terça-feira, 29 de abril de 2008

As palavras que não te disse...

Há quanto tempo nos conhecíamos?


29 anos. Tinha 14 anos e tu 18. Foi uma empatia imediata. Eu, algo tímida e complexada. Tu, um autêntico furacão. Para ti não havia impossíveis e arrastavas toda a gente para projectos aparentemente suicidas. O mais surpreendente é que ganhamos alguns. Contra tudo e contra todos. E, eu, lá ia no mesmo barco. Pagamos caro pela nossa irreverência. Compreensível até aos nossos 25 anos. Imperdoável a partir daí. A política não se compadece com pessoas como nós.


A tua alegria e vontade indomável eram contagiantes. De uma generosidade sem limites.


Desde que deixei a política activa que nos deixamos de ver com frequência mas, sempre que nos víamos, era uma festa. Como só os amigos sabem fazer.


De ti vou recordar o teu sorriso genuíno. A tua solidariedade sem limites.


Magalhães, tantas palavras que eu gostaria de te dizer neste momento. Tantas quanto aquelas que não falei porque damos como certo a nossa imortalidade. Mas acho que as guardarei para mais tarde, para te dizer olhos nos olhos. Quando nos encontrarmos.


Essa de partires antes de mim foi de muito mau gosto mas lá estarei para me despedir.


Até sempre meu amigo.


"A vida sempre começa agora..Numa construção de passado que só termina quando a caixa de futuro se acaba"
Jorge Reigada


1 comentário:

Anónimo disse...

extremamente sensibilizado
não admirado...porque sei do que és capaz.

Bjs

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso