Já vai fazer 27 anos? Foi a última vez que comemoramos este dia?
Engraçado... É que ainda me recordo do teu olhar, umas vezes meigo, outras vezes pretensamente severo... mas lembro-me, sobretudo, do teu olhar de orgulho quando me vias...
Ainda me recordo quando à noite, pensando que já estava a dormir, me aconchegavas o lençol e me davas um beijo. E, eu, fazia de conta porque sabia que não gostavas de ser apanhado em flagrante.
Ainda me recordo dos nossos cafés a meio da manhã na Brasileira.
Ainda me recordo do primeiro livro que me ofereceste dizendo que a leitura era a luz dos ignorantes: "Grandes Esperanças". E fizeste-me ler os grandes autores portugueses desde cedo. Aos 14 anos, Eça, Júlio Dinis, Aquilino, Garrett, Herculano, Camilo, Quental, Torga, Redol, não eram desconhecidos para mim.
Ainda me lembro da primeira caneta que me ofereceste quando conclui a 4ª classe dizendo que seria o meu principal instrumento de trabalho. Era uma parker cinzenta e tinha o meu nome gravado. A mesma caneta com que fiz o meu último exame na faculdade. Foi a forma de te ter ao meu lado nesse dia.
Ainda me lembro dos primeiros passos de dança que me ensinaste. E sabes, desde que foste, nunca mais ninguém dançou comigo.
Mas lembro-me, sobretudo, de tudo aquilo que ensinaste. De teres dito que um caminho sem obstáculos não me levaria a parte nenhuma porque lutar pelos nossos sonhos fazia parte do nosso ADN.
Ainda me recordo quando à noite, pensando que já estava a dormir, me aconchegavas o lençol e me davas um beijo. E, eu, fazia de conta porque sabia que não gostavas de ser apanhado em flagrante.
Ainda me recordo dos nossos cafés a meio da manhã na Brasileira.
Ainda me recordo do primeiro livro que me ofereceste dizendo que a leitura era a luz dos ignorantes: "Grandes Esperanças". E fizeste-me ler os grandes autores portugueses desde cedo. Aos 14 anos, Eça, Júlio Dinis, Aquilino, Garrett, Herculano, Camilo, Quental, Torga, Redol, não eram desconhecidos para mim.
Ainda me lembro da primeira caneta que me ofereceste quando conclui a 4ª classe dizendo que seria o meu principal instrumento de trabalho. Era uma parker cinzenta e tinha o meu nome gravado. A mesma caneta com que fiz o meu último exame na faculdade. Foi a forma de te ter ao meu lado nesse dia.
Ainda me lembro dos primeiros passos de dança que me ensinaste. E sabes, desde que foste, nunca mais ninguém dançou comigo.
Mas lembro-me, sobretudo, de tudo aquilo que ensinaste. De teres dito que um caminho sem obstáculos não me levaria a parte nenhuma porque lutar pelos nossos sonhos fazia parte do nosso ADN.
Acredita pai, têm sido muitos os obstáculos mas continuo a percorrer o mesmo caminho, sem escolher os desvios mais fáceis....mas começo a ficar cansada... Talvez a viagem fosse mais fácil se estivesses ao meu lado.
A música de hoje? Porque sempre tiveste a mania de não te resignares. Nunca deixaste de te indignar face a injustiças. Nunca deixaste de lutar por aquilo que acreditavas mesmo quando te valeu andares com uns "homens de gabardine e chapéu" a vigiar os teus passos. Porque, bem lá no fundo, sempre gostaste de andar em contramão..., tal como eu, vamos ouvir esta música. Tenho a certeza que "vais" gostar.
Nota - Eu sei que a maioria do texto do presente post é repetido. Reescrevo-o todos os anos. Porque é desta forma que recordo e quero recordar o meu pai.
3 comentários:
Guarda-o dentro de ti NI e revive-o nas tuas atitudes como tens feito. Assim nunca será esquecido.
Homenagem linda NI. Um Jinho:)
Não importa que seja repetido, é o teu amor de filha expresso no texto ;)
Abracinho
Não sei o que é essa sensação de falta porque ainda tenho o meu comigo. Por isso, só te deixo um grande abracinho.
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