sexta-feira, 19 de maio de 2017

Cinquentona...


Quando fiz 50 anos escrevi:

Quando ainda pertencia ao clã dos quarenta escrevi neste espaço que é nos quarenta que alcançamos a plenitude da nossa inteligência emocional face às relações amorosas.
 
Atingido que está o meio século da minha vida e assumindo que estou mais descrente e, mais cínica ( demorei mais tempo do que seria razoável a deixar de acreditar em Genoveva e Lancelot, ou então, quem sabe, a culpa é do D. Quixote que me fez acreditar que os sonhos comandam a vida), o que muda? 
 
Nada.
 
Continuamos a viver um dia de cada vez. A sentir um dia de cada vez. Sem dependências ou falsas quimeras. Sem julgar. Sem criar expectativas imensuráveis.
 
Sem pretender que nos amem...porque sim.

Mas que nos amem por aquilo que somos. Porque se identificam connosco. Porque somos "aquela".

Porque vemos o amor como algo sereno.

Porque temos consciência de que a vida pode terminar de repente e que não vale de nada adiar os afectos.

Sabemos, apenas e tão só, que devemos encarar aquilo que sentimos com toda a serenidade e viver as emoções, intensamente, um dia de cada vez.


Em noite de insónias comecei a pensar o que mudou nestes dois anos.
 
Bom, confesso, mais brancas, mais rugas, mais... não é para falar aqui...
 
O que muda?
 
É verdade que começamos a ver a vida a correr rápido de mais e começamos a ficar sem forças de a acompanhar...
 
Reforça-se o sentimento de que a vida é para viver um dia de cada vez e não se deve esperar muito dela. É lenta a dar mas rápida a tirar...

 
A música é esta:
 

  
 

6 comentários:

Francisco o Pensador disse...

Nada se perde, nada se cria...tudo se transforma, conheces?
Pois isso também se aplica à nossa vida...

Bjs

NI disse...

Claro que sim. Não sabia era que tudo se transforma para pior. Pensava que o objetivo era sempre melhorar.

:)

Beijos

Francisco o Pensador disse...

Não fostes filha? e depois não fostes mãe? Não sei se já és mas não podes ser um dia avó? E se tiveres um dia o teu neto nos teus braços a sorrir para a sua avozinha linda, podes dizer com consciência que esse momento é o que há de pior na tua vida?
Não se pode criar algo do nada nem transformar algo em nada. A tua vida é um compêndio de todas as histórias bonitas e tristes que te conduziram até este momento. É a TUA história que pintastes no manto da vida com sangue, suor e lágrimas...e pela qual um dia serás recordada. Não tentes transformar isso em nada porque isso seria o mesmo que tentares renegares a tua própria existência.

Bjs

NI disse...

Não renego o meu passado, pelo contrário, tenho orgulho no meu passado.

Mas quando me imaginei com 50 anos pensava que teria uma vida um pouco diferente.

E, não, não sou avó e pelo andar da carruagem nunca irei ser. :)

Beijos

Aldemar disse...

Amiga, permita-me chamá-la assim, quando fiz 50 anos confesso que levei um susto, meio século de vida vida com seus altos e baixos mas que valeram a pena. Hoje com mais de 60 e apenas um problema: a cabeça/mente é de 30 anos porém o corpo de 60, nada de abusos.Acredite uma mulher de 50 é muito mais sedutora do que uma de 20/30 anos.Desfrute-a!

NI disse...

Aldemar, antes de mais, bem vindo a este cantinho.

Depois das suas palavras, nem sei o que dizer. Já me sinto com um ego descomunal. :)

Bom, falando sério, nunca me senti com 50 anos. Ó meu corpo reflete a minha vida e tenho muito orgulho das minhas rugas e dos meus cabelos brancos. Fazem parte da minha história. Mantenho uma mente jovem porque nunca gostei dos "velhos do restelo".

Um abraço

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso