segunda-feira, 17 de maio de 2010

Infidelidade...




"Existem maridos tão injustos que exigem de suas mulheres uma fidelidade que eles estão sempre violando:são como aqueles generais de exército que, embora fujam covardemente do inimigo, ainda querem que seus soldados defendam valorosamente suas posições."

Plutarco


Existem estereótipos e frases feitas que não entendo.


Se abordámos o tema em termos afectivos chegámos à conclusão que é comum a ideia de que o homem não consegue ser fiel porque faz parte da sua natureza. Quanto à mulher, bom aqui a caracterização é bem menos agradável. Não é uma questão de natureza. Passa a ser uma questão de índole e de carácter.


É comum, por exemplo, acusar-se uma mulher quando anda com um homem casado. Justificação: "coitado, ela meteu-se pelos olhos dentro". Já se for um homem, o que se ouve é: "sempre foi muito namoradeiro".


Nunca entendi esta diferenciação. Até porque, para dançar o tango são sempre precisos dois...


Para mim fidelidade, enquanto princípio de vida, é sermos fieis a nós próprios. Actuarmos de acordo com aquilo em que acreditámos.


Assim, a infidelidade não se resume numa traição ou numa questão sexual. Homem e mulher podem ser infiéis. E é sempre uma questão de liberdade pessoal porque a pessoa tem a possibilidade de dizer não! Seja homem, ou mulher...


9 comentários:

sarraceno disse...

Não concordo!
Só há fidelidade na vulgaridade, ou na ignorância.
Não que não concorde com a sua interpretação e maneira de sentir, mas está enganada.
A mulher moderna quando se alinda e se perfuma, se veste e calça, se maquilha e penteia, enfim, quando verdadeiramente se prepara a preceito, nunca é para o marido que o faz.
E o homem é igual. Pelos cuidados e atenções que a legítima lhe mereça, nunca se barbeava... nem banho tomava.
As questões que põe estão ultrapassadas no contexto de vida actual.
Acho que é muito romântica.

NI disse...

Sarraceno, pode ter a certeza que sou romântica. Sempre o assumi. Mas apesar de ser uma pessoa romântica tenho os pés bem assentes no chão.

Quanto à análise que faz da mulher moderna direi o seguinte: não julgo os outros pelos meus padrões. Penso que um dos problemas da sociedade actual é perdermos demasiado tempo a julgarmos os outros quando manifestamos uma total incapacidade de nos julgarmos a nós próprios.

Assim sendo, não sei o que vai na cabeça das outras mulheres mas sei o que vai na minha.

Não me "arranjo a preceito" para o meu marido nem para os outros. "Arranjo-me a preceito" de acordo com o local para onde vou e de acordo com os meus gostos pessoais.

Isto é, arranjo-me para mim própria. Não vou dizer que não gosto quando alguém me diz numa determinada altura que estou particularmente bonita. Numa altura em que é bem mais fácil criticar sem qualquer espírito construtivo mais se valoriza um elogio.

Cada um de nós deve saber gerir quer as críticas quer os elogios. Mas para mim o mais importante é eu sentir-me bem.

Finalmente, quanto ao facto das questões estarem ultrapassadas no contexto da vida actual eu não faria tal afirmação com tanta convicção. Basta estar atenta ao diálogo das pessoas que nos rodeiam e, curiosamente, das opiniões dos jovens.

Mas é a minha opinião.

sarraceno disse...

Claro que sim, NI. Nem podia ser de outra maneira. Pensar ou sugerir outra coisa seria însultá-la, e insultar mais senhoras.
Falei no contexto de um todo, de uma vida contemporânea em que os valores de ontem não são propriamente os de agora.
Ver os Jovens? Vejo pois! Vejo-os cheios de romantismo, imbuídos de altos valores dizendo à boca cheia que sim! Que vão salvar o mundo! E depois constato a realidade contemporânea de que lhe falei. Metade divorciam-se ao fim de um ano de casamento, se tanto, e a grande maiora da outra metade separam-se como bons amigos. Resta um parte muito pequena que realmente justificam o que também já disse, que é a de englobar todos e todas no mesmo saco, seria um insulto às pessoas dignas.
Na sua grande maioria da vida actual entre adultos, a infedilidade é aceite, consentida, aprovada e desfrutada de comum acordo.
Não digo que é a minha opinião, e sim a minha realidade

NI disse...

Sarraceno, penso que o problema que levanta tem a ver com a cultura de facilitismo e de consumo que se foi instalando na sociedade.

Hoje tudo é descartável com a maior das facilidades. Até o amor e a amizade desde que os mesmos sejam "entraves" para atingir os nossos objectivos.

Vou fazer este mês 24 anos de casada. Se tivesse a postura atrás referida provavelmente estaria separada há muitos anos.

Há valores nos quais acredito e que pratico (aqui vem de novo a questão da fidelidade aos princípios).

Mas a minha postura tem muitos inconvenientes. Acredite! Mas não me arrependo de ser assim.

:)

sarraceno disse...

É isso! É isso mesmo que a senhora diz! Achou as palavras certas para definir o que eu não soube expressar devidamente.
Está casada há vinte e quatro anos. Os meus parabéns pela força demonstrada, pois sei que não é fácil. Eu estive casado 39 anos até que Deus me disse que já não era minha.
E num casamento, já nem digo com a longevidade do meu, mas do seu; os sacrifícios para o manter são incomensuráveis.
Sem saber dos anos do seu casamento, foi o que eu quis dizer.
Que hoje e na sua grande maioria, os verdadeiros valores estão ultrapassados... e nas mais das vezes, são ridicularizados.
Fique bem e que a vida corresponda sempre às suas expectativas.

só 1 mulher disse...

Como se costuma dizer, cada um sabe de si, e todos nós temos telhados de vidro, pelo que não deveremos fazer juízos de valor de outros.. mas não acho que ser romântica e ter principios base bem definidos seja sinónimo de pouca modernidade. A mulher de hoje, é mais independente e sim Ni, arranja-se para si, pois só estando bem consigo, poderá estar com os outros, neste caso, com o seu companheiro.

Nunca entendi, e continuo a não entender, o porquê de para o homem, a infidelidade ter uma leitura diferente da da mulher.. não faz qualquer sentido.

1 beijinho

sarraceno disse...

Penso que, o espaço é curto para se possam expor ideias convenientemente. Deixo claro que eu não faço juizos de valores, mas talvez devido à minha já longa permanência por este mundo, o que disse foi a constatação de un facto objectivo sobre o que me foi permitido ver.
Se se falar de infedilidade, mas sobretudo, do facto dela ser mal aceite pelo homem; digo que é singular esse repúdio masculino já que toda a infelidade é do homem que provém.
Considerando, como considero, a mulher uma inteligência muito superior à do homem, é evidente que ela está muito mais vocacionada para os valores familiares, para os filhos e prtecção, que o homem. Obra perfeita da Natureza, única maneira de perpetuar a espécie. Mas e paradoxalmente, essa mesma natureza que talvez para esse fim, a dotou de uma inteligência superior, limitou-a no reconhecimento da sua própria capacidade, tornando-a mais c onfiante. Aquilo que muitos homens chamam de burrice feminina.
De facto, pelo menos é o que eu penso, se recuarmos aos primórdios conhecidos, o que vemos? A fêmea necessitando de inteligência para proteger a prole, o macho dotado de instinto para procurar caça. E o reconhecimento da fêmea que nunca se apercebendo do seu valor, se baixa ao reconhecimento do macho que lhe traz a presa. Ah! Ele é forte, Ele caça, ele traz comida...o que seria de mim sem ele. E a coisa chegou até hoje.
Porque só o homem pensa com o sexo no lugar da cabeça, só ele se excita na partilha de casais, ou pelo menos é sempre ele quem sugere.
Veja-se por ex: A um homem repugna a homossexualidade masculina. Raios, sou homem, rais partam esse paninas. Mas excita-se com a homossexualidade feminina. Ou não é?
Também aprendi pelo que vi. Que em todas as relações entre um homem e uma mulher, é sempre ela quem dá mais. Mesmo quando pede.
Desculpe a lenga-lenga

Blanco disse...

Desculpem-me mas a Ni parece-me uma daquelas "falsas opinativas"!
Como pode uma pessoa cheia de fobias, com tao pouco amor próprio_-e digo isto pelo pouco que lí neste blogg- pode tecer comentários deste género.
Uma baixa autoestima e uma profunda solidão dá neste tipo de opiniões.
Socializa-te e deixa de ler livros do arlequim!
Só pode ser !

NI disse...

só uma mulher, a vida tem-me demonstrado que as mulheres são aquelas que mais contribuem para a leitura diferente que se tem da infidelidade.

sarraceno, penso que a infidelidade não é exclusivo do homem.

Blanco, quanto à opinião que exprimiu, ainda bem que não é partilhada por quem, de facto, me conhece. Mas,pelo menos, fiquei a saber qe alguém pensa que tenho fobias. Eu desconhecia que tinha medos irracionais. Vou tentar descobrir algum e depois digo qualquer coisa. Mas pelo menos já criou um nick. Sempre é melhor que anónimo.

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