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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Maya Angelou



Imagem da net


 
"O preconceito é um fardo que confunde o passado,
ameaça o futuro e torna o presente inacessível"
Maya Angelou


Tive o prazer de "conhecer" Maya Angelou através do seu livro "Carta à Minha Filha", onde se pode ler:
 
 
"Dei à luz uma criança, um rapaz, mas tenho milhares de filhas.
Sois brancas e negras, judias e muçulmanas, asiáticas, hispânicas, ameríndias e esquimós.
Sois gordas e magras e bonitas e feias, homossexuais e heterossexuais, instruídas e iletradas, e estou a falar para todas vós.
Isto é o que tenho para vos oferecer."
 
 
Maya Angelou, militante activa dos direitos cívicos e com uma história de vida incrível e fascinante, morreu hoje aos 86 anos. 

Fica o exemplo notável de mulher e ser humano.
 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Porque hoje me apetece ouvir isto...





E dizer isto:


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Já que está a chover...


E porque uma das minhas amigas quarentonas foi "apanhadinha" por um trintão e o amor paira no ar, levam hoje com uma das minha músicas favoritas.

Mas como andam rumores de que deixei de ser uma romãntica incurável (que mentira...), levam com os "sulcos da sede", de Eugénio de Andrade... É que nem toda a gente tem a sorte da minha amiga!






Estive sempre sentado nesta pedra

escutando, por assim dizer, o silêncio.

Ou no lago cair um fiozinho de água.

O lago é o tanque daquela idade

em que não tinha o coração magoado.

(Porque o amor, perdoa dizê-lo,

doi tanto!). Todo o amor. Até o nosso,

Tão feito de privação.Estou onde

sempre estive: à beira de ser água.

Envelhecendo no rumor da bica

por onde corre apenas o silêncio.





quarta-feira, 7 de abril de 2010

Parabéns Pinxexa...


Hoje estás de parabéns. Em termos virtuais, a tua prenda é um dos poemas que eu sei que gostas particularmente.
A outra, receberás mais tarde, pela manhã...


Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração magoado.
(Porque o amor, perdoa dizê-lo,
doi tanto!). Todo o amor. Até o nosso,
Tão feito de privação.Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
______________________
Eugénio de Andrade.
O sulcos da sede.






terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quem me quiser...

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantigas dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
à saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber a coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato de Faria


Adeus, e obrigado pela companhia que me fizeste com os teus poemas.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Sonho

Existe sempre alguém

Alguém que guarda os teus sorrisos e angústias

Existe sempre alguém

Que te dá a mão e guia os teus passos

Existe sempre alguém

Que se esconde na esquina escura e ilumina o caminho

Existe sempre alguém

Que te acompanha na sombra

Existe sempre alguém

Que está dentro de ti mas que não se deixa prender

Os sonhos não se podem aprisionar...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Despedida



Um dia a ti escrevi as mais puras rimas
dei-te meus cheiros, meus sons e cores
estampei a folha vazia com a melodia
que corria por minhas entranhas e veias

Dei-te tanto...
todos os meus gestos, meus segredos
e sentidos. Dei-te toda a força
da amizade que de mim jorrava

Foste imaginário amigo,a minha verdade,
minha ancora, minhas pernas e braços
mas partiste sem uma palavra,
como só partem os covardes...

Não quero mais sentir este nó
que sufoca meus olhos,
cega meu grito,
cala minha pele.

Não há mais lugar para perdas
nada mais contabilizo,
Compreendi que meros momentos fugidios
não levam a lugar algum.

Pois vai...
perde-te nos emaranhados
(da tua própria dor)
quem sabe um dia percebas
que estive ao teu alcance e
deixaste-me escapar....


Andréa Motta

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso