A todos,
Ainda não entendi a relutância que as pessoas têm em falar da morte.
Ao contrário do que se possa pensar, falar da morte pode ajudar algumas pessoas a valorizar a vida.
É que, sinceramente, anda muito boa gente a perder tempo com coisas inúteis, com discussões fúteis, com afectos desgarrados.
Estão vivos e com uma saúde que vos permita viver com o mínimo de dignidade? Óptimo. Nem sabem a sorte que têem.
Têm amigos que se preocupam convosco? Que de quando em vez vos ligam só para ouvir a vossa voz? Preservem. É o tesouro escondido no arco-íris da vida.
Então aproveitem . Não desperdicem tempo.
Acima de tudo não deixem de dar afecto a quem vos é importante. Entreguem-se sem reservas. Os pequenos instantes de felicidade ocorrem quando nos entregámos.
Amanhã pode ser tarde...
5 comentários:
Sabes o que acho Ni? É que muitos de nós só dão realmente valor ao que têm, quando algo grave lhes acontece...
E sim, perde-se tanto tempo inutilmente.. tempo que uma vez perdido.. já era
beijinho
Pois....
eu tb nunca percebi qual o problema em falar de algo tão natural...
até parece que ao falar ... o mal pode acontecer...
o mal nao acontece porque se pensa ou se fala... as coisas acontecem quando acontecem e pronto...
enfim...
só uma mulher, penso que essa é uma das maiores tragédias do ser humano. Não saber aproveitar intensamente os pequenos instantes de felicidade porque perde tempo à procura de uma felicidade plena que não existe. Que é utópica.
Eu Mesma, completamente de acordo. Penso que é mais difícil falar da morte para aquelas pessoas que nunca perderam quem amavam. Quando ainda não enfrentaram a verdade: de que não somos imortais.
Beijos
Os antigos falavam de morte todos os dias, porque todos os dias viviam com ela. Faziam coisas como escolher o fato em que iam ser enterrados e preparar o futuro dos que ficavam.
Não me custa falar de morte, custa-me falar de sofrimento e de solidão.
Abobrinha, exactamente. Essa é a minha opinião.
Não me choca falar da morte.
Choca-me falar daqueles que morrem sós num apartamento e que só se apercebem que algo está mal porque o cheiro é nauseabundo e não porque alguém sentiu a falta deles.
Choca-me falar daqueles que sofrem dores atrozes e têm uma morte indigna por falta de implementação de uma rede eficaz de cuidados paliativos.
Choca-me falar daqueles que são atirados para uma instituição qualquer porque a família não os quer.
Isto não é natural. Agora, a morte é.
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