sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Simples luxúria?


Mais uma das minhas habituais pausas para fumar.

Mas, desta vez, o caso parece sério. Não é o meu. Que eu cá não tenho caso nenhum. Mas de um colega que confessava a outro andar a enganar a mulher com uma mulher "toda giraça".

Dizia ele todo vaidoso: "Eh pá, eu até amo a minha mulher, mas sabes como é, a gaja é boa...".

Ainda bem, pensei eu para os meus botões (ou melhor, para o fecho porque hoje venho de vestido mas isso agora não interessa nada), que a gaja é boa porque o "fala-barato" de bom não tem nada.

Tenho a minha forma de estar na vida, os meus valores e os meus princípios. Mas tenho, sobretudo, duas máximas: não julgar os outros pelos meus próprios padrões e nunca afirmar que "desta água não beberei". Como consequência desta postura, não sou pessoa
de criticar as opções da vida íntima de cada um.

Mas não gosto de "fanfarrões" que se vangloriam das conquistas. Mais a mais porque metade do que dizem quase sempre cai no exagero.

Mas este episódio fez-me recordar a frase de Marcel Proust:

" A mulher que amamos só poucas vezes
satisfaz as nossas necessidades,

pelo que lhe somos infiéis com a mulher que não amamos."

5 comentários:

Abobrinha disse...

NI

Bondade tua não julgar os outros. Eu julgo, mas baseada nos elementos de que disponho. Sendo que a frio entendo que este caso é (pelo menos) falta de respeito.

Uma coisa é julgar, outra é achar normal. E eu acho tudo normal, porque já vi de tudo e sei que ainda hei-de ver pior. E há mulheres que se sujeitam a isto e pior, por motivações várias.

Mas isto não é um ponto de vista pessimista: no meio de tudo, há pessoas íntegras. O que é... são amores e relações mais discretas. E eu conheço muitas!

NI disse...

Abobrinha, não é uma questão de bondade, acredita. É mesmo a minha forma de estar na vida. Fui aprendendo isso com os anos.

Eu conheço casais em que um, ou ambos, são infiéis por opção.

Conheço pessoas que têm relações com pessoas casadas porque simplesmente amam.

Não questiono estas e outras opções. Mas quando ouço alguém dizer que ama a mulher mas a engana com outras "porque são gajas boas", questiono-me se a pessoa sabe, de facto, do que está a falar.

Mais a mais, a descrição é uma qualidade. Não é defeito.

Djinn disse...

Sinceramente? O que me choca é o «eu até amo a minha mulher...»

Não, não ama, a amasse não a traía, ou então não faz a mínima ideia do que é amar alguém...

Paulo Lontro disse...

Eu deixo as certezas e os juízos de valor para a cabeça e consciência de cada um.

NI disse...

Djinn, sinceramente isso já não me choca porque está a tornar-se hábito o ser humano mentir a ele próprio.

Paulo, sei que tens razão e, acredita, tento fazer isso no dia-a-dia apesar de ser difícil :-)

Beijos aos dois

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso