido respeito e espaço, não o é certamente.. quando as coisas não correm bem, as chamadas sucedem-se (e isto não é uma desculpa, porque depois de o ter feito, disse-lho) fui há carteira e o que descobri, ainda que sempre desmentido.. foi a gota de água, numa relação que já estava no fim. Se me orgulho de ter ido espreitar, não. Se o amava, sim como se não houvesse amanhã, mas não podia viver com aquela dúvida na minha cabeça..
A vida não é justa!

1 beijinho

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso