quinta-feira, 11 de março de 2010

Do direito de matar...




Se eu não tenho sobre mim próprio o direito de matar,

quem o concedeu à sociedade?
Étienne Sénancour


Este pensamento é a base da nossa próxima conversa: a institucionalização, ou não, da pena de morte.


É um tema polémico. Mas se nos abstrairmos das emoções, ou melhor, se racionalizarmos as emoções, vocês concordam, ou não, com a pena de morte?




10 comentários:

JCA disse...

olá Ni,

tema interessante e que vem no BOA (e os direitos de resposta a quezílias de adolescentes...)

eu sou contra, assim sem mais demoras.

É daqueles factos que nem é necessário ter grande discussão.

Está mais que provado que essa pena e a ideia de retribuição/castigo e de prevenção que nela está pensado tenha o efeito desejado dissuasor de praticar crime igual.

e claro está... após a aplicação da pena, não há qualquer possibilidade de corrigir qualquer erro que se venha a descobrir entretanto.

sobre ela, alguns artigos interessantes:

artigo 1

existe um outro (que agora não encontro) de um juiz brasileiro que descreve muito bem a evolução da mesma ao longo dos tempos, assim que encontrar venho cá deixar

sarraceno disse...

Olá Ni; boa-tarde.
Sabe; eu penso que nunca niguém consegue verdadeiaramente abstraír-se de emoções, exactamente pelo que diz. Somos seres cuja racionalidade nos enclausura à vida. Somos os guardiões da nossa prisão.
O que hoje vemos claramente, amanhã já não nos parece assim tão transparente. Somos em toda a Natureza, os seres mais fracos e pusilânimes nas nossas decisões.
Decidir sobre o tema proposto, carece de objectividade e será sempre condicionado pelos momentos de maior ou menor disposição dos sentidos de momento.
Pessoalmente concordo com a pena de morte. Há crimes que ultrapassam o limite da degradação e perversidade imaginada.
A pena capital foi instituída no passado, exactamente para que o criminoso pagasse. De aí para cá, e mais por hipocrisia que por convicção, ela foi sendo abolida gradualmente na proporção dos crimes hediondos que foram aumentando.
Penso que; os homens de hoje, condicionados nos limites do provável, não têm a audácia da vontade. Têm medo das próprias ordens que dão, receiam os ouvidos que escutam, os olhos que enxergam.
Vergam-se ao antes sê-lo que parecê-lo.
Pena de morte sim! Há crimes cuja prisão é uma recompensa ao criminoso.

Ianita disse...

A Justiça é representada vendada. Para que não tenha emoções. Para que decida com base na lei e não no sentimento.

Eu acho que deveria ser dada a oportunidade de as pessoas se recuperarem para a sociedade. Se bem que este sistema que temos é ineficaz. Quer dizer... é eficaz em fazer de um ladrão de circunstância um assassino em série ou coisa que lhe valha.

Acho que nem todas as pessoas podem ser recuperadas. Há os psicopatas e afins. Mas, mesmo para essas pessoas, não me parece que a pena de morte seja o melhor castigo. Acredito na prisão perpétua e no trabalho na prisão. No aprender uma profissão, no andar a limpar as matas e florestas. A limpar as valetas das estradas e afins.

Não acredito na pena de morte não só porque não tenho o direito de tirar a vida a outra pessoa, mas também porque a Lei, porque praticada por homens, pode falhar. E nos EUA há imensos casos de pessoas condenadas à morte e que depois se veio a descobrir estarem inocentes (trágico, mas Hollywood faz disto óptimos filmes!).

E é claro que se fizerem algo de mal a alguém de quem eu gosto eu vou ter vontade de matar essa pessoa. Mas aí vou estar a deixar o sentimento falar mais alto. Racionalmente é assim que penso. Que o Estado deveria instituir a pena de prisão perpétua. Que os presos deveriam todos trabalhar.

Em última análise, instituir a pena de morte era fazer do Estado assassino tal e qual os assassinos que ia matar. Ou ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão?

Victor Cardoso disse...

A morte NUNCA VALERÁ A PENA.

Eu Mesma! disse...

Complicado sabes... ter uma opiniao racional...
se por um lado a pena de morte e um extremo da sociedade... sendo que ninguem tem direito de tirar a vida a ninguem...

por outro lado...
sinto, muito fortemente... que existem pessoas que não... não têm sequer direito à vida...

sinceramente...
concordo e discordo ... consoante a situacao mesmo...

só 1 mulher disse...

Eu não sou a favor da pena de morte.. ainda assim, acho que nalguns casos.. os presos deviam passar por sofrimento idêntico, ao que fizeram.. isso sim, matar não..

Não acredito em recuperar pessoas para a sociedade, quem faz uma vez, faz uma segunda e uma terceira.. está-lhe na alma.. é perca de tempo e dinheiro.. (claro que há raríssimas excepções).. também não acredito naquela história fantástica de dizerem que não estão bons da cabeça.. por favor!

Não concordo com as condições que muitas prisões têm.. deviam ter somente a dignidade suficiente para os presos viverem... são seres humanos e como tal, apesar do que fizeram, merecem respeito.. também acho que ao invés de terem aulas, deviam trabalhar.. e bem...

Isto vale o que vale..

1 beijinho

Rui disse...

O tema é polémico, só em função das emoções.
Se nos abstrairmos delas, não creio que haja polémica, sob um ponto de vista institucional e "distante" de nós (se não tiver a ver comigo).
A grande maioria repudia a pena de morte institucional e nesta base, geral, eu estou contra a pena de morte.

Agora se está em causa directamente a minha emoção, eu próprio poderei matar em determinadas situações:
se alguém matasse ou violentasse extremamente um familiar, não posso garantir que eu próprio, não pudesse matar, antes que a minha razão se sobrepusesse à minha emoção.
.

VCosta disse...

Existem casos que davam direito a homicídio!!! Pelo menos vontade dão!

Lena disse...

Muito difícil esta questão. Eu não consigo tomar partido. Por um lado sou contra, mas em algumas situações seria a favor. Mas nas que eventualmente seria a favor, teria sempre a dúvida: será que não houve nenhum erro pelo meio e não se trata de um inocente?????

Sadeek disse...

Absolutamente e perfeitamente a favor!!!

BEIJOOOOOOOOOOOOOOO

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Porque não defendo:guetos, delatores pidescos, fundamentalismos e desobediência civil. Porque defendo o bom senso