Esta história, verídica, não é daquelas histórias que começa pelo "Era uma vez...".
Nem fala de príncipes e de princesas.
Nem fala de heróis com poderes sobrenaturais.
Nem fala de reinos encantados.
Mas fala de heróis. De carne e osso. Daqueles que passam despercebidos. Dos que diariamente se levantam e vão trabalhar e dão o seu melhor. Muitas vezes sem ver o seu trabalho reconhecido. Muitas vezes sendo criticados.
E fala de outros seres humanos. Daqueles que não são heróis para os outros mas que serão os grandes heróis para os seus filhos. São aqueles que perderam os seus empregos e qualquer meio de subsistência. Aqueles que tudo fazem para que nada faltem aos seus filhos mesmo perdendo a sua própria dignidade.
E fala de uma cidade. De uma cidade com ruelas escuras mas que tem o brilho das suas gentes. fala da cidade do Porto.
É uma história que tem quase um mês. Mas valerá recordar:
" Em determinado momento durante a semana que está a terminar, foi a policia solicitada para um supermercado sito na cidade do Porto. Chegados ao dito supermercado, foram os elementos policiais informados pelo vigilante do estabelecimento que determinada pessoa tinha sido travada à saída na posse de artigos furtados.
Questionado sobre a tipologia dos artigos furtados, a gerente do supermercado e o vigilante referiram tratar-se de 4 iogurtes, 6 pães e 2 pacotes de leite. Os agentes, dirigiram-se então ao autor do ilícito e este, a chorar compulsivamente, lá foi dizendo que tanto ele como a esposa, estão desempregados, têm 2 crianças em casa e nem leite tinha para lhes dar. Este acto, visava apenas levar pão à boca dos seus filhos que ainda não tinham comido nada durante todo o dia.
De volta à gerente, esta, depois de passar os artigos pela caixa lá mostrou o talão, com um valor monetário pouco acima dos 4 euros.
Nesse momento, o agente, tirou dinheiro do bolso, perguntou se a casa aceitava o pagamento e após este ter sido efectuado ainda questionou se pretendiam procedimento criminal.
Uma vez que os artigos estavam pagos e nada mais restava a fazer, foi o autor do furto chamado à parte, onde lavado em lágrimas, ouviu o conselho de que pedir não é crime, pedir é ser humilde e que se for detido, com toda a certeza, não vai conseguir levar seja o que for para a boca dos filhos. Não volte a furtar mais nada pois para a próxima pode não ter a sorte que teve hoje. De seguida mandou-o embora com os iogurtes, o pão e o leite.
Existem Homens assim nestas fileiras que dia após dia, noite após noite presenciam homens, mulheres e crianças com fome, sem nada para comer, que o último recurso é pedir ou furtar.
Note-se que não estou a falar de criminosos, de delinquentes que passam os seus dias a mandriar, a viver à custa de RSI, estou a falar de pessoas de bem, que sempre trabalharam, sempre pagaram os seus impostos e que agora se vêem privados de tudo e incapazes sequer de alimentar os seus filhos.
Se achas que a atitude deste agente é louvável, partilha a história."
Eu partilhei.
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