quinta-feira, 19 de março de 2009



Já passaram duas décadas? Não dei conta...


Ainda me recordo do teu olhar, umas vezes meigo, outras vezes pretensamente severo... mas lembro-me, sobretudo, do teu olhar de orgulho quando me vias...


Ainda me recordo quando à noite, pensando que já estava a dormir, me aconchegavas o lençol e me davas um beijo. E, eu, fazia de conta porque sabia que não gostavas de ser apanhado em flagrante.


Ainda me recordo dos nossos cafés a meio da manhã na Brasileira.


Ainda me recordo do primeiro livro que me ofereceste dizendo que a leitura era a luz dos ignorantes.


Ainda me lembro da primeira caneta que me ofereceste dizendo que seria o meu principal instrumento de trabalho.


Ainda me lembro dos primeiros passos de dança que me ensinaste. E sabes, desde que foste, nunca mais ninguém dançou comigo


Mas lembro-me, sobretudo, de tudo aquilo que ensinaste. De teres dito que um caminho sem obstáculos não me levaria a parte nenhuma.


Acredita pai, eles têm sido muitos mas continuo a percorrer o mesmo caminho....



Nota - Eu sei que o presente post é repetido. Escrevi este texto há um ano atrás. Mas todos os dias é desta forma que me recordo do meu pai e de quão ingrata e traiçoeira a vida é...

14 comentários:

Storyteller disse...

Ni,
As tuas palavras são lindas. Felizmente, ainda tenho o meu Pai comigo, mas há dois anos estive a milésimos de milímetros de perdê-lo. Se não fosse um pacemaker a mantê-lo vivo, já não o teria comigo.
Neste Dia do Pai quero que sejas feliz, pois foste e continuas a ser uma filha linda. E o teu Pai está a olhar para ti, por ti e continua cheio de orgulho ao ver o mulherão em que te tornaste. De certeza!
Um beijo

Gugui disse...

Passei só mesmo para te mandar um grande beijinho e um abraço apertado... ;-)

NI disse...

Storyteller, quando as recordações são boas respira-se felicidade. :-)

Gugui, estamos ambas no mesmo barco.

Beijo enorme para as duas

Abobrinha disse...

Ni

O texto é o mesmo porque o sentimento é o mesmo e não diluiu ao longo de duas décadas.

Um abraço para ti e para a Gugui, porque eu não sei e espero não saber tão cedo o que vocês estão a sentir. Mas imagino...

Gugui disse...

Ni,

É mesmo isso...
Desculpa "abusar" aqui do teu cantinho, mas tinha de agradecer e retribuir o abraço à Abobrinha.

NI disse...

Gugui, minha querida, este espaço também é teu. Usa e abusa :-)

Abobrinha disse...

Gugui

VEM A MEUS BRAÇOS!!!

NI disse...

Mau! Afinal, quantas somos? Tu tens lá braços para tantas miúdas...

Anónimo disse...

bonito....bjocas :D

NI disse...

Calvin, uma beijoca também para ti :-)

Anónimo disse...

Gostei imenso e senti cada pedacinho...

Felizmente ainda cá tenho o meu querido pai, mas a minha mãe já partiu à quase uma década...

Não é fácil às vezes pensar na sua ausência, mas a felicidade cá dentro permanece... :)

Tal como a minha sábia mãe dizia "esquece-me quando eu te esquecer e nunca me esquecerás..."

Beijo muitooo apertadinho* ;)

NI disse...

Espelho meu pois eu já perdi ambos. O meu pai perdi-o há muitos anos atrás. A minha mãe faz no próximo dia 26 cinco anos.

Beijinhos

Rita disse...

Um beijinho especial. O meu pai esteve quase quase a ir-se no início deste ano mas conseguiu agarrar-se à vida... Acredito que os que já cá não estão, permanecem a velar pelos que lhes são mais queridos.

NI disse...

Rita, é um pensamento bonito e gostava de acreditar...

Um grande beijinho

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso