Ser boa ouvinte é "ouvir" enquanto o outro fala.
Ser boa ouvinte é deixar falar o outro, sem interrupções e/ou censuras.
Ser boa ouvinte é saber guardar segredos.
Em Agosto de 2009, a propósito de um mail que recebi, fiz um post no qual fui "repescar" algumas frases.
Sinceramente, nunca entendo como é que alguém como eu, que não entende nada da matéria, era a escolhida para dar conselhos sobre sentimentos e emoções.
Eu? Uma verdadeira especialista em destruir emoções?
Apesar de não ter cara de padre ou de Madre Teresa de Calcutá, a verdade é que desde muito cedo as pessoas viam-me como a pessoa ideal para as ouvir e dar conselhos sobre relações humanas.
Vai daí, não havia dia que não chegassem ao pé de mim a chorar amores perdidos, amizades na corda bamba e paixões assolapadas. O mais engraçado é que, na maioria das vezes, eu é que precisava de "chorar" as minhas frustrações. Mas, mais engraçado ainda, é que nunca gostei de dar conselhos pelo que me limitava a ouvir. A dar o meu ombro. Era o que eles precisavam.
Se perdessemos alguns breves momentos do dia a "ouvir" o outro, não existiam metade dos problemas.
Recordo-me do meu amigo do liceu ter dito uma vez: "Nina, sem dizeres nada, dizes aquilo que precisámos de ouvir com o teu olhar". Dei uma gargalhada e disse que ele estava doido.
Doido, ou não, a minha "sina" prolongou-se pela vida fora.
Curioso... poucas foram as pessoas que chegaram à minha beira e me perguntaram "queres falar sobre o que te preocupa?". Quantas vezes me aproximei de um(a) amigo(a) para partilhar um problema e irremediávelmente, acabámos a falar dos problemas dele(a) e não nos meus.
Talvez seja por isso que quando se trata das minhas verdadeiras emoções me acusem de "fugir". Quando tenho um problema escondo e se porventura alguém descobre, aí entra o humor.
Sempre preferi viver e ultrapassar os meus problemas sozinha.
Uma amiga disse-me há poucos dias que ao fim de vinte e cinco anos não me conhecia verdadeiramente. Eu sorri...
Sou terrível a partilhar os meus problemas Mas sou uma boa ouvinte.
10 comentários:
Acontece-me o mesmo. Até a médica do trabalho partilha comigo confidências do coração... a mim, que mal conhece...
Tinta, eu até por mail (de pessoas que não conheço) recebo pedidos, acreditas?
Então? Abrimos um consultório? :D
É para já.
:)
Queres falar sobre o que te preocupa?
Beijinho *
Confuskos, é curioso que enquanto escrevia este post perguntei a mim própria se alguém faria essa pergunta. Tu fizeste. Obrigado. Mas, como disse, fica para mais tarde. Sou bem melhor a ouvir.
Beijinho
Sempre ás ordens!
É para isso que tens como me contactar! Mas já viste, se calhar és tu que não és capaz de te abrir e acabas por só "saber" ouvir!?
(eu sou igual, agora já nem tanto, já fui mais)
Beijinho *
NI!!! credo... podia ter sido eu a escrever isto!
Ia dizer a mesma coisa que a Petra, podia ter sido eu a escrever isto. Sempre fui de guardar as minhas coisas para mim e a maioria das vezes quando preciso falar acabo inevitavelmente a ouvir a outra pessoa e a dar conselhos.
É a nossa sina cá me parece! :)
Beijinhos
Petra e Geri, então já somos três.
:)
Beijos
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