quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Caso Esmeralda II

A 3ª Secção Cível do Tribunal da Relação de Coimbra fez um comunicado, que coloco aqui na íntegra, sobre o processo que envolve a pequena Esmeralda.

Para quem estiver interessado em ler o Acórdão (composto por 48 páginas), bastará clicar no link.

"Comunicado

Uma vez que foi possível concretizar, ainda hoje, a notificação dos sujeitos processuais e tendo em conta o óbvio interesse público na sua divulgação, procede-se, de imediato, à publicação do acórdão relativo ao chamado «caso Esmeralda», através da inserção do respectivo conteúdo, neste site.

Coimbra, 26 de Setembro de 2007"

.http://www.trc.pt/index1.html

16 comentários:

José Pires F. disse...

Finalmente! Estava a ver que a miúda casava antes de haver um desfecho.
…e vamos lá a ver se isto fica por aqui porque, ainda ontem ouvi o promotor da petição e um tal advogado que se serviram do caso para se autopromoverem com o beneplácito de ex. primeiras-damas, dizerem que vão recorrer da sentença.

Coitada da miúda… depois de “raptada” (o termo parece que é sonegada) e de ter sofrido varias lavagens ao cérebro, vai continuar, sabemos lá até quando, com estas provações.

NI disse...

piresf., tens toda a razão. Isto se não contarmos com uma eventual petição popular junto do Tribunal Europeu sugerido por um pedopsiquiatra.

Temo que uma das observações que os Juízes Desembargadores evidenciaram se concretize: a criança não ter identidade própria.

Francisco o Pensador disse...

Foi aquilo que eu comentei,isto está muito mas muitissimo longe de ter chegado ao fim.
Esta novela vai durar pelo menos mais 5 anos caso alguém recorra da sentença.
Sou realista e não vejo mesmo nada o Sargento entregar a Esmeralda de mão beijada depois de tudo o que ele passou!

Não,minha gente. Este Sargento sabe-la toda e de certeza que já tem uma cartola escondida na manga para apresentar no momento certo.

Pensemos assim..
Pela avaliação do perfil que eu fiz do Sargento,ou muito me engano ou ele está disposto a ir até as últimas consequências por essa criança.
Já passaram 4 anos!..é tempo em demasía!
Como se pode pedir a um pai para deixar de ser pai?

Garanto-vos que essa criança nunca sairá da casa do casal adoptivo!

A criança já está demasiado ligada ao casal,para ela não existe mais pais,percebem?
Que julgam que aconteceria se ela fosse tirada dos pais dela?
Para ficar ao lado de um tipo que ela desconhece e ainda por cima fica assustada quando o vê?

O Tribunal constitutional já concedeu ao casal adoptivo o direito de recorrer da sentença,e parece que já foi feito.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=264684

Está-se mesmo a ver que a táctica do Sargento vai ser mergulhar este processo num "parafuso sem fim" burocrático.
Isto até a criança fazer 10/14 anos e tornar-se extremamente patético/ridiculo para o Baltasar Nunes tentar estabelecer uma relação afectiva com a filha.

Minha gente,vejamos as coisas desta forma:
O Baltazar Nunes é carpinteiro desempregado (um carpinteiro desempregado????...vejam lá!)..
Este processo vai durar anos!
Se o advogado dele está a fazer as diligências de borla para já,porque o caso é mediático,a verdade é que com o passar dos anos,as pessoas vão esquecendo este caso e perdendo o mediatismo da questão,o advogado já não terá interesse nenhum em fazer favores ao Baltazar Nunes!
Vai lhe pedir dinheiro ou que entregue a causa a outro advogado..

Estão a ver o Baltazar Nunes pagar um advogado durante mais 4 anos?

Mas olhem que eu vejo perfeitamente o Sargento ter capacidade para aguentar isto mais 20 anos se for preciso!

Dúvidas?

Anónimo disse...

Infelizmente é o país que temos!

Um PAI que a partir do momento que oficialmente recebeu a confirmação da paternidade, se quer assumir como PAI, a velocidade que a justiça anda, talvez só possa ser avô?

Assi. Cunhal

*tεrεsα* disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
*tεrεsα* disse...

A Ni, o Pensador e a D. Carlota há muito que conhecem a minha posição sobre este caso. Já o tínhamos discutido neste blogue anteriormente.

A criança devia ficar com os pais que a criaram, porque ao contrário do acórdão a identidade que ela tem não é uma mentira. É a identidade que lhe foi dada e é assim que ela se reconhece. Para além de que aquela infeliz expressão "como se de um animal se tratasse" foi completamente descabida. A criança não foi tratada como um animal. E os próprios animais têm direitos que infelizmente em muito são ultrapassados no nosso país.

Estão a sobrepor o direito do pai biológico aos direitos desta criança. Não me parece que estejam preocupados com a infelicidade dela quando for viver com o pai biológico.

Ainda bem que existem pedopsiquiatras. Para chamar à razão de vez em quando os juízes que teimam fazer de um direito que se devia adequar à realidade um positivismo irracional.

Pelo interesse da Esmeralda/Ana Filipa concordo que se devia recorrer ao Tribunal Europeu.

Se o Sargento Gomes cometeu um erro, esse já não se o pode apagar. Mas ainda se vai a tempo de evitar o sofrimento desta criança.

Se a Esmeralda/Ana Filipa for entregue ao pai biológico conforme indica a sentença, daqui a uns tempos, meus amigos, falamos outra vez sobre este caso. E dessa vez vamos ver como está a criança em termos emocionais.

O equilíbrio emocional da Esmeralda/Ana Filipa deve estar acima de qualquer direito de pais biológicos ou afectivos.

De que lado eu estou? Estou do lado da criança.

NI disse...

Teresa, também sabes qual é a minha opinião.

Nunca coloquei em causa os direitos da criança.

Agora, pergunto: uns pais que incutem numa criança que uma pessoa que, por acaso é pai biológico, é má estará a respeitar essa criança. Penso que não.

Um dos argumentos que os especialistas que acompanharam o caso apresentaram para considerar que a criança estava muito ligada à família de acolhimento (prefiro chamar assim), foi que a criança sempre que via o pai biológico ficava nervosa, stressada, dado que o considerava mau. Quem incutiu esta imagem negativa do pai biológico à criança?.

Concordo com os juízes quando afirmam que cabe à criança, e só a ela, decidir se o pai biológico é "bom" ou "mau".

Haverá melhor respeito pela criança do que dar as condições para ela, de forma livre, no tempo oportuno, poder fazer as suas escolhas e opções em termos de afectividade? Ora, este direito à escolha foi-lhe, à partida, quartada pela forma como a família de acolhimento retratou o pai.

Imaginemos que nada disto se passava. Qual seria a posição que esta criança ao assumir a maioridade tomaria? Não se sentiria traída por uma parte importante da sua vida ter sido ocultada.

Tive há alguns anos um caso pessoal. Uma amiga já andava na faculdade quando soube, por motivos de saúde, que aqueles que ela sempre considerou como pais não eram os pais biológicos. Apesar de ela nunca ter colocado em causa o amor que os pais adoptivos (porque foi uma adopção plena) lhe deram, a verdade é que durante bastante tempo ela deixou de falar com eles por se considerar traída, por entender que tinha todo o direito de saber as suas origens. Não falo com ela há bastantes anos. Até à última vez que a vi não sabia quem eram os pais e sofria com esse facto.

Pelo contrário, esta criança dificilmente sentirá sentimentos positivos para com o pai biológico. Alguém tratou de criar uma imagem negativa do pai biológico. Considero este facto, só por si, desrespeitador dos direitos daquela criança.

Francisco o Pensador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco o Pensador disse...

Ni,compreendo a tua posição,mas diz-me uma coisa...
Se estivesses no lugar do casal adoptivo e sentisses essa criança adoptada como se já fosse a tua filha,mudastes-lhe as fraldas,passastes as tuas noites sem dormir correctamente,chorastes e ristes com ela,ganhaste-lhe amor..
Chega um tipo que não conhecias a existência,porque a mesma foi sempre ocultada pela mãe biológica, e que ainda por cima pelas palavras desta,passa por ser um vadio,malandro,oportunista,interesseiro,roto,etc..etc.. (palavras da mãe biológica..)
Vais entregar a tua filha a um tipo destes?
Aquela criança que tu amas,vais entrega-la a uma pessoa atraida pela vida de marginal?
O tribunal diz que não tens voto na matéria!
Que acções o teu coração te obrigaria a fazer?
Fugir com ela para a proteger,porque eles bem sabem como funciona a justiça em portugal!
Foi o que eles fizeram!

E nesse caso,ias dizer o quê a essa criança que já sentes como filha?
Ias falar bem do pai biológico dela?
Tu conseguias fazer isso?

E depois Ni,que faceta achas que o pai biológico vai mostrar nas sessões que ele vai partilhar com a esmeralda?
Achas que ele ía fazer uma figura de Mau?
A Esmeralda ia decidir o quê,perante essa imagem representada?

A teresa falou muito bem,esta criança já tem uma identidade própria e já ninguém vai conseguir lhe tirar isso!

Ni,percebe uma coisa!
O que assusta a Esmeralda não é o pai biológico!
É a possibilidade de ficar sem os pais adoptivos,percebes?

Essa criança já decidiu quem era o pai e mãe dela!
Nenhum juiz vai conseguir quebrar esse laço percebes?

Ni,a própria mãe biológica quando foi questionada pelos jornalistas,porque razão não quis revelar nada ao pai biológico da sua gravidez,só respondeu:
"Para quê,se eu já sabia que ele seria um péssimo pai?"

Ni,ele já era um canalha nessa altura..
Queres ver que ele conheceu Deus e arrependeu-se dos seus pecados e só quer viver para a filha?
Tornou-se boa pessoa de repente?

Bem sabes que eu não acredito em milagres...

NI disse...

Pensador, vamos por partes:

1 - "Ni,compreendo a tua posição,mas diz-me uma coisa...
Se estivesses no lugar do casal adoptivo e sentisses essa criança adoptada como se já fosse a tua filha,mudastes-lhe as fraldas,passastes as tuas noites sem dormir correctamente,chorastes e ristes com ela,ganhaste-lhe amor.."

Tal nunca se passaria comigo pelo simples facto de que não criaria uma criança após ter conhecido a mãe num consultório e esta ter escrito um papel em que "dava" a criança. Uma criança não se dá, primeiro ponto. Segundo ponto: existem leis no nosso País para adoptar crianças. O casal, de forma deliberada, esquivou-se ao cumprimento dessas leis. Qualquer pessoa de bom senso, não faria o que este casal fez. Eras capaz de ficar com uma criança, sem recorrer às instâncias legais, só porque uma pessoa que não conhecias de lado nenhum te oferecia o filho num consultório? É claro que não. Mesmo que tivesses muita vontade darias início ao processo para que tudo fosse feito dentro da legalidade.

2º"Chega um tipo que não conhecias a existência,porque a mesma foi sempre ocultada pela mãe biológica, e que ainda por cima pelas palavras desta,passa por ser um vadio,malandro,oportunista,interesseiro,roto,etc..etc..
(palavras da mãe biológica..)
Vais entregar a tua filha a um tipo destes?"

Relativamente a este ponto direi que nada ficou provado em Tribunal e, convenhamos, se há aqui um primeiro e grande culpado é mãe biológica. Primeiro, quando confrontada com o Ministério Público em 2002, afirma que o casal ficou com a filha e não a deixava visitar e alguns anos mais tarde já vem dizer que o pai biológico é este e aquele e que o casal é o melhor do mundo. Porquê esta mudança de atitude? Suspeito não é verdade?

3-"Ias falar bem do pai biológico dela?Tu conseguias fazer isso?"

Conseguia Pensador. Era a minha obrigação. Não sou dona da virtude e, como tal, não posso nem devo julgar ninguém. Posso ter a minha opinião. Posso criticar uma atitude ou um acto mas a vida, e a minha experiência profissional, ensinaram-me que todo e qualquer acto tem uma razão.

4 - "E depois Ni,que faceta achas que o pai biológico vai mostrar nas sessões que ele vai partilhar com a esmeralda?
Achas que ele ía fazer uma figura de Mau?
A Esmeralda ia decidir o quê,perante essa imagem representada?"

Porquê representada. Tu não consegues admitir que um ser humano, por muito que erre, tem sentimentos? Porque razão teria ele que representar?

5 - "Ni,percebe uma coisa!
O que assusta a Esmeralda não é o pai biológico!
É a possibilidade de ficar sem os pais adoptivos,percebes?"

Concordo que será um dos sentimentos da criança, mas não só. Ela também tem uma péssima imagem do pai biológico que lhe foi dada.

6 - "Essa criança já decidiu quem era o pai e mãe dela!
Nenhum juiz vai conseguir quebrar esse laço percebes?"

É óbvio que não. Daí o dramatismo do caso que não atingiria as proporções que tem se as partes tivessem tido bom senso.

7 - "Ni,a própria mãe biológica quando foi questionada pelos jornalistas,porque razão não quis revelar nada ao pai biológico da sua gravidez,só respondeu:
"Para quê,se eu já sabia que ele seria um péssimo pai?"Ni,ele já era um canalha nessa altura.."

Não ficou provado. Que provas tens de que ele seria um péssimo pai? O relatório social salienta a excelente relação que o pai biológico tem com o filho da companheira. Porque razão não teria com uma filha biológica?

8 -"Bem sabes que eu não acredito em milagres..."
Nem eu. Aqui estamos de acordo.

Francisco o Pensador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco o Pensador disse...

Ni,vejamos se consigo te fazer compreender o meu raciocinio.


«..Tal nunca se passaria comigo pelo simples facto de que não criaria uma criança após ter conhecido a mãe num consultório e esta ter escrito um papel em que "dava" a criança...»

- Ni,não fujas a questão.
Perguntei o que farias se estivesses na situação do casal adoptivo a partir do momento em que a criança já foi aceite nas tuas mãos!


«..Uma criança não se dá, primeiro ponto...»

- Se não tens condições para cuidar dela e se sabes que a tua filha vai passar misérias,por amor não vais da-la a quem tem condições para lhe dar um futuro?
Então o que é preferivel fazer?
Vendê-la?
Metê-la no caixote de lixo,como muitas mães ainda fazem?
Acho que não é muito humano pois não?


«..Segundo ponto: existem leis no nosso País para adoptar crianças...»

- E todos nós sabemos como funcionam essas leis,não sabemos?
Achas que eles não recorrem a todos os mecanismos para adoptar uma criança?
Mas infelizmente a burocracia em Portugal chega a ser enfadonha e nojenta!
Passa-se anos e anos sem um caso conseguir atar e desatar!
Mas entretanto os anos passam por nós Ni e eles querem ser pais,não avôs!


«..O casal, de forma deliberada, esquivou-se ao cumprimento dessas leis...»

- Só fez o que 95% dos portugueses costumam fazer..


«.. Qualquer pessoa de bom senso, não faria o que este casal fez. Eras capaz de ficar com uma criança, sem recorrer às instâncias legais, só porque uma pessoa que não conhecias de lado nenhum te oferecia o filho num consultório? É claro que não...»

- Porquê é claro que não?
Ni,antigamente era assim que se fazia!
Sei disso por estou casado com uma mulher que foi adoptada aos 3 meses também!
Julgas que a mãe biológica foi oferecer a criança a um casal estranho que encontrou por casualidade num consultório?
Não Ni!
A Aidida Porto queria entregar a filha a um casal de bem,informou-se de quem procura adoptar uma criança e soube que o Sargento estava nessa situação!
O casal adoptivo por sua vez,viram ali uma oportunidade e quiseram aproveita-la!
Qual é o espanto?
Ni,o que é preocupante são as leis que esta miséria de país colocou em prática,que até um casal "abastecido" é obrigado a recorrer a meios menos recomendáveis para conseguir adoptar um filho!!
Infelizmente,assiste-se a muita pasmaceira nos serviços sociais deste pais!


«..Mesmo que tivesses muita vontade darias início ao processo para que tudo fosse feito dentro da legalidade...»

- E não foi o que eles fizeram após aceitar essa criança?


«..Relativamente a este ponto (má fama do pai biológico)direi que nada ficou provado em Tribunal e, convenhamos, se há aqui um primeiro e grande culpado é mãe biológica...»

- Ni,estás a fugir a questão outra vez!
Não te perguntei de quem era a culpa,questionei se tu como MÃE entregarias a tua filha a alguem que tem fama de ser marginal e que inclusive tem um processo militar existente onde figura uma queixa de tentativa de "abuso sexual sobre menores" que aconteceu num quartel de Tomar,salvo erro,no ano 2000 e que lhe valeu alguns dias de prisão?
Sabes dessa queixa,não sabes?


«..Ias falar bem do pai biológico dela?Tu conseguias fazer isso?"

Conseguia Pensador. Era a minha obrigação. Não sou dona da virtude e, como tal, não posso nem devo julgar ninguém...»

- Mas eu não Ni!
Desculpa mas se acreditasse que esse homem era um sacana,não ia mentir a minha filha.


«..Porquê representada. Tu não consegues admitir que um ser humano, por muito que erre, tem sentimentos? Porque razão teria ele que representar?..»

- Ni,porque nas visitas ele só vai demonstar o seu lado Bom,nunca o Mau (ele não é tolo..),assim sendo não está a ser natural,logo chama-se representação.
Ni,os pais adoptivos já mostaram o seu lado "mau" quando foi necessário dar uma reprimenda á criança,não mostraram?
A criança já conhece os dois lados do casal adoptivo.
E que facetas conhece/conhecerá do pai biológico até parar nas mãos dele?

10º
«..Concordo que será um dos sentimentos da criança, mas não só. Ela também tem uma péssima imagem do pai biológico que lhe foi dada...»

- E será por acaso?
Analisa isto:
Os técnicos que acompanharam as sessões/visitas entre a Esmeralda e o Pai adoptivo recomendaram ao juiz que essas visitas deixassem de ser semanais e passassem a ser mensais,porque a criança ficava imensamente assustada na presença do pai biológico.
E que diz nessa ocasião o pai biológico?
Disse a imprensa que as visitas entre ele e a filha eram formidáveis,lindas,maravilhosas,alegres,que brincava com ela no colo,etc..etc..e que não percebia o motivo que levou o juiz a transformar as visitas em mensais!!
O tipo tem mesmo lata!
Pode mentir á criança,mas não consegue mentir a toda a gente,não achas?
Ele próprio constroí a sua imagem negativa!

Vê tu própria para não pensares que eu estou a mentir.

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=834489&div_id=29

Diz-me uma coisa,se o pai biológico está a dizer a verdade,então nesse caso os técnicos sociais é que estão a ser mentirosos?

11º
«..Não ficou provado. Que provas tens de que ele seria um péssimo pai? O relatório social salienta a excelente relação que o pai biológico tem com o filho da companheira. Porque razão não teria com uma filha biológica?..»

- É tudo especulação de facto.
Que leva uma mãe a pensar que um tipo seria fraco pai?
*Não sei..
Que leva uma mãe a esconder a gravidez desse pai?
*Não sei..
Ele tem uma optima relação com o filho da companheira!
*Que idade tem ele? Estamos lá para ver se a relação deles é de facto assim?
Se ele tem boa relação com o filho de outros,também vai ter com a dele!
*Não sei se reparastes mas o sexo é diferente.

Ni,é certo que eu não tenho provas nenhumas de que um Carpinteiro sem emprego certo e na maioria das vezes desempregado,sem habitação própria,que já foi acusado de abuso de menores e que mente diante das camaras....de que ele não seria bom pai!
Mas sei te dizer uma coisa!

Queres saber as verdaeiras intenções do Baltazar Nunes?

Eu mostro-te.

http://dn.sapo.pt/2007/01/10/sociedade/pai_biologico_reclama_filha_mais_mil.html

Comprendes agora?
Esta foi a primeira,porque ele e o advogado estou a preparar um processo também ao estado,por não lhe ter sido entregue a criança logo que a sua paternidade foi reconhecida.
Nesta primeira indemnização (que já vai receber no valor de 30 mil euros) ele vai ser compensado por não ter tido a felicidade de mudar as fraldas à filha e não ter gasto um tostão em leite,toalhitas,roupas,médicos,medicamentos,etc..etc..

Coitadinho,deve ter sofrido imenso...

Ni,tal como eu te disse...já conheço os Baltazares Nunes de côr e salteado!

Bom fim de semana minha amiga.

Bjs

NI disse...

Pensador:

Apesar de nesta semana estar com bastante trabalho, não podia, desde logo, deixar de te responder.

Assim:
Antes de mais, compreendo o teu raciocício.

Vamos agora à resposta, ponto por ponto:


” - Ni, não fujas a questão. Perguntei o que farias se estivesses na situação do casal adoptivo a partir do momento em que a criança já foi aceite nas tuas mãos!”
Já me conheces o suficiente para saberes que nunca fujo às questões por mais difíceis que elas sejam. Quando não quero responder, pura e simplesmente...não respondo. Agora fugir ou utilizar subterfúgios, isso nunca.
Quer acredites, quer não, nunca aceitaria uma criança naqueles termos, daí que não me possa colocar naquela situação dado que a mesma é impensável para mim. Não consigo.


” Se não tens condições para cuidar dela e se sabes que a tua filha vai passar misérias,por amor não vais da-la a quem tem condições para lhe dar um futuro? “
É óbvio que sim. Mas existem meios legais para o fazer. Qualquer outra situação que não seja pelo meio legal para mim viola a lei.


« - E todos nós sabemos como funcionam essas leis, não sabemos?
Achas que eles não recorrem a todos os mecanismos para adoptar uma criança? Mas infelizmente a burocracia em Portugal chega a ser enfadonha e nojenta! Passa-se anos e anos sem um caso conseguir atar e desatar!
Mas entretanto os anos passam por nós Ni e eles querem ser pais, não avôs!”
Pensador, o problema não são as leis mas a forma como elas são aplicadas. Mas posso dizer-te uma coisa, se quiseres uma criança que não seja loura e de olhos azuis, acredita, a adopção é muito mais rápida.
O curioso é que que um dos factores que contribui para o atraso na adopção é, na maior parte das vezes, as tentativas que os técnicos fazem para que a família biológica crie as condições necessárias para ficar com a criança. Só quando não há qualquer hipótese de encontrar uma solução junto da família biológica é que encetam os mecanismos para a adopção. Nesta caso, funciona ao contrário.


«...- Só fez o que 95% dos portugueses costumam fazer...”
Eu pertenço aos outros 5%.


«.. A Aidida Porto queria entregar a filha a um casal de bem,informou-se de quem procura adoptar uma criança e soube que o Sargento estava nessa situação!
O casal adoptivo por sua vez,viram ali uma oportunidade e quiseram aproveita-la!
Qual é o espanto?
Ni,o que é preocupante são as leis que esta miséria de país colocou em prática, que até um casal "abastecido" é obrigado a recorrer a meios menos recomendáveis para conseguir adoptar um filho!!
Infelizmente, assiste-se a muita pasmaceira nos serviços sociais deste pais!”
Pois, e com tal atitude, a família de acolhimento (continuo a chamá-los assim) colocou em causa a própria adopção.
Pensador, se um Tribunal validasse a forma como a família de acolhimento actuou de início estaria a validar o rapto. O que distingue aquela mulher que raptou a criança do hospital desta família? Apenas, e só, o consentimento da mãe. Nada mais.


” - E não foi o que eles fizeram após aceitar essa criança? “
Não Pensador e o problema reside precisamente nisso. Daí uma certa equiparação ao rapto. O cerne da questão reside precisamente nisto. Eles actuaram como a filha fosse deles. Mudaram-lhe o nome, Não deram início a qualquer procedimento para regularizar a situação. Só quando foram notificados do processo de investigação paternal, actuaram. Como: fugindo. E quando viram o caso mal parado é que vieram alegar a legitimidade, enquanto pessoas que tinham a criança, para serem ouvidas. O facto do tribunal da 1ª instância decidir que eles não teriam que ser ouvidos é que foi alvo de recurso por parte deles para o tribunal da relação e, posteriormente para o Tribunal Constitucional. E é este quem diz que, apesar de tudo, eles teriam que ser ouvidos pois eram parte interessada. O Tribunal Constitucional apenas se debruçou sobre este aspecto. Mais nenhum.


«.. - Ni, estás a fugir a questão outra vez!
Não te perguntei de quem era a culpa, questionei se tu como MÃE entregarias a tua filha a alguém que tem fama de ser marginal e que inclusive tem um processo militar existente onde figura uma queixa de tentativa de "abuso sexual sobre menores" que aconteceu num quartel de Tomar, salvo erro,no ano 2000 e que lhe valeu alguns dias de prisão? Sabes dessa queixa, não sabes?”
Quanto ao processo militar desconheço e só relevo as provas juntas nos autos e nada consta. Desconheço se tens conhecimento pessoal ou se lestes nos jornais. Lamento dizer-te mas no que diz respeito a casos judiciais tratados pela imprensa, só acredito quando reproduzem os acórdãos dado que em matéria judicial, salvo raríssimas excepções, os jornalistas são mal preparados.
Se eu tivesse tido um filho de alguém que fosse marginal e não tivesse hipótese de tratar de forma digna o meu filho, entregaria o meu filho para adopção, dando o nome do pai biológico.Quando fosse chamada para prestar declarações manifestaria, nessa altura, a minha opinião. É curioso que para mãe da pequena Esmereralda o pai só passa a ser marginal quando lhe diz que só assume a paternidade após os resultados do ADN. Mas enfim.


“- Mas eu não Ni! Desculpa mas se acreditasse que esse homem era um sacana,não ia mentir a minha filha.
Respeito a tua posição.


“ - Ni,porque nas visitas ele só vai demonstar o seu lado Bom,nunca o Mau (ele não é tolo..),assim sendo não está a ser natural,logo chama-se representação. Ni,os pais adoptivos já mostaram o seu lado "mau" quando foi necessário dar uma reprimenda á criança,não mostraram? A criança já conhece os dois lados do casal adoptivo. E que facetas conhece/conhecerá do pai biológico até parar nas mãos dele?
Apenas conhece a faceta que a família de acolhimento lhe deu. Quanto ao facto de ele apenas ao demonstrar o lado bom ser uma mera representação apenas te posso dizer que não o conheço pessoalmente para tecer qualquer comentário, (e não estou a fugir à questão).

10º
«.. Analisa isto: Os técnicos que acompanharam as sessões/visitas entre a Esmeralda e o Pai adoptivo recomendaram ao juiz que essas visitas deixassem de ser semanais e passassem a ser mensais, porque a criança ficava imensamente assustada na presença do pai biológico. E que diz nessa ocasião o pai biológico?
Disse a imprensa que as visitas entre ele e a filha eram formidáveis, lindas, maravilhosas, alegres, que brincava com ela no colo, etc..etc..e que não percebia o motivo que levou o juiz a transformar as visitas em mensais!!
O tipo tem mesmo lata! Pode mentir á criança, mas não consegue mentir a toda a gente, não achas? Ele próprio constrói a sua imagem negativa! Vê tu própria para não pensares que eu estou a mentir.
Pensador, eu nunca afirmei, nem nunca me passou pela mente, que eras mentiroso. Neste caso tens recorrido às informações veiculadas pelos jornais para teres as tuas próprias opiniões. Eu recorro aos autos do processo para ter a minha. É esta a diferença que não faz de nenhum dos dois mentirosos. Consta dos autos o relatório que estás a mencionar. Eu acredito que para a criança fosse uma situação stressante (dada a ideia que a família de acolhimento lhe transmitiu do pai). Imagino o que será para uma criança ter que estar a falar com uma pessoa que ela pensa que é a pior do mundo. Acredito, pois, que os técnicos aleguem que tal situação seja traumática para a criança. Por seu turno, o pai, porventura pelo próprio desconhecimento que tem da personalidade da filha não se aperceba que a situação é traumática. Ele pode interiorizar (ou pretender convencer-se) de que está tudo bem e pode não estar.
Dou-te um exemplo para ver se me consigo explicar: Como sabes tenho duas filhas e quero pensar que ninguém as conhece como eu. A minha filha mais nova nunca me pediu para faltar às aulas. Quando andava na 1ª classe, levantava-se todos os dias bem disposta. No final do dia perguntava-lhe se o dia tinha corrido bem e ela dizia que sim com um grande sorriso. Nada no comportamento dela indiciava que ela tivesse problemas de adaptação. Até que fui alertada pela professora que ela no recreio passava o tempo a chorar e dizia que não tinha amigos. Fiquei furiosa comigo própria por não ter detectado isso. Mas somos humanos e para além de não podermos pretender saber de tudo, muitas vezes queremos convencermo-nos de que tudo está bem.

11º
«.. Queres saber as verdaeiras intenções do Baltazar Nunes? Eu mostro-te.
Comprendes agora? Esta foi a primeira,porque ele e o advogado estou a preparar um processo também ao estado,por não lhe ter sido entregue a criança logo que a sua paternidade foi reconhecida. Nesta primeira indemnização (que já vai receber no valor de 30 mil euros) ele vai ser compensado por não ter tido a felicidade de mudar as fraldas à filha e não ter gasto um tostão em leite, .....etc.. coitadinho,deve ter sofrido imenso...Ni,tal como eu te disse...já conheço os Baltazares Nunes de côr e salteado!”
Relativamente à indemnização tem direito. A justiça foi tardia e o Estado tem que ser responsabilizado (neste e noutros casos).
Pensador, dá-me, pelos menos, o benefício da dúvida. Ao fim de 20 anos na área criminal penso já ter alguma experiência do lado mais negro da sociedade.



Bjs

Francisco o Pensador disse...

Ni,é por isso que admiro muito a tua personalidade.
Só mesmo tu para quase conseguires me fazer acreditar,que o Baltazar Nunes possa ser de boa "gema"...

E só por causa disso (além da tua grande experiência na area criminal) dou-te com muito gosto o beneficio da dúvida!

Bjs

NI disse...

Querido Amigo Pensador, uma das coisas que mais admiro em ti, para além de um galanteador nato, para além de defenderes as tuas ideias e aquilo que entendes correcto com convicção é a tua capacidade de admitires que estás errado.

Contudo, dificilmente te deixas convencer a não ser qque te provem de forma inequívoca que estás errado. Ora, como eu não provei, nem podia, provar que estás errado, acredito estar muito longe de te convencer. Mas tenho a certeza que te obriguei a pensar um bocadinho para o outro lado da medalha. :-)

Como tu, aliás, também me fizeste.

Não precisava de te pedir o benefício da dúvida. Sei que posso dizer o maior disparate do mundo que tentas logo encontrar um motivo que justifique o meu desaire.

Mas, afinal, para que servem os amigos.

Bjs

Anónimo disse...

Finalmente!
A pós grandes malabarismos e habilidades de caserna, finalmente vai ser feita parte da justiça no caso Esmeralda, no dia 26/12/2007 será entregue ao pai biológico.

É caso para dizer que o CRIME não compensa, mesmo quando cometido por um policia!

Assi. Cunhal

Mensagens

Arquivo do blogue


Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso