A primeira vez que estivemos juntos foi há cerca de 29 anos. Estávamos ambos a trabalhar. Tu, como artista, eu, como representante do promotor do espectáculo.
Voltámos a reencontrarmo-nos há cerca de quatro, cinco anos em Gaia.
Fica na memória o teu talento, a tua simpatia e o teu sorriso...lindo!
Presépio? Ora, aqui é que é está o busílis da questão. De há quinze anos a esta parte que faço o presépio na...lareira da sala! Eles são os Reis Magos, o Anjo, o Burro e a Vaca, o Pastor, o Anjo, a Maria e o José, o Menino, as ovelhas, o burro carregado de sacos, a ponte, a fogueira, o poço, a cascata, os montes...ufa...uma verdadeira canseira.
Acreditem, ainda vai a meio e já está assim...(euseique a fotonãoprestaparanada)
E tudo isto para três gatos pingados porque este ano a filhota mais velha trabalha no Natal em terras de sua majestade...
A música pode ser esta:(sim, é para continuar a dar trabalho aos ossos. Vocês dançam aí e eu danço aqui...big party)
Apenas posso responder por mim. Afasto-me, pura e simplesmente. Umas vezes repentinamente, outras vezes...paulatinamente...
Nunca gostei de impor a minha presença a quem ela já nada diz...
Quanto à música...bom, estou a redescobrir a beleza da música chinesa... (já agora, alguém me sabe dizer porque raio é que os filmes de amor chineses acabam sempre mal?)
E, aproveitando a preguiça, os meninos podem apreciar, uma vez mais, as pernas divinais de Tina e as meninas podem focar o olhar nos meninos que aparecem no vídeo.
O tema é de John Waite. A Tina Turner canta assim (para dançar sozinha(o), com a música bem alta - para afastar a preguiça, perderem mais umas calorias e, obviamente, desde que não liguem patavina ao que a letra diz).
... faz hoje 78 anos e continua com uma voz e umas pernas incríveis!
A música que escolhi transporta-me para um dos jantares blogueiros que ocorreu na Póvoa de Varzim quando eu a minha querida Djinn saímos a dançar ao som desta música...
Até aos cinco anos fui criada praticamente pela minha avó materna.
Tinha 18 meses quando nasceu a minha irmã do meio. Mal nasceu, a minha mãe achou por bem que durante a semana eu fosse viver com a minha avó.
Por incrível que pareça recordo-me perfeitamente dos momentos que passei com ela quando já tinha quatro e cinco anos.
A minha avó ficou viúva muito cedo e teve que criar oito filhos. Trabalhava num café que ficava em frente à casa dela.
Recordo-me de acordar, de me lavar, vestir e ir para o muro da casa dela, sempre acompanhada do meu cesto de vime pequenino que ela me tinha oferecido numa das vezes que fomos ao mercado do Bolhão. Do muro começava a chamar por ela. Ela vinha à porta do café e mandava-me atravessar a rua.
E, lá ia eu, toda "lampeira". Abraçava-me como nunca ninguém me abraçou. Dava-me um beijo e metia-me um pão e uma banana dentro do cesto. Ia ao bolso do avental e dava-me um tostão e ficava a olhar enquanto eu fazia os curtos 100 metros que separavam o café da minha "mestra", a D. Ermelinda. Na rua, bem perto da entrada da casa da mestra, estava a D. Rosa que vendia tremoços, azeitonas e chupetas de açúcar queimado. Comprava a minha chupeta e lá ia eu, mais um dia, a aprender a tabuada, e o abecedário com muito cuidado para que o Tico, (uma colher de pau bem pesada), não entrasse em ação.
Aos seis anos os meus pais mudaram de casa e lá me levaram para eu ir para a primária.
Morreu de cancro quando eu tinha oito anos. Morreu comigo deitada ao lado dela a acariciar aquelas rugas vincadas da dureza da vida que nunca deixou que lhe chegasse ao coração.
Foi, provavelmente, a pessoa que mais me amou de forma incondicional.
Quando me sinto mais só recuo até àquele tempo em que eu acordava de manhã...
A música de hoje ouvi pela primeira vez quando tinha sete anos no velho gira-discos do meu pai. Mas é um tema de 1972.
"Sei de cor cada lugar teu atado em mim, a cada lugar meu tento entender o rumo que a vida nos faz tomar tento esquecer a mágoa guardar só o que é bom de guardar
Pensa em mim protege o que eu te dou Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou sem ter defesas que me façam falhar nesse lugar mais dentro onde só chega quem não tem medo de naufragar
Fica em mim que hoje o tempo dói como se arrancassem tudo o que já foi e até o que virá e até o que eu sonhei diz-me que vais guardar e abraçar tudo o que eu te dei
Mesmo que a vida mude os nossos sentidos e o mundo nos leve pra longe de nós e que um dia o tempo pareça perdido e tudo se desfaça num gesto só
Eu vou guardar cada lugar teu ancorado em cada lugar meu e hoje apenas isso me faz acreditar que eu vou chegar contigo onde só chega quem não tem medo de naufragar
Mesmo que a vida mude os nossos sentidos E o mundo nos leve pra longe de nós E que um dia o tempo pareça perdido E tudo se desfaça num gesto só
Eu vou guardar cada lugar teu Atado em mim, a cada lugar meu E hoje apenas isso me faz acreditar Que eu vou chegar contigo Onde só chega quem não tem medo de naufragar"
Porque o que dei...dei. Não esperando retorno. Porque a vida não é uma feira da ladra em que colocámos os afectos numa banca e gritámos bem alto "quem dá mais"...
Porque "dar-me" aos outros nunca foi uma perda de tempo.
Porque, no fundo, apenas os nossos pensamentos e os nossos afetos nos pertence.
E temos que nos bastar...sem ter medo de naufragar...
Aproveito para ir buscar ao baú das recordações algumas da minhas séries favoritas:
Esta foi a primeira série que segui. Tinha oito anos. Quando o meu pai me queria dar um castigo era tirar-me a televisão durante uma semana quando estivesse a dar a série.
Seguiram-se estas duas séries:
Bonanza
E uma casa na pradaria.
Quase em simultâneo, uma série que eu não perdia...
Esta era mais pela paixão assolapada pelo Kabir Bedi. Aqueles olhos...
Quer acreditem, ou não, há cerca de três anos fui passar uma semana a Vidago e deixei-me ficar feita "sostrona" a ver os 48 episódios da série.
Mais uma série que não perdia. Verão Azul
Podia falar de muitas mais. Sou do tempo em que apenas havia um canal e tínhamos que levar com o que nos dava. E, por vezes, brindava-nos com excelentes séries como "Ricos e Pobres"; "Dallas"; "Cheers", etc, etc...
Mas há uma última série que destaco. Magnifica...Balada de Hill Street
E é com a música do genérico de 1981 que vos deixo...
Eu sei que sou uma pessoa com pouca tolerância à dor.
Sei que tenho uma doença genética que ataca as mulheres da minha família que afeta as gengivas pelo que já estou bem habituada a dores de dentes constantes.
Mas, digo-vos uma coisa: tirar dentes e colocar uma prótese imediatamente após a extracção é o raio de uma dor que nem vos digo (isto para não falar do bruto inchaço na cara)...
Já afirmei neste espaço inúmeras vezes que não utilizo o termo "amigo(a)" de forma aligeirada. Tenho muitos conhecidos mas amigos...os dedos de uma mão chegam e ainda sobram.
A amizade é algo que tem que ser exercida de forma constante.
A amizade não tem um sentido hoje e outro amanhã. Ou há amizade, ou não há. Na amizade dá-se...sem arrependimentos.
Não é por acaso que escolhemos como nosso confidente a(o) nossa(o) melhor amiga (o). Porque sabemos que não nos trai. Porque sabemos que não nos vai dizer aquilo que queremos ouvir mas, antes, aquilo que precisámos de ouvir.
Não concebo a amizade como um sacrifício, ou como uma simples obrigação. Sou amiga. Tão simples quanto isto. Tudo o que fiz foi pelo simples prazer de me dar.
Na verdadeira amizade temos que ter coragem de dizer: dou-te as minhas lágrimas, se me deres o teu sorriso, porque na verdadeira amizade há partilha.
Já perdi alguns amigos? Perdi dois.
Já me arrependi de me ter entregue a uma amizade?
Nunca...
A música de hoje foi lançada dois anos depois de eu ter nascido e que me acompanhou até aos meus 21 anos de idade.
Nunca passou por aqui. Era uma das que tinha vedado no recanto da minha memória. Mas, algum dia, tinha que emergir das teias de aranha...
O maridão, como bom "mouro" que é, está na Casa do Benfica a comemorar o S. Martinho. Bem me tentou convencer a ir mas a "je" tem muita honra de ser do FCP e, obviamente, recusou tal amável convite.
Mas isso agora não interessa nada.
Mal acabei de fazer as rabanadas enviei uma imagem da rabanadas com a seguinte mensagem: "para veres o que estás a perder".
Estava eu descansada a comer a segunda rabanada acabadinha de fazer (ou a terceira, já não sei bem), e recebo uma imagem de castanhas assadas e a mensagem "estás a perder mais do que eu".
Como não gosto de perder nem a feijões, tratei logo de assar castanhas e mandar a imagem com a mensagem "agora, quem está a perder?".
Agora só faltava ele mandar uma imagem de cozido à portuguesa ou de arroz de cabidela que são os meus pratos favoritos. É que fico sem saber como responder...
Que foi preciso chegar aos 52 anos de vida para saber que não é possível existir amizade entre um homem e uma mulher?
Mas andei enganada todo este tempo?
Chega-me uma mão para contar os meus verdadeiros amigos. E a maioria é do sexo masculino.
Mas depois de ler os comentários de alguns dos seguidores do "Shiuuuu..." a este "segredo", cheguei à conclusão que os ilustres comentadores só admitem entre pessoas de sexo diferente as ditas "amizades coloridas".
Ora, se eu nunca tive nenhuma amizade colorida, tal significa que....nunca tive amigos?!
Lamento imenso meu querido Óscar Wilde mas estás redondamente enganado. A não ser que estejas a falar apenas da dor física, porque quanto a "outras dores", acredita, estou a ficar uma verdadeira perita em esconder o que sinto.
E quando chego a casa, quando, finalmente, me refugio no meu eu, posso dizer com alguma satisfação: Ni, missão cumprida.
A música? Só pode ser esta, porque a máscara, mesmo que ninguém consiga ver, não é o som da minha alma.