Do meu blogue, mas não dos vossos. É viagem obrigatória todos os dias.
Mas nesta altura em particular tinha que estar presente.
Mesmo não tendo um Natal como o sinto e gosto de partilhar pois não terei na minha companhia uma das minhas filhas que está a milhares de kms, não deixo que o significado desta data me passe ao lado. É o que vale ter a mania da contradição ou, como escreveu Ivan Teorilang "A felicidade está em deixar de reclamar por aquilo que não conseguimos, e passar a agradecer por aquilo que não perdemos."
E eu tenho que agradecer o que não perdi.
E eu não perdi a minha essência: a capacidade de acreditar, a capacidade de amar incondicionalmente a minha família e os meus amigos, a capacidade de deixar partir quem amo, a capacidade de dizer "estou aqui" quando sei que precisam de mim, a capacidade de "fugir" esporadicamente para o meu mundo encantado, a capacidade de rir e de chorar, a capacidade de lutar contra as injustiças e as adversidades, a capacidade de partilhar os bons e maus momentos. Não perdi porque faz parte do que eu sou. E eu ainda estou viva.
Numa altura em que o desalento, a descrença num presente e num futuro nos atinge de uma forma desigual e injusta, não podemos, nem devemos, desistir. Somos melhores do que aquilo que pensamos e daquilo que nos fazem querer pensar.
Podia deixar como tema musical a "minha música" de natal preferida de Chris Rea. Mas este ano, não.
Para estar de acordo com o pensamento de Ivan Teorilang deixo-vos com este, porque não podemos dar valor ao que é importante apenas e só quando o perdemos e porque, como o mesmo autor escreveu:
" Mesmo diante tantos presentes natalinos recebidos,
o mais precioso é o amor,
a emoção dos encontros,
e o esquecimento dos desencontros;
é a esperança renovada..."
Ivan Teorilang
Um Feliz Natal e tentem ser felizes.