terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Do que não entendo nas relações - Parte I - A anulação





Ou subserviência.

Ou como alguém pode pensar que será feliz se esquecer que é um ser único.

Que será feliz se deixar de lado os seus gostos pessoais, os seus amigos, os seus sonhos, só porque o (a) companheiro (a) assim o exige.

Que é capaz de controlar a situação porque se colocou nela de forma consciente, quiçá por algum sentimento de culpa.


Cada um de nós tem sentimentos, emoções, valores. Cada um de nós tem a sua forma de demonstrar e partilhar os seus afectos. É essa a nossa essência. A nossa natureza. A nossa marca. Anularmos a nossa forma de ser e de estar é destruir o nosso equilíbrio emocional. E destruir o nosso equilíbrio emocional é destruir qualquer hipótese de manter uma relação saudável.

É que, das duas uma: ou se anula por completo e deixa de viver para passar a ser uma marioneta nas mãos de alguém, ou se revolta mais tarde ou mais cedo. O problema é que quando se revolta tarde de mais pouco ou nada há que salvar de uma relação que nunca o foi.

E nunca foi porque uma relação saudável sobrevive da reciprocidade, da cumplicidade, da união entre duas pessoas individuais.

Quando assim não é, apenas nos estamos a enganar a nós próprios e a adiar o inevitável.

 
Deixo-vos com um tema que nos anos 80 foi um hino à luta travada pelas mulheres do Chile. A internet quase que não era utilizada entre nós. Os telemóveis estavam nas nãos de mai dúzia de pessoas. A rádio era a grande mensageira das causas. E eu tive o privilégio de participar nesta causa. E daquele pequeno estúdio com pouco mais de 6 metros quadrados, o movimento iniciado por algumas ONG'S ganhou força entre nós.



5 comentários:

S* disse...

Sem dúvida alguma que é preciso manter (e adorar) o nosso Eu, independentemente do Nós.

Tinta Permanente disse...

"O problema é que quando se revolta tarde de mais pouco ou nada há que salvar de uma relação que nunca o foi."

Se a revolta fosse cedo, adiantaria alguma coisa, se a relação "nunca o foi" ?
:) Bjs

NI disse...

S*, porque antes de sermos "nós" somos "eu".

Tinta, se a revolta fosse mais cedo adiantaria na perspectiva de que não se tinha perdido muito tempo em busca de uma quimera. Mas, verdade seja dita, a maioria de nós já tentou salvar uma relação só porque entendeu, no momento, de que valia a pena. E quantos teimam em ir de tentativa em tentativa. Esforço inglório.

Beijo às duas

Petra disse...

E tanta gente comete esse erro! Tanta gente se anula em função de outrem! é isso mesmo Ni, acima de tudo haver numa relação, o eu, o tu, e o nós.

só 1 mulher disse...

Ni.. como te entendo.. este post podia ter sido escrito por mim...

1 beijinho

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso