quinta-feira, 13 de março de 2008

Para reflectir

O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece.
Charles Bukowski

15 comentários:

Catarina Ferreira disse...

Talvez por quando amamos uma pessoa nao imaginamos mais . Ai está uma coisa dificil de responder .

Beijinho
cat*

NI disse...

Catarina, antes de mais bem vinda a este cantinho.

E não imaginamos mais porquê?
Por acomodação?
Por egoismo?
Por preconceito?
Por nos sentirmos satisfeitos com o que temos e não vermos razão para continuar a procurar?

Pois, concordo contigo. Este pensamento levanta mais dúvidas e não dá qualquer resposta...

Bjs

Solo disse...

a resposta é até bastante simples, e está contida no próprio texto:

amamos uma pessoa, só uma, (pelo menos a maior parte das vezes é só uma), porque só conhecemos uma.

quando conhecemos outra, passamos a amar outra, ou não.

NI disse...

Solo, para ti é fácil porque não acreditas no "amor para toda a vida". Assim sendo, o amor nunca pode ser castrador para ti porque mantens o espírito aberto a novas experiências.

O que eu penso é que o Charles Bukowski tem uma posição semelhante à tua daí ele considerar que o amor é uma espécie de preconceito (porque segrega a possibilidade de amares outra pessoa). Amas uma e acabou a "busca".

Será que estou a interpretar mal?

Beijos

Solo disse...

é mais ou menos isso,

não é que esteja aberto a novas experiências, como quem à menor atracção salte para outra relação,

mas no dia em que a minha relação actual se tornar castradora (yac), acaba logo ali.

(é preciso dizer que de ano para ano o meu nível de exigência diminui, dito de outra maneira, há coisas que me castravam antigamente que hoje nem por isso)

NI disse...

Solo e sabes porquê?

No meu ponto de vista por duas razões:
A primeira porque à medida que caminhámos (entenda-se, envelhecemos), vamos aprendendo a relativizar o que é, de facto, importante.
A segunda é que, pelo mesmo motivo começamos a pensar que não queremos acabar sós.


Beijos

Solo disse...

é mesmo por uma questão energética =)

não só não tenho a energia suficiente que é preciso para começar tudo de novo (já comecei tantas vezes), como acho mesmo que é um desperdício - não existe o "amor da nossa vida" - o que existem são pessoas que podemos gostar mais ou menos, daí que o melhor é quando encontrarmos alguém jeitosinho, que goste um bocadinho de nós e seja capaz de comer á mesa sem sejar muito a toalha o melhor é ficar por aí, e começar a perdoar-lhe as fraquezas e olhar menos para as coisas que não gostamos tanto nela - claro que há que chame a isso amor.

NI disse...

Ehehehehehehe.

Questão energética, pois....

Há quem chame a isso amor e há quem se defenda dizendo que o amor não existe....mas não deixa de amar...

Bjs

Solo disse...

tu andas a ficar mais atrevida do que a encomenda =)

eu não disse que o amor não existe, o que eu disse é que não existe esse amor superlativo diferente de todos os outros e que aspiramos a encontrar,

claro que quando temos uma nova paixão, pensamos que esse ultra-amor que daí surgirá, será o tal que procuramos, mas inevitavelmente mais tarde, ou mais cedo, a maior parte das vezes cedo demais, percebemos que afinal é igual aos outros, talvez um pouco melhor, ou se calhar mesmo pior.

o que eu digo, ou melhor aquilo por que eu hoje opto (optarei? virei a optar?) por fazer é escolher alguém que seja minimamente compatível comigo e que não se importe de me aturar - o resto vou gerindo com a lealdade e com a dedicação que me for possível.

melhor do que isto só com um exemplo.

NI disse...

Atrevida? Não. Apenas cheguei perto de mais.... :-)))(mas a verdade é que tu fizeste o mesmo comigo. Os traços da minha personalidade já foram retratados por ti no teu blog, portanto....)

Mas entendo o que disseste e lendo o teu comentário na vertical sou capaz de concordar contigo quando falas do amor superlativo.


Beijos

Solo disse...

=)

uma curiosidade sobre os traços que tentei descrever, ao que parece com sucesso, sobre a tua personalidade,

queria homenagear-te porque como sabes partilho muitas das tuas ideias sobre a vida, e achei que seria giro tentar descrever-te, no fundo sem te conhecer,

quer dizer, claro que me baseei naquilo que tenho lido de ti e sobre ti, mas ciente de que a escrita é muitas vezes a romantização da vida, podia muito bem ter ideia ou ideias erradas,

comecei então a imaginar-te e se algumas ideias básicas surgiram logo, depois havia outras que por não ter dados nenhuns que me pudessem guiar eram completamente tiros no escuro - lembro-me até que ao escrever (já altas horas da madrugada) aquilo pensei que devia ser assim que aqueles tipos do genero Dr. Caramba vão levando a vida :) - foi então que a solução surgiu-me como por inspiração divina: descrevi-me a mim ;)

Solo disse...

ah, uma última nota sobre o que acabei de escrever:

a única coisa em que não acertei, é também aquela que não sou nada: formal. =)

NI disse...

Eheheheheheh

Convenhamos que a conclusão a que chegaste nem era assim tão difícil. Penso que ambos já entendemos que somos muito parecidos.

Mesmo assim foi com alguma perplexidade que me vi retratada tão bem, dado que pessoas que me conhecem há muito tempo não me conhecem tão bem como tu demonstraste conhecer.

É verdade, não sou nada formal. Mas adapto-me às situações em que me encontro.

Sadeek disse...

Ni...é pá...e isso não é como tudo na vida. O homem (ser) é algo permanentemente insatisfeito portanto...

Não sei...acho que se ama o que se ama. Até porque para mim sentimentos são coisas irracionais. E não tou a ver que não se possa dizer que se ama alguém só porque não se conhecem outras....então assim não há nada que se goste nesta vida, certo?!

BEIJÃOOOOOOOOOOOO

Francisco o Pensador disse...

«..Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse..»

- Esta frase para mim não tem pés nem cabeça!

Sei que seria muito dificil isso acontecer mas na eventualidade de conhecermos as 10 mil outras pessoas que ele fala, não fará sentido dizer-se que se ama uma delas?

Delirante...

:-)

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