"Desde que uma mulher tenha brilho nos olhos,
nenhum homem irá reparar se ela tem rugas em volta deles."
Dolores Del Rio
Nunca fui escrava da moda por duas ordens de razão:
Em primeiro lugar, os estilistas imaginam os seus "trapos" num corpo feminino perfeito. Ora, salvo algum milagre da mãe natureza ou dos produtos resultantes das inovações da cirurgia plástica, a maioria das mulheres têm o corpo que genéticamente lhes coube na rifa.
Em segundo lugar, os estilistas não têm como modelo a imagem de uma quarentona ou cinquentona.
Hoje ao vir para o trabalho cheguei à conclusão que a maioria das mulheres com quem me cruzei vinham vestidas da mesma forma: leggins, camisola curta e botas acima do joelho.
Ora, se esta "vestimenta" até é capaz de ser engraçada na minha filha de 13 anos e, vá lá, numa jovem de vinte anos que tenha um corpo "jeitosinho", já é completamente disparatada numa mulher com 1.50 de altura e 80 Kg. de peso como pude hoje constatar.
É que, convenhamos, ter umas pernas que não chegam a um metro, com umas botas de 70 cm, é, no mínimo, ridículo.
Mas mais disparatado se torna quando a mulher tem mais de 40 anos.
Com os meus 45 anos considero-me uma pessoa nova graças ao meu espírito jovem. Mas seria uma autêntica palermice pretender "rivalizar" com as minhas filhas. Uma mulher de 40 anos pode ser moderna e sensual sem caír no ridículo. Pode andar de acordo com as tendências da moda sem ser "clone".
A moda pode ajudar-nos a encontrar soluções que se adequem ao nosso corpo e à nossa forma de estar e de ser de acordo com as tendências de uma determinada estação. E é desta forma que a mesma deve ser encarada.
É que, conforme dizia a minha mãe, quando uma mulher de 40 pretende através do aspecto exterior competir com uma mulher de vinte ou trinta fica sempre a perder.