sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Porque hoje me apetece dizer isto...


 Imagem da net
 
“Se escrevo o que sinto
é porque assim diminuo a febre de sentir.
O que confesso não tem importância,
pois nada tem importância.
Faço paisagens com o que sinto”.
Fernando Pessoa


Já perdi pessoas que amei, já fui traída, já tive momentos felizes, já sofri, já sonhei, já acordei para a realidade... No fundo, já vivi.

Mas, mesmo esta vivência não me dá total segurança para falar convictamente dos meus próprios afectos. Muito menos dos afectos dos outros...

Mas gosto de dizer o que sinto, mesmo que não saiba o que dizer...porque, simplesmente, preciso de me entender.

Continuo sem saber definir o amor, a amizade, o ódio, o ciúme, a inveja, a indiferença. Ai a indiferença…minha eterna inimiga que faz questão de me acompanhar neste calcorrear da vida!

Sentir é a inevitabilidade da vida. Porque o ser humano não é um ser isolado. É um ser que interage, que se dá, que se entrega. E que recebe. Recebe por vezes aquilo que não merece e/ou está à espera. E o que fica? O que aprendemos? Mudámos alguma coisa nesta relação de "deve-haver"? Evoluímos enquanto seres humanos e parte das relações que se estabelecem todos os dias? Ou fechámo-nos numa redoma porque é mais seguro?

Assumo que nos últimos dois anos a tentação de me resguardar na redoma tem sido uma doce ilusão. É o regresso à segurança e ao aconchego do colo da nossa infância, mesmo na ausência desse colo…

A música? Escolho a que estou a ouvir neste exato momento...
 

2 comentários:

Ricardo Santos disse...

Gostei Ni do que escreveste, de Pessoa, obviamente e da Roberta Flack !

NI disse...

Ricardo, obrigada.
Quase que podia dizer que é três em um. :)

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso