A nova lei do tabaco veio permitir uma nova realidade: a conversa (na verdadeira acepção do termo), ainda que limitada no tempo, entre colegas de trabalho.
Todos os dias, no local onde os desterrados fumam o cigarro homicida, surge um tema. Hoje, vá-se lá saber porquê, o tema era “defeitos pessoais”.
Bonito tema, pensei eu. Bem tentei manter-me à margem da conversa mas eis que um dos colegas se virou para mim e pergunta:
* – “ Oh Dr.ª diga lá, qual é o seu pior defeito?”.
Eu – “Sei lá. Eles são tantos -, respondi eu de forma sucinta para ver se desistia...”
* - “Mas tem que ter um pior que os outros - insistiu”.
E eis que os olhos de sete desterrados incidiram sobre a minha pessoa. Podia escapar? Claro que sim. E lá ficaria com mais um defeito a juntar ao curriculum. Optei por indicar uma série deles:
Eu – “Não me controlar perante injustiças, fugir dos confrontos, mesmo que com isso saia profundamente magoada e quando decido “cortar” com alguma coisa ou alguém, não vale a pena. “Corto mesmo””- respondi eu.
Ninguém me respondeu. Não sei de que resposta estavam à espera.
Podendo o silêncio ser a mais perfeita expressão do desprezo, fiquei com a ideia que os meus defeitos eram pobres de mais para serem valorizados.
Eu não concordo. São defeitos terríveis...
Fiquei a pensar que tenho que passar a ir fumar para um local onde não tenha que confrontar os meus fantasmas...
5 comentários:
Pois é Ni.
Ha um diado quer diz,
NÃO DIGAS O QUE PENSAS NEM FALES O QUE FAZES.
Assi. Cunhal
Eheheheheh.
Pois, falar é fácil, o problema é o resto...
Bjs
cá para mim és minha irmã gémea e fomos separados à nascença or something =)
Solo, porque achas que coloquei aquele comentário no teu último post?
Somos mesmo parecidos.
Nunca se sabe (antigamente não existiam aquelas pulseirinhas, eheheheh)
Beijos
Solo, espera aí...não podemos ser irmãos gémeos. Dentro de dias vou ter mais três anos que tu, eheheheheh.
Bjs
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