sexta-feira, 4 de maio de 2007

PARA TODAS AS MÃES UM BOM DIA.



Dia da Mãe

As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
A maioria das fontes é unânime acerca da ideia da criação de um Dia da Mãe. A ideia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objectivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, actos de afecto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.
Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas actualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo.

Um abraço amigo
NI

13 comentários:

NI disse...

Caros Amigos:

Infelizmente já não tenho mãe. Se ela fosse viva faria minhas as palavras que se seguem:

"Obrigado porque tiveste na tua vida um lugar para a minha vida, renunciando a tantas coisas boas que poderias ter saboreado. Porque - mais do que isso - fizeste da tua vida um lugar para a minha. E de muitas maneiras morreste para que eu pudesse viver.
Porque não eras corajosa, mas tiveste a coragem de embarcar numa aventura que sabias não ter retorno.
Porque não fizeste as contas para avaliar se a minha chegada era conveniente: abriste simplesmente os braços quando eu vim.
Porque não só me aceitaste como era, como estavas disposta a aceitar-me fosse eu como fosse. Porque dirias "o meu filhinho" mesmo que eu tivesse nascido deformado e me contarias histórias ainda que eu tivesse nascido sem orelhas. E me levarias ao colo mesmo que eu fosse leproso. E, mesmo com tudo isso, me mostrarias com orgulho às tuas amigas. Porque seria sempre o teu bebé lindo.
Devo-te isso, embora não tenha acontecido, porque o farias.
Obrigado porque não tiveste tempo para visitar as capitais da Europa. Porque as tuas amigas usavam um perfume de melhor qualidade que o teu. Porque, sendo mulher, chegaste a esquecer-te de que havia a moda.
Porque não te deixei dormir e estavas sorridente no dia seguinte. Porque foste muitas vezes trabalhar com manchas de leite na blusa. Porque me sossegaste dizendo "não chores, filho, que a mãe está aqui", e estar no teu regaço era tão seguro como dormir na palma da mão de Deus.
Obrigado porque é pensando em ti que posso entender Deus.
Obrigado porque não tiveste vergonha de mim quando eu fazia birras nos museus, ou me enfiava debaixo da mesa do restaurante porque queria comer um gelado antes da refeição. E porque suportaste que eu, na adolescência, tivesse vergonha de que os meus amigos me vissem contigo na rua.
Obrigado porque fizeste de costureira e aprendeste a fazer bolos. Porque fizeste roupas e máscaras para as festas da escola. Porque passaste uma boa parte dos fins de semana a ver jogos de rugby ou de futebol para que - quando eu perguntasse "viste-me, mãe, viste-me?" - pudesses responder com sinceridade e orgulho "é claro que te vi!".
Obrigado por o teu coração ser do tamanho de me teres dado irmãos. Como eu seria pobre se não os tivesse!
Obrigado pelas lágrimas que choraste e nunca cheguei a saber que choraste.
Obrigado porque me ralhaste quando me portei mal nas lojas, quando bati os pés com teimosia, quando "roubei" batatas fritas antes de o jantar estar servido, quando atirei a roupa suja para um canto do quarto. Obrigado por me teres mandado para a escola quando não me apetecia e inventava desculpas. E por me teres mandado fazer tarefas da casa que tu farias bem melhor e muito mais depressa.
Obrigado por teres mantido a calma quando eu num dia de chuva fui consertar a bicicleta para a cozinha, ou quando arranjei uma namorada de cabelo verde...
Obrigado por teres querido conhecer os meus amigos, e por todas as vezes que não me deixaste sair à noite sem saberes muito bem com quem ia e onde ia.
Obrigado porque eu cresci e o teu coração parece ter também crescido. Porque me deste coragem. Porque aprovaste as minhas escolhas, e te mantiveste a meu lado apesar de ter passado a haver a distância. Porque levantas a cabeça - mesmo sabendo que eu estou muito longe - quando vais na rua e ouves alguém da multidão chamar: "mãe!".
Obrigado por guardares como tesouros os desenhos que fiz para ti na escola quando era, como hoje, o Dia da Mãe. E por ficares à janela a ver partir o carro, quando me vou embora, comovendo-te com os meus sinais de luzes.
Obrigado - já agora... - por não teres esquecido quais são os meus pratos favoritos; por o sótão da tua casa poder ser uma extensão do sótão da minha casa; por teres ainda no mesmo lugar a lata dos biscoitos..."


(Poema de Paulo Geraldo)

Um abraço amigo

NI

*tεrεsα* disse...

"AMOR ETERNO

Mãe e filha estavam caminhando pela praia.
Num certo ponto, a menina perguntou:
- " Como se faz para manter um amor? "
A mãe olhou para a filha e respondeu:
-" Pegue um pouco de areia e feche a mão com força..."
A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão, com mais velocidade a areia escapava.
-" Mamãe, mas assim a areia cai!!! "
-" Eu sei, agora abra completamente a mão..."
A menina obedeceu mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava em sua mão.
- " Assim também não consigo mantê-la em minha mão!"
A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:
-" Agora pegue outra vez um pouco de areia e
deixe-a na mão semiaberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade."
A menina experimenta e vê que a areia não escapa da mão e está protegida do vento.
-" É assim que se faz durar um amor"."

.-Fênix Faustine-.

"Mãe é o nome de Deus nos lábios e corações das crianças pequenas."

.-William Makepeace Thackeray-.

"Mães judiciosas sempre têm consciência de que são o primeiro livro lido e o último posto de lado, na biblioteca dos filhos."

.-Charles Lenox Remond-.

"A mãe compreende até o que os filhos não dizem."

.-Textos Judaicos.-

"Uma mãe é capaz de ensinar mais do que cem professores."
.-Textos Judaicos-.

"Os médicos me disseram que eu jamais andaria novamente, mas minha mãe disse que eu andaria, então acreditei na minha mãe."

.-Wilma Rudolph - a mulher mais rápida do mundo - 3 medalhas de ouro.-

Beijos.

Anónimo disse...

Amamos as nossas Mães quase sem o saber (...) e só nos damos conta da profundidade das raizes desse amor no momento da derradeira separação .
Guy de Maupassant
Um beijo para si e para todas as Mães do Mundo

Carlota Joaquina

NI disse...

Amiga Carlota Joaquina:

Desconhecia esta frase. Tão simples quanto bela.

Um bom dia e um beijo com muito afecto.

NI

Anónimo disse...

Mrs. Ramsay

A aura de Ségolène Royal.


Não sei porquê, mas animou-me uma certa esperança. Não se concretizou. Os franceses preferiram um homem com uma duvidosa sensibilidade social - bem patente no modo como denominou as pessoas moradoras nos subúrbios de Paris:escumalha. Bem mais sensato foi Chirac, que a todos chamou filhos da República. O que está em causa nesta eleição? Alguma possível perturbação social que Ségolène apontou nestes últimos dias? Honestamente, talvez aconteça, se se atender a questão da lei do primeiro emprego e o modo como que foi tomada. Mas Sarkozy deve, decerto, conhecer os franceses e a pulsação constestária que neles reside, nomeadamente no que toca a direitos adquiridos. Mas a questão social não foi o epicentro do debate político. No entanto, resta o discurso de derrota de Ségolène: francesas, franceses, cidadãs, cidadãos... e nestas pequenas palavras denota-se sempre alguma coisa. Com certeza que um certo fulgor.

Merci, Ségolène!


Quanto à Madeira - que surpresa!

Anónimo disse...

Tenho uma sugestão a fazer que, talvez, caia mal. Esqueçam os grandes portugueses (ou será pequenos?), concentremo-nos neste espaço. Ni, com todo o devido respeito, penso que anda a lançar pérolas para a pocilga. As pessoas quando não podem consigo precisam de um guardador. Daí percebe-se que haja todo um séquito. Sei que tem razão - deixou claro que ele já tinha a carreira de embaixador, mas que só em 1944 é embaixador em Lisboa. O documento está no sítio da embaixada. Aliás, o senhor morreu há relativamente pouco tempo.

Sei que por vezes a minha postura não é a mais recomendável, mas perco facilmente a paciência. Foi também por isso que deixei de participar nos grandes portugueses. Acho que não se deve ser tolerante com quem é intolerante ou se constitui como possível ameaça à tolerância. A minha pessoa, nestas coisas, não vai no politicamente correcto. Já alguma vez viu uma raposa? Uma vez, no campo, passou uma muito perto de mim. Não me assustei, porque não percebi imediatamente que era uma raposa. Mas quando lhe vi os olhos fiquei parado.

Renovo os votos para que este seja um sítio de palpitação DEMOCRÁTICA.

Neste momento este blog tem mais pulsão que o fórum. As entradas demoram ou, então, não são publicadas.

NI disse...

Caro Luís António Almeida:

Não posso deixar de concordar com os seus argumentos.

Mas existem situações em que uma pessoa não pode ficar impávida e serena. Acredite que seria bem mais cómodo para mim nada dizer.

Um abraço amigo

NI

Anónimo disse...

Admiro-te, Ni, pelo teu espírito de combate, por acreditares que é possível dialogar com todos, sem excepção. Infelizmente, tenho uma posição semelhante ao Luís – como repararam, a minha postura no fórum foi de total ignorância dos salazaristas, com excepção daqueles que difamavam vergonhosamente Sousa Mendes que enfrentei sempre que pude.

Sinceramente, acho que é inútil. São raras as pessoas que escutam realmente aquilo que lhes está a ser dito, muito menos pessoas com índole ditatorial e prepotente. Enquanto a outra pessoa está a argumentar, o “ouvinte” já está só a pensar como vai responder. As suas mentes estão numa constante “tagarelice” que confirma a sua própria visão do mundo – nestas condições é impossível encetar um diálogo. Para quê? Para nos ofendermos? É pura perda de tempo.

Devemos escutar não só aquilo que é dito, mas também os silêncios, aquilo que não-é-dito. Só um homem irado, de mal consigo mesmo e com a vida é que diz palavras ásperas. Se ouvires bem, Ni, o que vais escutar é o que eles estão realmente a dizer: que estão profundamente infelizes porque ninguém os leva a sério, o seu tempo já passou, toda a gente os tem desprezado desde que o Estado Novo caiu, que perderam o seu antigo poder, que, provavelmente, foram injustiçados em muitas situações no pós-25 de abril, etc. Sentem-se isolados nesta nova sociedade, infelizes por não serem compreendidos, frustrados. Este programa foi uma óptima ocasião para fazerem um esforço titânico e colocarem o Salazar a ganhar. Ficaram radiantes – deixa-os ficar sozinhos com a sua muito miserável vitória, deixa-os em paz. Se se ouvir só a aspereza das palavras, não entendes o que eles realmente estão aqui a expressar – a sua dor, nada mais.

Um homem irado deve ser deixado sozinho com a sua ira. És demasiado superior a todos eles, Ni. E, acredita, é como diz o Luís – é deitar pérolas a porcos…

Um abraço de quem te admira muito
Isabel

NI disse...

Amiga Isabel Álvares:

Agradeço as palavras amáveis e o conselho amigo.

Infelizmente, um dos meus piores defeitos é não conseguir ficar calada perante injustiças. Sempre fui assim. A única falta disciplinar a vermelho que tive no liceu foi por defender um colega que, na minha perspectiva, tinha sido injustamente criticado pela professora. É óbvio que a minha expulsão foi justa. Na sala deve mandar o professor, mas foi superior a mim.

Acredite que, ainda hoje, todos os dias faço um enorme esforço para ultrapassar este meu defeito(já deve estar a imaginar os problemas que tenho no trabalho).

Admito todas as críticas, e aceito-as, desde que as mesmas sejam construtivas. Agora, críticas sem fundamento e/ou para humilhar, tiram-me do sério.

Um abraço amigo

NI

*tεrεsα* disse...

Também não posso com ditadores... já estou farta de ouvir falar de Salazar... postei a minha última mensagem no fórum de Aristides S.M.
Se os meus inquisidores quiserem continuar com os insultos estão à vontade... Querem é que lhes dê atenção e plateias... uma vez que no dia-a-dia ninguém os ouve, a não ser os eternos saudosistas e os perdidos que gostam de ouvir cassetes...

Ni:

Também só volto a participar no blog quando houver outros assuntos em discussão.

Ab.

Francisco o Pensador disse...

Até hoje,nunca falei na minha mãe.
E se não o fiz,possuia motivos para não o fazer...
Custa-me imenso falar na minha mãe!
É se calhar a única màgoa que permanece no meu peito..

Vocês não sabem,mas sei de antecedência que este texto não me vai sair nada bem.
Vai-me custar imenso escrevê-lo,e as palavras vão sair as prestações...
Quando falo da minha mãe,a emoção corta-me as palavras.

Perdi a minha mãe muito cedo...
Demasiado cedo...

Perdi a minha mãe quando mal tinha saido da adolescência e durante anos entrei num estado de autêntica hibernação!
Como os ursos..

Devo tudo a minha mãe...
Tudo o que fui...
Tudo o que sou...
E tudo o que serei mais tarde...

