quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O que a vida me ensinou...


Imagem da net

 
Até aos trinta anos fiz imensos planos pessoais e profissionais.
 
Estava convencida que o trabalho feito com integridade, empenho, saber e entrega eram recompensados. Esta foi, aliás, a herança dos meus pais. Quando morreram "apenas" me deixaram valores e princípios.
 
Com base nestes ensinamentos estabeleci objectivos, (que nem eram impossíveis ou megalómanos), e elaborei planos que me permitissem atingir sem colocar em causa os valores e princípios nos quais, convictamente, acredito.
 
Estabelecer objectivos e elaborar planos pode transmitir uma sensação de ordem que nos tranquiliza. Mas é uma tranquilidade aparente e efémera. A vida não se desenha de régua e esquadro. Não se colocam os pedaços da vida ordeiramente arrumados numa prateleira.
 
 
Prestes a chegar ao meio século de vida cheguei à conclusão que é uma valente perda de tempo fazer planos porque, se por um lado há situações que fogem do nosso controle, por outro lado anda meio mundo (os "xicos-espertos") a "lixar" o outro meio.
 
 
O melhor mesmo é encararmos um dia de cada vez e estarmos preparados para ultrapassar os obstáculos à medida que eles aparecem. Não vale a pena sofrer por antecipação nem esperar o que possa vir amanhã. E, acima de tudo, aproveitar todos os instantes de felicidade como se fossem os últimos.
 
 
Afinal, basta estar vivo para morrer...
 

7 comentários:

GATA disse...

Sendo mais nova, mas já tendo passado os 30, digo-te que me identifico tanto, mas tanto com este teu texto, que nem imaginas!

Pior que ver os planos falharem, foi ver os sonhos morrerem... Já sofri tanto que não tenho esperança (nem posso ter, para bem da minha sanidade mental e força física!) de ser feliz, e a única certeza que tenho é que, mais tarde ou mais cedo, morro - sem pena nem glória!

Ah, e não sei se chego à tua idade!

Feliz disse...

...o que a vida me ensinou até agora:

1. ninguém enriquece a trabalhar, muito menos de forma digna;
2. os maus não são castigados como nos fizeram acreditar;
3. o povo português tem memória de peixe, e é por isso que nas eleições só vota em dois partidos;
4. para o estado as crianças (na escola) são vistas como gado - funcionam à cabeça.

Atenção que ainda não tenho os trinta. Peo que esta lista tem forte tendência a crescer.

Anónimo disse...

Uma verdade que, quem a lê, e sendo mais jovem, pode tirar daqui uma lição.
Nada, nos tempos actuais, pode ser um dado adquirido.



:)

toto61 disse...

Dá a sensação que a tua vida foi um desperdicio e que a "culpa" foi dos teus pais....

NI disse...

toto61, um desperdício? Não. Nem de longe, nem de perto. Felizmente tenho tido uma vida intensa.

Madrasta? Um pouco mas pelas opções que fiz de forma consciente (terrível hábito este de assumir os meus próprios erros, não é?).

Podia estar melhor? Bem melhor. Acredita. O problema é que não vendo as minhas convicções, os meus valores e os meus princípios. E só este facto basta para agradecer aos meus pais pela herança que me deixaram.

Fernanda disse...

Muito bem dito! Infelizmente esses princípios estão muito arredados nestes últimos tempos.

só 1 mulher disse...

Ni

Gostei de "um dia de cada vez", não adianta fazer grandes planos mesmo...

1 beijinho

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso