- Ai querido(a), hoje não. É a crise ...
Pois...
Vem este pensamento a propósito da seguinte notícia:
"Um norte-americano de 61 anos foi detido, no passado domingo, em Malden, nos EUA, quando foi apanhado a fazer sexo com um manequim de plástico... Segundo a polícia local, Eddie M. Campbell foi encontrado nu, no banco de um parque, com um manequim no colo. Enquanto o segurava, fazia movimentos sexuais. «Só estou a tentar ter um pouco de diversão», terá dito quando os agentes o mandaram parar. O homem foi acusado de exposição indecente e ficou preso." (Aqui)
Será que se tivesse sido apanhado com uma mulher "boa como o milho" no colo a fazer movimentos sexuais também seria acusado de exposição indecente? É que nas minhas caminhadas solitárias da hora de almoço assisto a cada filme em plena rua que por vezes penso que estou no Teatro Sá da Bandeira a assistir às sessões da meia noite...
Cá para mim, o homem só foi preso por estar a divertir-se com um plástico...
Será mesmo assim?
Uma mulher não poderá sentir primeiro o desejo?
E o homem? Só se deixa mesmo guiar pelo desejo?
Então podemos afirmar que o homem é escravo do desejo e a mulher escrava do amor?
Enquanto escrevem a vossa opinão, Roxy Music.
- "Hoje não me sinto bem. Desculpa".
- "Dói-me a cabeça. Não ficas aborrecido(a), pois não?".
Algum de vocês já utilizaram estas desculpas para evitar fazer sexo?
Segundo uma votação on line ,(respondida por ambos os sexos), 47% dos portugueses já se desculpou algumas vezes para evitar fazer sexo, 16% já se desculpou muitas vezes e 38% nunca utilizou qualquer desculpa.
Perdoem a ignorância aqui da macaca mas porque raio alguém tem que dar desculpas para evitar fazer sexo? Não bastará dizer a verdade e dizer: "Hoje não me apetece"?
Inventar desculpas não será um mau precedente?
Mas descontando estas dúvidas existenciais, está lançado o próximo desafio.
Criar a melhor desculpa para evitar fazer sexo.
Segundo o estudo (que podem ver aqui),e que foi publicado na Revista Única da edição do Expresso de 6 de Março de 2010, ao contrário do que se lê nos romances e nos filmes românticos, a grande maioria das mulheres faz sexo por todas as razões menos aquela que vocês estão a pensar. Isso mesmo. A maioria das mulheres não quer saber do amor para nada quando faz sexo. Ou fazem por obrigação, ou por pena, ou por motivos fisiológicos, ou por vingança, ou....
Fiquem com um pequeno extracto da notícia:
"Ao todo, são mais de 300 páginas com histórias íntimas contadas na primeira pessoa. Embora fascinantes na sua diversidade, revelam também um lado cru e sincero das mulheres onde a sexualidade é relatada sem pudores. Por exemplo, há quem confesse: "Seduzi um homem e trai o meu namorado só para provar a mim mesma que, se ele me deixasse, eu teria facilidade em encontrar outro parceiro". Surpreendido? Não esteja: 31% das mulheres entrevistadas afirmam já ter tido sexo ocasional só para provocar ciúmes, 53% admitem ter seduzido o namorado de uma amiga por uma questão de competição e 84% optaram por ter relações sexuais sem vontade, apenas para evitar discussões com o parceiro.
"O estereótipo tende a ser que as mulheres fazem sexo por amor e os homens fazem-no por prazer", explicam Meston e Buss. "Na realidade, as motivações sexuais das mulheres são muito mais complexas". Esqueçam os eternos amores bem ao género do filme "Casablanca" e compreendam a mensagem do livro: "As mulheres nem sempre são emocionais. Muito menos puras, ou transparentes, no que diz respeito ao sexo".
Divididas entre as motivações emocionais, físicas ou materiais, o livro revela razões para todos gostos: as altruístas ("dormi com ele porque sentia pena"), as terapêuticas ("tirava-me as dores de cabeça"), as espirituais ("queria tentar chegar mais próximo de deus"), as ambiciosas ("precisava de um aumento no ordenado"). Há mulheres que têm relações para se sentirem mais poderosas ou sensuais. Outras pretendem apenas impressionar as amigas com a quantidade de parceiros que conseguem ter. A maioria fala de romance... embora sejam comuns os relatos de compensação emocional através do sexo. "
Será mesmo assim? Adivinharam. É o tema em debate, ou não estivessemos em vésperas do dia internacional da mulher.
Carneiro: Para si vale tudo desde que lhe dê prazer e no final a terra trema.
Touro: Lado a lado porque acrobacias só no circo, viva o conforto!
Gémeos: Nada melhor que a mulher por cima... com um chapéu de cowboy.
Caranguejo: A velhinha missionária, homem por cima, enche-lhe as medidas...
Leão: Em pé. E como adora um pouco de perigo, os locais públicos são muito sedutores.
Virgem: Sentada ao colo dele para poder provocá-lo à vontade.
Balança: Tudo o que agradar ao seu parceiro. Mais importante que a posição é o ambiente que a rodeia.
Escorpião: Masturbação mútua, olhos nos olhos. Um pouco de perversidade é essencial!
Sagitário: É uma aventureira e gosta de explorar todas as posições do KamaSutra.
Capricórnio: O famoso 69. Sexo oral para si é indispensável!
Aquário: Você de cócoras e ele a espreitar por cima do seu ombro!
"Nas últimas décadas, a sexualidade e as suas várias dimensões, que antes estavam mais ocultas na vida privada, foram, progressivamente, trazidas para a esfera pública, na sociedade portuguesa, evidenciando-se nos meios de comunicação social e nas preocupações de carácter político, cívico ou religioso. Nas relações pessoais acentua-se de forma gradual o reconhecimento da sexualidade e do comportamento sexual como sinónimo de desenvolvimento e de bem-estar individual dos seus intervenientes.
Embora se anuncie esta maior igualdade entre os parceiros sexuais, os resultados do inquérito, assentes nas respostas de 663 pessoas inquiridas, das quais 45,9% são homens e 53,4% são mulheres, mostram que estes vivem a sua sexualidade de forma bastante diferente, transpondo para o campo das práticas sexuais o que é socialmente expectável e aceite nos seus comportamentos: os homens têm uma sexualidade mais activa, ao contrário das mulheres, que indiciam um menor dinamismo...
Os dados do inquérito mostram que a sexualidade praticada por homens e mulheres assume contornos muito diferentes que assentam no que é socialmente expectável para ambos obstáculo que só poderá ser abolido no contexto da relação sexual mais igualitária."
Eis um extracto da opinião de Joana Patrício, Investigadora Cesnova - Faculdade de CSH, da Universidade Nova de Lisboa, que poderão ler aqui.
E a vossa opinão ?