A minha mãe salvou-me vezes sem conta...até com a sua morte me salvou...porque fez-me meditar e olhar para trás...e ao fazê-lo,deu sentido a minha vida!

A melhor homenagem que lhe posso fazer,é falar sobre a sua vida..
Foi uma mulher que lutou toda a vida para nos dar o que ela nunca tive..
Levou-nos para a frança ás escondidas do Salazarismo,onde crescemos vigorosos e em segurança,para não passarmos a mesma miséria que ela tive de suportar.
A minha mãe só viveu para nós e não conheceu mais nada senão o trabalho.
Suportou as bebedeiras do meu pai..
Suportou os maus-tratos..
Suportou a solidão...
Suportou o cansaço...
Suportou o racismo de uma terra que não era a nossa...
Suportou a tristeza de viver longe da sua familia materna..
E suportou as recordações de uma infância que lhe foi negada a partir dos 8 anos...

Mas eu nunca suportei as lágrimas dela..

E apesar de ela já não estar aqui...
continuo a sentir as lágrimas dela..

.........


Quis o destino,que a minha mãe sofresse uma operação na coluna para não morrer prematuramente...
Tinha ela 40 anos..
Nessa operação,as possibilidades de sobreviver eram de 60/40...
60 para continuar viva...
40 para morrer..

Mas a minha mãe não temeu e lá foi..
Mais uma vez por amor...
No dia da sua operação,outras 2 pessoas estavam no seu quarto e iam fazer a mesma operação do que ela...
Quis o destino que elas fossem ao bloco operatório antes da minha mãe!
E morreram as duas...

A minha mãe soube disso...
E embora temesse dessa vez,fechou os olhos e lá foi...
Mas uma vez por amor...

A operação correu bem...
O destino tinha-lhe dado finalmente um sorriso...
E minha mãe voltou para casa...mas não se conseguia mexer.
Tinha recebido 5 anestesias gerais e parecia um bicho...
Mas nos seus olhos senti a felicidade dela quando nos viu e abraçou...
Minha mãe era assim...
A felicidade dela era ver-nos felizes...

E assim permaneceu em casa...
Sem poder se deslocar...
Mexia apenas um pouco as mãos.
Durante cinco anos foi essa a vida dela...

Eu estudava e trabalhava...
As minhas irmãs estudavam e trabalhavam..
E o meu pai quis ficar em frança no seu trabalho de sempre..
E minha mãe assim permaneceu...
Sozinha!
E foi essa solidão que a levou a refugiar-se no alcool..
Era o seu meio de esquecer e aguentar as dores...
Como poderiamos lhe negar fosse o que fosse?
Como podia lhe negar o seu único companheiro de solidão?
E não lhe negamos...
Por amor...

Depois a minha mãe acamou com doenças de toda a ordem originadas pelo excesso de consumo de alcool..
Minhas irmãs estavam todas na frança,menos a mais nova...
Mas como ela ainda estudava e nem sempre podia ajudar...
Coube-me em parte a tarefa de mudar as fraldas da minha mãe...
A primeira vez cortou-me o coração!
Mas não deixei que a minha mãe sentisse isso!
Contive as lágrimas o melhor que pude e ganhei coragem onde não pensava encontra-la...
Por amor...

Mas o destino foi-lhe mais uma vez cruel!
Estava totalmente curada da coluna,mas o alcool destruiu-a por completo.
Tinha uma cirose no figado...

E mais uma vez,vi a minha mãe sofrer..
E mais uma vez senti as lágrimas da minha mãe...

Deitada na maca de um hospital,vi minha mãe vomitar sangue....

E desta vez,não consegui aguentar!
Procurei a casa de banho..
E Chorei...chorei..chorei...

Depois voltei para junto dela e sorri..
..e ela sorriu para mim...

Até que ela pediu-me para ir embora..
E eu compreendi...
Sentia as dores voltarem e ela não queria que eu a visse sofrer..
Por amor...

E nesse instante desejei..
Desejei que esse sofrimento acabasse..
Desejei que a minha mãe fechasse os olhos e não acordasse mais...
Para não a ouvir mais sofrer...
Para não ver mais lágrimas no rosto dela...
Porque sofria também com ela..
Por amor...

E minha mãe morreu...
E eu quase morri com ela...

A minha mágoa é minha mãe não ter tido o que ela merecia!
Não merecia este fim!!
Sofreu toda a vida por nós e merecia acabar a vida doutra forma!
Merecia ser feliz!!!!!!
E ver-nos todos felizes!!

