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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Baú das Memórias...

 
 
Até aos cinco anos fui criada praticamente pela minha avó materna.
 
Tinha 18 meses quando nasceu a minha irmã do meio. Mal nasceu, a minha mãe achou por bem que durante a semana eu fosse viver com a minha avó. 
 
Por incrível que pareça recordo-me perfeitamente dos momentos que passei com ela quando já tinha quatro e cinco anos. 
 
A minha avó ficou viúva muito cedo e teve que criar oito filhos. Trabalhava num café que ficava em frente à casa dela.
 
Recordo-me de acordar, de me lavar, vestir e ir para o muro da casa dela, sempre acompanhada do meu cesto de vime pequenino que ela me tinha oferecido numa das vezes que fomos ao mercado do Bolhão. Do muro começava a chamar por ela. Ela vinha à porta do café e mandava-me atravessar a rua.
 
E, lá ia eu, toda "lampeira". Abraçava-me como nunca ninguém me abraçou. Dava-me um beijo e metia-me um pão e uma banana dentro do cesto. Ia ao bolso do avental e dava-me um tostão e ficava a olhar enquanto eu fazia os curtos 100 metros que separavam o café da minha "mestra", a D. Ermelinda. Na rua, bem perto da entrada da casa da mestra, estava a D. Rosa que vendia tremoços, azeitonas e chupetas de açúcar queimado. Comprava a minha chupeta e lá ia eu, mais um dia, a aprender a tabuada, e o abecedário com muito cuidado para que o Tico, (uma colher de pau bem pesada), não entrasse em ação.
 
Aos seis anos os meus pais mudaram de casa e lá me levaram para eu ir para a primária.
  
Morreu de cancro quando eu tinha oito anos. Morreu comigo deitada ao lado dela a acariciar aquelas rugas vincadas da dureza da vida que nunca deixou que lhe chegasse ao coração.
 
Foi, provavelmente, a pessoa que mais me amou de forma incondicional.
 
Quando me sinto mais só recuo até àquele tempo em que eu acordava de manhã...
 
A música de hoje ouvi pela primeira vez quando tinha sete anos no velho gira-discos do meu pai. Mas é um tema de 1972.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

"Saberás que não te amo e que te amo..."



Imagem da net
 
 
"Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."
 
Pablo Neruda


A música tem que ser esta...

 
 
Nota: Preparem-se...está prestes a começar o passatempo "A melhor frase de amor"!
 
 

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