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Que tenho um excelente sentido de humor, aqui fica o resultado de mais um desafio.
Este fui "sacar" descaradamente aqui que me mandou para aqui .
Obviamente, como portista que sou, só podia dar azul.
Aqui fica o resultado:
"...Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas a amada já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por
quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido..."
Pablo Neruda
Não te julgues um “incompreendido”, porque todos o somos. Dizeres-te incompreendido é supores-te privilegiado, com direito à compreensão alheia. Não te digas incompreendido. Vê antes se te compreendes a ti.
Virgílio Ferreira, in Pensar
Por opção, aproveitei a minha estadia em Bragança para estar algumas horas sozinha. Precisava de reflectir sobre tudo o que se tem passado nos últimos meses.
A necessidade que eu sempre tive de encontrar fundamentos e razões para tudo o que me acontece impede-me, muitas vezes, de relativizar o que é, de facto, importante e de fechar capítulos na minha vida.
Já o disse muitas vezes, este último ano terá sido o mais difícil para mim. Em termos pessoais, familiares e profissionais. O exercício que tentei fazer foi no sentido de saber até que ponto eu era responsável por tudo o que me aconteceu. Quem me conhece sabe que me entrego por inteira a tudo o que faço, vivo e sinto. Talvez por isso sinta as perdas de uma forma peculiar.
Mas, uma coisa é perder.. Outra coisa, bem diferente, é tentar encontrar razões e fundamentos quando não existem. A vida demonstra-nos que muitas coisas acontecem só porque têm de acontecer. Independentemente de contribuirmos, ou não, para um determinado resultado.
Nesta viagem pela minha própria incompreensão da vida cheguei à conclusão que por muito que façamos há sempre o incerto e o imponderável. Variantes para as quais não há justificação.
Não é importante saber porque perdemos. O importante é saber que perdemos. Sem drama. Sem subterfúgios.
Quiçá, por pura ironia, se conclua que enquanto perdedores saímos vencedores na arte de viver a vida de forma intensa.
Não tenho que me envergonhar por viver de forma intensa os meus afectos e as minhas emoções, porque é essência daquilo que sou. É isso que me individualiza enquanto ser humano. É assim que gosto de ser.
Talvez por isso, estou preparada para enfrentar a perda que, soube hoje, vou ter que enfrentar segunda-feira.
O mundo dos afectos é muito complicado...
A luta pelos nossos sonhos, respeitando os meios para os atingir, é legítima e constitui a essência daquilo que somos e do que queremos.
A diferença entre viver e sobreviver é, precisamente, a capacidade que cada um de nós posui para lutar pelos nossos sonhos.
Quando deixamos de sonhar, deixamos de lutar.
Quando deixamos de sonhar, deixámos de viver. Apenas sobrevivemos.
Mas existem situações no mundo dos afectos em que nos deparámos com uma variante com a qual não contávamos.
Quando sonhámos ter algo que, por uma ou outra razão, não podemos ter.
E tudo o que nos é proibido é mais desejado. Faz parte da natureza humana.
Públio Siro dizia que "nada desejamos tanto como aquilo que não nos é consentido".
O que fazer nesta situação?
E vocês? Já desejaram algo que não vos era consentido? Se sim, como fizeram?