"O preço da fidelidade é a eterna vigilância."
Millôr Fernandes
Nunca me impus a ninguém nem nunca me fiz de auto-convidada. Quem quiser a minha companhia tem exactamente a mesma liberdade daqueles que optam por não estar.
Abomino qualquer tipo de controlo em termos de afectos.
Estou casada há quase 24 anos e nunca abri uma carta dirigida ao meu marido. Nunca vasculhei os bolsos ou a carteira. Não se trata de uma confiança cega. Trata-se de respeito. No dia que me deparar com uma infidelidade farei o que bem entender mas daí a vigiar...era só o que me faltava!
O mesmo se aplica em termos de amizade.
Pierre Simon tem uma frase curiosa:
é necessário aceitar que os outros tenham segredos,
regiões de solidão.
A maior prova de amor será colocar-se à distância
e não querer aí penetrar."
Por vezes podemos confundir a necessidade que cada ser humano tem para o seu próprio "eu" com a suspeita de uma eventual infidelidade. Muitas vezes a falta de percepção para uma realidade que é intrínseca a todo o ser humano leva-nos a tomar atitudes irreflectidas e a criar situações que culminam muitas vezes em rupturas.
A dar o tiro fatal numa relação sem existir qualquer motivo.
A ponderação, o respeito, a confiança e, acima de tudo, o diálogo são mais do que suficientes para termos a certeza de que em caso de infidelidade seremos os primeiros a saber, por quem de direito, em vez de nos armarmos em Poirot´s sem bigode...
4 comentários:
Era basicamente apenas para te deixar uma beijoca...
Já que não passo por cá com regularidade!
Bom fim-de-semana!
Sem Porto campeão :(... hahaha
Cuida-te ok?!
pois... as necessidades individuais ... mas espreitar o tlm do outro assim muito pontualmente não nos torna umas Poirot's... ou torna?
É que foi assim que uma amiga minha descubriu "a outra"...
Beijinho
Eu para essas coisas tenho um dedo que adivinha... depois é só procurar exactamente onde está o gato!!
Ni,
Entendo o que dizes, no amor é mesmo assim, ou então não seria amor.. Amor sem o devido respeito e espaço, não o é certamente.. quando as coisas não correm bem, as chamadas sucedem-se (e isto não é uma desculpa, porque depois de o ter feito, disse-lho) fui há carteira e o que descobri, ainda que sempre desmentido.. foi a gota de água, numa relação que já estava no fim. Se me orgulho de ter ido espreitar, não. Se o amava, sim como se não houvesse amanhã, mas não podia viver com aquela dúvida na minha cabeça..
A vida não é justa!
1 beijinho
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