Ou que pelo menos ela sentisse...
Que o amor que ela tinha por nós...
Também tinhamos o mesmo por ela...

É esta a história da minha mãe!
E nem sei como consegui escrevê-la..

Se me fosse possivel hoje falar com a minha mãe ou se soubesse que ela me pudesse ouvir,só lhe poderia dizer uma coisa....

Obrigado Mãe!
Onde quer que estejas...sei que estás feliz!


Um abraço para todos.

Ps: Desculpem-me este desabafo,mas senti desejo e a necessidade de o fazer.
obrigado a todos.

Francisco o Pensador disse...

Esta é uma homenagem para todas as mães do mundo..

For Once In My Life

For once in my life,
I have someone who needs me.
Someone I’ve needed so long...
For once, unafraid, I can go where life leads me.
Somehow, I know I'll be strong!

For once, I can touch
what my heart used to dream of,
long before I knew.
Someone warm, like you,
would make my dreams come true.

For once in my life,
I won't let sorrow hurt me,
not like it’s hurt me before!
For once, I have something
I know won’t desert me.
I’m not alone anymore.

For once, I can say
“this is mine, you can’t take it”.
(As) long as I know
I have love, I’m can make it!
For once in my life,
I have someone who needs me!

Repete

http://www.youtube.com/watch?v=LMStRERJNsM

Tradução em português:

Pela primeira vez na minha vida,
eu tenho alguém que precisa de mim.
Alguém que eu precisava faz tempo...
Pela primeira vez, sem medo, eu posso ir onde a vida me leve.
De alguma maneira, eu sei que serei forte!

Pela primeira vez, eu posso tocar
o que meu coração costumava sonhar com,
muito antes de eu conhecê-lo.
Alguém quentinho, como você,
poderia fazer meus sonhos se realizarem.

Pela primeira vez na minha vida,
eu não vou deixar a tristeza me machucar,
não como ela me machucou antes.
Pela primeira vez, eu tenho alguém
que eu sei que não vai me abandonar.
Não estou mais sozinho.

Pela primeira vez, eu posso dizer
“isso é meu, você não pode tirar de mim”.
Enquanto eu saiba
que tenho amor, eu conseguirei!
Pela primeira vez na minha vida,
eu tenho alguém que precisa de mim!

abraços.

NI disse...

Pensador:

Sabes, a vida prega-nos imensas partidas. Esta é uma delas.

Como é possível que um simples fórum, uma simples troca de palavras, tenha criado afinidades, empatia entre duas pessoas que não se conheciam de lado nenhum. E, ainda por cima, com histórias de vida, com percursos tão semelhantes.

Agora compreendo o motivo pelo qual sempre me senti, de alguma forma, ligada a ti.

O que passaste com a tua mãe, passei com o meu pai (e é incrível como retratas a situação de teres que lhe mudar as fraldas, é exactamente igual àquela que eu senti quando tive que fazer ao meu pai e, mais tarde, à minha mãe).

O meu pai faleceu da forma que todos sabem. Acabou por perder os sentidos (visão, audição, etc.), por ser alimentado por sonda e diariamente injectado com doses de morfina.

A minha mãe, viúva bastante cedo, criou as três filhas sózinha.

Começava a trabalhar às 6 horas da manhã e terminava, muitas vezes, às 11 horas da noite. Era uma mulher ímpar. Independente, auto-suficiente e dona de uma vontade indomável. Mas as mazelas acabam por aparecer. Um AVC atirou-a para uma cama durante cerca de dois anos.

Para uma mulher independente, que corria 10 Km por dia (fizesse sol ou chuva) era impensável ficar numa cama dependente de terceiros.

Dependente de quem lhe desse a comida à boca, de quem lhe mudasse a fralda, de quem a vestisse. Nos primeiros seis meses após o AVC não soube o que foi dormir pois ela vivia comigo.

Estou convicta de que ela morreu por amor às filhas. Ela sabia, tinha consciência, que nossa vida gravitava à volta dela. Não nos importavamos mas ela sim. Na véspera de lhe dar o novo AVC fatal despediu-se dizendo que não queria sofrer mais vendo as suas filhas a perder tempo com ela. Não adiantou as nossas palavras de conforto, de que ela estava errada. Morreu essa mesma noite.

Tanto eu como tu, Pensador, tivemos a sorte de, apesar de todas as adversidades, não deixamos de conhecer, de receber e de dar o amor.


Peço desculpa, mas não tenho mais palavras.

NI

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