quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O controle...





Na minha pausa para o café e o cigarro, (numa das minhas muitas pausas, melhor dizendo), estavam duas colegas a discutir sobre a melhor forma de "controlar" o respectivo companheiro.

Qual não é o meu espanto quando uma delas afirma, toda contente, que tinha proibido o companheiro de sair com o seu círculo de amigos porque havia uma rapariga que estava sempre a fazer "olhinhos" para ele.

E o meu espanto ainda fica maior quando a outra assume que quando apanha o companheiro a dormir vai ver o seu telemóvel, o seu mail e a sua correspondência.

"Azar do caraças", a dita cuja vira-se para mim e pergunta-me se eu não faço a mesma coisa. Azar e estupidez porque ela já me devia conhecer o suficiente para saber que perante uma pergunta estúpida só podia levar com uma resposta: "seria incapaz de uma atitude ignóbil como essa e tenho pena de quem usa esses métodos". Não gostou, claro está.

Controlar o (a) companheiro (a) sem que ele (a) tenha conhecimento é das atitudes mais abjectas que o ser humano pode assumir porque implica não aceitar a posição individual do outro. Considero uma total falta de respeito e de educação e não entendo como é que uma relação pode subsistir com tanta falta de respeito e de confiança.

É o sentimento de posse levado ao limite e todas as acções que assumem é só para garantir o que é "nosso".  É ver toda e qualquer relação do (a) companheiro (a) como uma ameaça que urge destruir. É o medo de perder levado ao limite. É o exercício de um puro egoísmo.  

Em caso de dúvida fala-se. É o mínimo que se exige numa relação a dois.


Nota - E lá vou ter mais duas colegas a olhar para mim de lado. Eu e a minha "bocarra"...

11 comentários:

A Minha Essência disse...

E eu não sei com o quê que fico mais estupefacta! Se é com a atitude vil dessas senhoras ou se com a confissão das mesmas! Juro que nem sei!! Mas o pior de tudo (nas pessoas), é não terem noção das suas acções assim como nem sequer se conseguirem ouvir... é que evitavam situações dessas que às tantas acabou por ficar caricado no meio de tanta aberração! Enfim... é de lamentar! Porém, as acções ficam para quem as pratica. Contudo, deixo uma pergunta no ar! Por ventura, @s companheiros, não se dão conta do que têm em casa?! É que às tantas nem sei o que pensar como num todo...

Kiss

NI disse...

Essência, a última questão que levantas é a mesma que eu coloco. O problema é que conheço alguns que para evitar discussões aceitam este tipo de controle.

Acredita que é verdade.

Beijo

Tinta Permanente disse...

Conheço pessoas que foi desse modo que conheceram o adultério do marido. Será um método eficaz, mas não direi ignóbil... De todo, eu só o faria se tivesse suspeitas.
Bjs

NI disse...

Tinta, há outras formas de saber se a(o) companheiro (a) é adúltera (o). Há indícios, por muito subtis que sejam, que nos dão algumas indicações. Basta estar atento e, acima de tudo, conhecer muito bem o outro.

A propósito destes pequenos indícios conheço uma história curiosa. Uma amiga minha (já divorciada) passava a vida a dizer que o marido era pouco romântico. Que nunca lhe fazia uma surpresa. Nunca trazia um ramo de flores ou uma caixa de chocolates. Confesso que nunca valorizei tais queixas pois o meu marido é assim. E dizia muitas vezes que havia outras formas de demonstrar que ela era importante para ele. Eis quando, subitamente, o comportamento do ex-marido dela se altera. Passa a trazer flores de vez em quando, uma caixa de chocolates de quando em vez, etc.

Ela começou a estranhar tal alteração de comportamento e confrontou-o. Para resumir, ele lá confessou que tinha uma amante e que a forma que encontrou para não sentir a consciência tão pesada era oferecer flores e chocolates :)

E penso que não é através do controlo que se evita o adultério.

Eu não o faria mesmo que tivesse suspeitas. Se tivesse suspeitas confrontava-o com as mesmas.

Beijos

Abobrinha disse...

Eu não confio 100% em ninguém (em mim incluída), mas acho estranho este comportamento sistemático de dúvida. Eu não gostaria que me controlassem assim por sistema, pelo que não o faria. Mas não é o mesmo que dar carta branca: em caso de dúvida eu tomaria as devidas precauções.

Dito isto, acho estranho que essas senhoras estivessem a partilhar assim a intimidade delas. Do mesmo modo, acho que devias ter sido mais vaga ou mesmo ter reparado nesse preciso momento como era bela a chuva que caía. É que as opiniões às vezes chocam, e ser franca consegue virar-se contra nós.

Tinta Permanente disse...

Evitar o adultério com o controlo não digo, mas pô-lo a andar o mais depressa possível, isso sim. Há muito peixe nesse mar para se andar a perder tempo com peixe podre!

NI disse...

Abobrinha, gosto de dizer aquilo que penso mas tendo sempre em conta a pessoa que me está a ouvir. Como em tudo na vida, a educação e o respeito são coisas bem bonitas. Até sou acusada de usar diplomacia a mais para dizer o que penso.

Mas não penso que seja diplomacia a mais. Tenho é o cuidado da forma como digo as coisas tendo em consideração com quem estou a falar. Isto é, se fosse uma colega a vir ter comigo e a dizer que suspeitava do marido e que tinha andado a "cuscar", eu diria que não concordava e diria porquê. A situação em causa era muito diferente. Eram duas pessoas que mesmo sem qualquer motivo se "vangloriavam" de controlar os respectivos maridos e dos métodos utilizados como se tal fizesse delas pessoas especiais de corrida. Sei que a minha resposta foi seca e dura e que elas, definitivamente, não gostaram da minha resposta mas, sinceramente, não faço grande questão que pessoas como elas gostem muito da minha pessoa. É claro que não deixas de ter alguma razão na crítica que me fazes mas a verdade é que já não é a primeira vez que assisto a conversas entre as duas que em nada as dignificam e que, ainda, por cima, fazem questão de partilhar com terceiros. Pode ser que a próxima vez que me virem sejam mais reservadas e tenham a conversa entre elas.

Tinta, isso já é outra história... para outro post. :)

Abobrinha disse...

Ni

Não estava a criticar-te: estava a constatar que a maioria das pessoas pergunta a tua opinião quando na realidade não a quer. Sucede-me o mesmo a mim.

De qualquer modo, se elas não interessam assim tanto, tudo bem!

NI disse...

Abobrinha, as pessoas geralmente pedem a opinião de quem sabe ouvir. E o facto de já ter um belo par de rugas e de cabelos brancos deve transmitir a ideia de que percebo muito da "poda", ahahahahahah

só 1 mulher disse...

Entendo muito bem o que dizes, com toda a razão... não se deve entrar no campo do "outro" é uma total falta de respeito e confiança, e se a relação chega a esse ponto algo vai mal... ainda que não seja justificável, ás vezes "invadir" o espaço, nem que seja por uma vez, como eu fiz... resolveu-me muitas dores de cabeça

1 beijinho

NI disse...

só 1 mulher, penso que disseste tudo. Quando uma relação chega a esse ponto, já não há nada que a sustente.

Bjinho

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