terça-feira, 23 de novembro de 2010

Adenda...



A todos,

Ainda não entendi a relutância que as pessoas têm em falar da morte.

Ao contrário do que se possa pensar, falar da morte pode ajudar algumas pessoas a valorizar a vida.

É que, sinceramente, anda muito boa gente a perder tempo com coisas inúteis, com discussões fúteis, com afectos desgarrados.

Estão vivos e com uma saúde que vos permita viver com o mínimo de dignidade? Óptimo. Nem sabem a sorte que têem.

Têm amigos que se preocupam convosco? Que de quando em vez vos ligam só para ouvir a vossa voz? Preservem. É o tesouro escondido no arco-íris da vida.


Então aproveitem . Não desperdicem tempo.


Acima de tudo não deixem de dar afecto a quem vos é importante. Entreguem-se sem reservas. Os pequenos instantes de felicidade ocorrem quando nos entregámos.


Amanhã pode ser tarde...

5 comentários:

só 1 mulher disse...

Sabes o que acho Ni? É que muitos de nós só dão realmente valor ao que têm, quando algo grave lhes acontece...

E sim, perde-se tanto tempo inutilmente.. tempo que uma vez perdido.. já era

beijinho

Eu Mesma! disse...

Pois....
eu tb nunca percebi qual o problema em falar de algo tão natural...

até parece que ao falar ... o mal pode acontecer...

o mal nao acontece porque se pensa ou se fala... as coisas acontecem quando acontecem e pronto...

enfim...

NI disse...

só uma mulher, penso que essa é uma das maiores tragédias do ser humano. Não saber aproveitar intensamente os pequenos instantes de felicidade porque perde tempo à procura de uma felicidade plena que não existe. Que é utópica.

Eu Mesma, completamente de acordo. Penso que é mais difícil falar da morte para aquelas pessoas que nunca perderam quem amavam. Quando ainda não enfrentaram a verdade: de que não somos imortais.

Beijos

Abobrinha disse...

Os antigos falavam de morte todos os dias, porque todos os dias viviam com ela. Faziam coisas como escolher o fato em que iam ser enterrados e preparar o futuro dos que ficavam.

Não me custa falar de morte, custa-me falar de sofrimento e de solidão.

NI disse...

Abobrinha, exactamente. Essa é a minha opinião.

Não me choca falar da morte.

Choca-me falar daqueles que morrem sós num apartamento e que só se apercebem que algo está mal porque o cheiro é nauseabundo e não porque alguém sentiu a falta deles.

Choca-me falar daqueles que sofrem dores atrozes e têm uma morte indigna por falta de implementação de uma rede eficaz de cuidados paliativos.

Choca-me falar daqueles que são atirados para uma instituição qualquer porque a família não os quer.

Isto não é natural. Agora, a morte é.

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso