"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar"
August Strindberg
Já o disse por diversas vezes que não tenho medo da solidão nem a encaro como algo fútil ou estéril. ´
A solidão é, para mim, a melhor forma de me encontrar. De reflectir sobre o que me acontece. De pensar nas relações de afectos que tenho, nas minhas frustrações, nas minhas angústias, nas situações que me fazem sorrir.
É na solidão que me vou "entendendo". Que encontro as respostas para muitas das minhas reacções.
Mas há outra solidão. A vazia. A oca. Aquela que não tem qualquer sentido e que não nos leva a lugar algum que não seja sofrimento.
Aquela solidão que é sentida por uma pessoa quando não tem ninguém para partilhar o seu dia de aniversário. A solidão daquele que sabe que vai morrer e que só uns dias depois vão encontrar o seu corpo porque não há ninguém que sinta a falta dele.
Aquela solidão que é sentida por uma pessoa quando não tem ninguém para partilhar o seu dia de aniversário. A solidão daquele que sabe que vai morrer e que só uns dias depois vão encontrar o seu corpo porque não há ninguém que sinta a falta dele.
Francisco Assis escreveu:
"Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante;
a amizade sente-se, não se diz"
Mas para sentir temos que nos dar.
E ter a coragem de nos entregarmos é o principal desafio enquanto seres humanos.
Nota - Este post baseia-se num outro que publiquei há uns anos atrás e do qual me recordei ao falar com o P.F. Este é dedicado a ti. E espero que gostes da música que é esta.
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