quarta-feira, 19 de março de 2008


Já passaram duas décadas? Não dei conta...



Ainda me recordo do teu olhar, umas vezes meigo, outras vezes pretensamente severo... mas lembro-me, sobretudo, do teu olhar de orgulho quando me vias...




Ainda me recordo quando à noite, pensando que já estava a dormir, me aconchegavas o lençol e me davas um beijo. E, eu, fazia de conta porque sabia que não gostavas de ser apanhado em flagrante.




Ainda me recordo dos nossos cafés a meio da manhã na Brasileira.




Ainda me recordo do primeiro livro que me ofereceste dizendo que a leitura era a luz dos ignorantes.




Ainda me lembro da primeira caneta que me ofereceste dizendo que seria o meu principal instrumento de trabalho.




Ainda me lembro dos primeiros passos de dança que me ensinaste.




Mas lembro-me, sobretudo, de tudo aquilo que ensinaste. De teres dito que um caminho sem obstáculos não me levaria a parte nenhuma.




Acredita pai, eles têm sido muitos mas continuo a percorrer o mesmo caminho....

6 comentários:

Anónimo disse...

sempre senti orgulho, no orgulho que sentes pelos entes queridos; especialmente por esse pai, que cedo se foi, mas que muito te deixou.

bjs

Anónimo disse...

Uma Bela Homenagem .

Abraço

Carlota Joaquina

Anónimo disse...

:'(
pinxexa

Sadeek disse...

É lecas...
Ni, que coisa bonita escreveste aqui pá!!! Onde quer que esteja (e pelos vistos infelizmente já não está) há-de estar muito orgulhoso naquilo em que se tornou a filha!!!

BEIJÃOOOOOOOOOOOO

Francisco o Pensador disse...

E eu fiquei sem palavras ao ler este texto.
Nina, isto é muito bonito.
Gostaria imenso que um dia um filho meu, se fosse convidado a fazê-lo, escrevesse também algo assim parecido sobre mim.
O Orgulho é uma palavra tão bonita quando é aplicada desta forma..

Parabéns ao teu pai por ter tido uma filha como tu!

Bjs

NI disse...

Anónimo (que não é tão anónimo assim, eheheheh), Carlota, Pinxexa, Sadeek e Pensador,

Obrigado pelos vossos comentários e é verdade que tenho imenso orgulho no pai que tive. A herança que ele me deixou não tem preço.

E, não é menos verdade, que foi, é e continuará a ser a minha referência pela postura cívica, honestidade intelectual e valores que me incutiu.

Foi o seu legado e eu pretendo respeitar.

Bjs a todos

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso