domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Quimica do Amor


Afinal parece que somos todos uns drogados a acreditar nas investigações sobre o Amor e a Química. A culpa é de uma tal dopamina, Mas a serotonina também tem culpas no cartório. E não pensem que a testosterona e o estrogénio se livram de serem suspeitos deste autêntico cocktail de drogas. Confesso que de todos os suspeitos a oxitocina é aquela por quem nutro maior simpatia.

Mas vamos à notícia do Jornal "Expresso":


"Há quem diga que o amor é uma droga: sob a sua acção, o organismo é inundado por uma descarga química que produz efeitos semelhantes aos de um opiáceo.

O que é o amor? Será, como escreveu Stendhal, o "milagre da civilização"? Será mais arte que sentimento, como defendeu Paul Morand? Ou será, afinal, "algo que não se define", antes se sente (Séneca, pensador romano)?

O debate é provavelmente tão antigo quanto as inquietações sobre as origens do Homem. Ao longo da História, vários têm sido os poetas, escritores e artistas que, cantando as virtudes do amor, têm contribuído para a compreensão deste fenómeno transcendente e antagónico: tanto é capaz de iluminar-nos a alma e encher-nos de vida como, num ápice, rasgar-nos o coração e apagar qualquer centelha de esperança. "Nascemos para amar", escreveu o político e autor britânico Benjamin Disraeli. "O amor é o princípio da existência e o seu único fim".

Mas, afinal, o que define o amor? A antropóloga norte-americana Helen Fisher, autora de "Porque Amamos - A Natureza Química do Amor Romântico" (Relógio D'Água, 2008), tem vindo a dedicar a sua carreira a decifrar esse enigma. A resposta, defende na obra, é menos romântica e mais previsível do que se esperava. O amor é... química, sentencia friamente. Uma alquimia complexa que envolve duas hormonas sexuais, a testosterona e o estrogénio, e dois neurotransmissores, a dopamina e a serotonina. A ciência, afinal, apenas confirma o senso comum. Quantos de nós já não nos escudamos na "química" para explicar aquele magnetismo incontrolável, o desejo irrefreável, a vertigem sentimental que nos liga a alguém? Química portanto, não simbólica mas literal.

A visão fica a dever muito ao romantismo, mas Fisher vai mais longe. A professora de Antropologia da Universidade de Rutgers socorre-se de Darwin para explicar que o amor, mais do que um sentimento nobre e transcendental, tem um papel evolutivo: existe para permitir a reprodução da espécie. E ainda que, como animais sexuais que somos, não precisemos de amar para nos envolvermos sexualmente, todos procuramos a pessoa ideal para assentar e constituir família. Mais do que máquinas sexuais, somos máquinas reprodutoras, diz-nos Fisher. O amor é apenas um meio para um fim muito mais nobre: a sobrevivência da raça humana. Esqueça, pois, os chocolates Godiva, as trufas, os diamantes e o champanhe caro.

A poção do amor não pode ser comprada nem mesmo na melhor loja. A primeira boa notícia é que existe dentro de cada um de nós. Basta encontrar a pessoa certa para a activar. A segunda é que a ciência pode ajudar-nos a consegui-lo mais eficazmente. Na sua última obra, "Why Him? Why Her?" (Porquê Ele? Porquê Ela?, numa tradução literal), acabada de publicar nos Estados Unidos, Fisher recorre ao seu conhecimento sobre a acção da testosterona, do estrogénio, da dopamina e da serotonina para traçar quatro tipos de personalidade distintas e explicar a sua influência nas relações românticas. Porque se as relações duradouras dependem mais do estatuto e da história de vida em comum, é a compatibilidade entre personalidades que soltará as faíscas no primeiro encontro.

Associados a elevados níveis de estrogénio, os Negociadores são introspectivos e analíticos, revelando grande habilidade para lidar com as pessoas. Cheios de testosterona, os Directores são bastante competitivos, ambicionando desempenhar papéis de liderança. Sob a influência da serotonina, os Construtores são os pais de família dos subúrbios, populares entre colegas e amigos, e pilares das suas comunidades. Por fim, os Exploradores, afectados por uma elevada acção da dopamina, são criativos e energéticos, não dispensando uma boa aventura.

As características de cada um dos tipos de personalidade ajudam a explicar a sua compatibilidade. Construtores e Exploradores tendem a procurar parceiros com o mesmo tipo de personalidade. Os primeiros porque sendo tão tradicionais - "são os casamentos de 50 anos, com cinco filhos", ilustra a autora - dificilmente conseguem tolerar outro tipo. Mais curiosa, sobretudo de um ponto de visto evolutivo, é a atracção entre Exploradores. Quem vai tomar conta das crianças quando ambos estiverem a subir ao Evereste ou no bar a tomar drogas?, interroga-se Fisher. Já Negociadores e Directores completam-se: precisam das características uns dos outros.

"Tudo o que fazemos tem um componente químico", explica Fisher ao Expresso. Conhecer a receita não destrói, contudo, o romantismo, garante a antropóloga. "Podemos conhecer todos os ingredientes químicos de um bolo de chocolate ou de uma cerveja e ainda assim desfrutar do prazer de consumi-los." Nisto do amor, o melhor é deixar espaço para o acaso. É que o coração tem caminhos que a própria razão desconhece.

As três fases do amor:

Desejo sexual
É a fase da luxúria, do impulso sexual indiscriminado desencadeado pelas nossas hormonas sexuais, a testosterona nos homens e o estrogénio nas mulheres.

Amor Romântico
É a fase da atracção sexual selectiva, do enamoramento e da paixão. É quando perdemos o apetite, a concentração, o sono e a razão. É quando o coração bate mais depressa, as mãos ficam suadas e a respiração parece falhar. A passagem da fase do desejo para a do amor é controlada pela feniletilamina, uma molécula natural semelhante às anfetaminas. Há uma descarga de dopamina e norepinefrina, duas substâncias associadas aos centros de prazer no cérebro. São, na prática, estimulantes naturais do cérebro.

Fase de ligação
É a fase do compromisso, do amor maduro, da estabilidade emocional. Aqui entram em acção sobretudo duas hormonas: a oxitocina, libertada durante o sexo e conhecida como a "hormona do carinho" ou "do abraço"; e a vasopressina, tida como a hormona da fidelidade."

11 comentários:

Paulo Lontro disse...

Não se vende destas coisas na drogaria?
Conheço tantos e tantas que necessitam de uma dosezinha…

NI disse...

Paulo, o problema é esse. Os afectos não se vendem nas drogarias...

Lança disse...

Foi muito útil para mim ler este post!

Agora já posso culpar uma data de cenas químicas!

Muito útil, sim senhora!

AH AH AH!!!

Cristina disse...

:O

As coisas que uma pessoa aprende...

Abobrinha disse...

NI

Só li o post na diagonal. Portanto, pelo que entendi andas metida nas drogas. É isso, não é? Sinceramente, nunca tinha pensado isso de ti, mas gosto de ti à mesma!

Djinn disse...

Ahhhhhh já vi que leste o mesmo artigo do Expresso que eu!!!
:P:P:P

Cá para mim a culpa é mesmo das feromonas eheheheh ;););)

NI disse...

Lança, isso querias tu. A culpa é mesmo nossa, ahahahahaha

Cristina,aprendeste? Bolas....
:-)

Abobrinha pelos vistos não sou a única drogada por aqui. Ah..e eu também gosto de ti, hihihihihihi

Djinn, não queiras escapar como o Lança. A culpa é mesmo nossa, mesmo que venha das nossas hormonas, feromonas e outras coisas que tais. :-)

Beijos a todos

Tinta Permanente disse...

Qualquer dia compramos na drogaria... eh eh

Cristina disse...

Não querias que eu saísse mais culta da 'experiência Ni-Entre-Amigos'?? Hahahaha

Francisco o Pensador disse...

Sem comentários...

(Suspiros)

:-/

NI disse...

Tinta, já há quem compre na farmácia, hihihihihihihi

Cristina, aprendeste alguma coisa? Bolas....

Francisco, os suspiros significam....

Bjs para todos

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