Os últimos três dias não têm sido fáceis. Uma verdadeira amálgama de emoções.
Sábado, a tristeza de deixar a minha filha mais velha bem longe de casa. Emoção apenas atenuada pela alegria que via nos seus olhos. Mas era o desejo dela. Sabia que estava feliz e isso era o suficiente para mim. Amar também é isso. Sei que o egoísmo não faz parte da equação mas... que vontade tive de ser egoísta!!!
A fazer-lhe companhia ficou o seu amigo inseparável desde que nasceu há quatro meses atrás: o meigo e irrequieto Trash. Em casa não era preciso trela. Era vê-lo satisfeito no colo das minhas filhas ou então a correr pelo jardim. E quase fui "linchada" com os olhares dos três membros da família quando sugeri que ele deixasse de dormir no quarto da filha mais velha. O "bebé" era membro da família e acabou-se.
Última foto do Trash tirada no sábado num jardim das Caldas da Rainha
Hoje, uma série de reuniões foi abruptamente interrompida às 18 horas com um telefonema da minha filha mais velha. No início nem consegui entender nada devido ao choro compulsivo dela.
Só após alguns momentos, angustiantes porque não fazia mínima ideia do que se passava, é que consegui entender o que se tinha passado.
O Trash tinha sido atropelado e o veterinário dizia que teria que se aguardar algumas horas mas pouco ou nada se podia fazer. Algumas horas já se passaram e ele ainda resiste. Mas temo que o desfecho seja o pior. A mais nova não jantou e foi para a cama chorar mas já teve o afago de mãe. A mais velha está longe e eu sem poder fazer nada.
E a vontade de mãe é largar tudo e ir ter com ela, mas não posso. Isso dá-me uma sensação de impotência terrível.
Mas este episódio apenas reforça a ideia que a experiência de vida me deu: não existe felicidade.
Existem pequenos espaços temporais, fugazes, em que a alegria impera. A verdadeira sabedoria é aproveitar esses momentos como se fossem únicos e irrepetíveis. O que temos hoje podemos não ter amanhã e é a verdadeira estupidez humana que nos impede de aproveitar esses pequenos e breves momentos em prol de uma quimera: a felicidade.
E eu sei que as minhas filhas souberam aproveitar todos os momentos com ele. Mesmo que ele tenha que partir, (eu já assumi mas não lhes quero retirar a esperança), sei que ele lhes proporcionou instantes únicos de felicidade e elas, inteligentes, souberam aproveitar da melhor forma.
7 comentários:
Garanto-te que o fiel amigo vai resistir!! No mundo existem dois cães que são como os gatos e têm sete vidas: um meu, que tive há uns bons anos e que só partiu depois da 12ª vida se ter esgotado... e o Trash! :p
Um beijinho às filhotas!!!
Obrigado Bloguótico, serão entregues. Acabei de telefonar à minha filha e ele continua a resistir. Eles nem tratam das feridas externas porque ainda não sabem que feridas internas tem e pelos vistos qualquer tratamento pode ser prejudicial. Eu não entendo nada de animais mas o mais importante é que ele está sedado e não está a sofrer. Ao menos isso.
Beijo
Vamos torcer pelo Trash!!
Coração de mãe sofre por 3, por si e pelo delas!! Força NI!
Um Beijinho e um abraço solidário *
Sei o que as suas meninas estão a sentir, a dor da ausência, o calor, a língua sempre pronta para nos beijar... mas o que me está a custar mesmo é a ausência do seu latido, o seu calor nos meus pés... fica a saudade dos bons momentos.
Abraço muito doce para si e para as suas meninas.
Sairaf
Ai que horror, Ni... o bicho é tão bonito... quem ama realmente os bichos sofre imenso com a partida deles. E o impasse deve ser angustiante... força!
E então, o bicho está-se a aguentar? Eles às vezes são mais rijos do que parecem. Vamos a ver se corre bem!
Ohhh NI.... vamos continuar a torcer para que melhore! Enquanto há vida... há esperança.
Entendo bem o que sentem vocês as três, porque afinal perder um animal por vezes é bem mais difícil do que perder uma pessoa. Tudo depende da importância que esse ser tenha para nós!
beijinho e vai actualizando notícias...
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